terça-feira, 7 de março de 2017

Através do amigo José Costa, um artigo de António Barreto



TITANIC

...., esta maneira de gastar o tempo e os recursos com futilidades. Na Europa e na União, como é sabido, esta caminhada desnorteada é chocante e perturbadora. Basta pensar no próximo acto pomposo: a fim de comemorar os seus 60 anos, a União reúne-se em Roma dentro de dias. Para a ocasião, o presidente Juncker anunciou a publicação de um Livro Branco. Analisado o seu conteúdo, o que se pode dizer mais apropriado é que o livro vai mesmo branco...

Nunca se viu resolver crises globais, de política e de destino, com cinco cenários! Parece uma associação de jovens gestores em preparação para um concurso internacional de PlayStation e estratégia! A três semanas da cimeira de Roma e a dias de aprovação de uma declaração formal de relançamento da União, a apresentação solene, no Parlamento, de uma colecção de cinco cenários é o mais impressionante atestado de impotência e de desorientação que se pode imaginar! Nos Estados Unidos e na Rússia, Trump e Putin preparam-se para apertar os europeus. Entendem ambos que podem encostar a União ao muro e traçar as suas fronteiras de interesses e as suas cartografias de intervenção sem ter em conta uma Europa em crise. Na Ásia, uma poderosa China saboreia os seus novos poderes e ignora seraficamente avisos que lhe são dirigidos em nome da liberdade e dos direitos humanos. Dentro da União, nunca se viveu um tempo como este: ninguém quer entrar, vários querem sair. Ninguém quer o que está, ninguém sabe o que quer. As eleições nacionais de seis países vão ditar o futuro dos 27. Na verdade, as eleições em dois ou três vão ditar o destino de todos. Mas, no deck, à beira da amurada, a orquestra continua a tocar a Ode à Alegria.


António Barreto in Diário de Notícias




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