quinta-feira, 28 de julho de 2016

OBAMA "DESPEDE" TRUMP!( in WWW. publico.pt)


A noite em que Obama despediu Trump com um grito de optimismo


ALEXANDRE MARTINS (em Filadélfia)

28/07/2016 - 07:50


Partido Democrata tira a noite para desfazer o candidato do Partido Republicano, que ficou numa lista entre “fascistas, comunistas, jihadistas ou demagogos internos”.



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Hillary Clinton: nomeação histórica não apaga divisões


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Uma semana depois de o Partido Republicano ter comparado os Estados Unidos a uma cidade decadente onde a anarquia se espalha a cada esquina, o Presidente dos Estados Unidos subiu ao palco na noite de quarta-feira, na convenção do Partido Democrata, para tentar convencer os eleitores de que “a América já é grande e forte”, e que pode precisar de muitas coisas, mas não de um “demagogo interno”.

Num dos discursos mais marcantes da sua vida política, Barack Obama usou todos os trunfos para convencer os independentes e os apoiantes mais fervorosos de Bernie Sanders a pensarem bem na escolha que têm pela frente: Hillary Clinton, uma candidata “que sabe que o país é grande, diversificado, e em que a maioria dos problemas raramente são a preto e branco”, e um candidato que venceu na vida “deixando atrás de si um rasto de processos em tribunal, funcionários sem vencimentos e pessoas que se sentem enganadas”.

Ninguém se lembra de um discurso numa convenção em que o Presidente em exercício desfez um dos candidatos adversários desta forma. Foi a noite em que o Partido Democrata deitou tudo cá para fora; em alguns momentos, chegou a usar o mesmo escorrega de Donald Trump e foi por aí abaixo, quando o candidato a vice-presidente, Tim Kaine, arriscou uma imitação de Trump: “A maioria das pessoas que concorrem à Presidência não se limitam a pedir que acreditem nelas”, disse Tim Kaine, enquanto encenava uma sofrível imitação de alguns dos gestos característicos de Trump.



Mas a estrela da noite foi Barack Obama, num longo discurso que teve um pouco de tudo – de despedida, porque está a menos de seis meses de sair da Casa Branca; de apoio incondicional a Hillary Clinton; de balanço da sua presidência; e de ataques a Donald Trump.

“Muito se passou nestes últimos anos. E se bem que esta nação foi posta à prova por guerras e recessões e todos os tipos de desafios, venho aqui perante vós, após quase dois mandatos como vosso Presidente, dizer-vos que estou ainda mais optimista em relação ao futuro da América”, disse Obama, antes de se lançar numa lição de História dos últimos oito anos – uma espécie de regresso à Idade Média no tempo medido pelas redes sociais. Falou da “pior recessão dos últimos 80 anos”, que estalou pouco depois de ter chegado à Casa Branca, da descida das taxas oficiais de desemprego, do acordo nuclear com o Irão, da aproximação a Cuba, do acordo internacional sobre as alterações climáticas e da morte de Osama bin Laden.

Mas reconheceu que ainda há muito por fazer, e que é por isso mesmo que Hillary Clinton deve ser a próxima Presidente dos Estados Unidos – um argumento a favor da continuidade, como se se tratasse de um terceiro mandato de Obama, e que é um dos maiores pesadelos do Partido Republicano de Donald Trump.

Criticando o tom da convenção do Partido Republicano, onde só ouviu “ressentimento, acusações, fúria e ódio”, o Presidente dos Estados Unidos disse que só conhece um país “cheio de coragem, optimismo e talento”.

“A América que eu conheço é decente e generosa”, disse Obama, apesar das “bolsas que nunca recuperaram do encerramento de fábricas, dos homens que se orgulhavam do seu trabalho árduo e de sustentar as suas famílias e que agora se sentem deixados para trás, e dos pais que temem que os seus filhos não tenham as mesmas oportunidades que eles tiveram”.

E Hillary Clinton é a única pessoa com capacidade para continuar o seu trabalho, principalmente agora que “tem planos concretos para ir ao encontro das preocupações que ouviu da vossa parte durante a campanha” – uma referência indirecta aos apoiantes de Bernie Sanders, alguns dos quais continuam a olhar para a candidata do Partido Democrata como uma dasresponsáveis do sistema político que querem derrubar.

Mas a alternativa é Donald Trump, e para Barack Obama não há muito que saber: “Ele sugere que a América é fraca. Não deve ouvir os milhões de homens, mulheres e crianças, dos países bálticos à Birmânia, que continuam a olhar para a América como a luz da liberdade, da dignidade e dos direitos humanos.”

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