quarta-feira, 27 de junho de 2012

POEMA-MEL


POEMA-MEL


Tuas mãos, pele da minha pele, perdem-se
na eternidade dos degraus de intimidade, onde reside meu céu…

Uma névoa alojada no firmamento de sol
reacende as pétalas das flores,
as ramas verdes do bosque
e os jardins por onde dançam as flores,
ao som da flauta dos Amores
em gotas-de-orvalho-pérola.

Minh’alma brota de um rio de Palavras
onde, escondidos, estão meus pensamentos
de dores e incertos clamores, esperando o momento de libertação inquieta.

O vento sopra energias das praias envoltas
em maresias das águas espumosas,
ansiosas do odor que exalam as begónias…

Na montanha por onde escalo subidas vertidas nas
cascatas sagradas,
há cinzas solitárias de ardores interiores,
perdidas em abismos multicolores.

Caminham pelo meu peito…
…estão perto, quando me deito…
…anseiam pelo sol nascente que se anuncia,
na colcha do meu leito…

Raios de um fulgor omnipresente tingem, de maduras,
as uvas que deixarão cheiro de mosto no rosto das vinhas,
pintado num luzente copo de cristal.

Mas o poema, amor, é sobre as tuas mãos…
…pele da minha pele…
a deslizarem, suavemente, pelas colinas
de um corpo, que te oferece o gosto do mel .


Marilisa Ribeiro-ERT-Junho-012

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