segunda-feira, 23 de abril de 2012

POEMA: MEU VIOLINO SAGRADO...


MEU -VIOLINO-SAGRADO…


Do alvorecer das névoas da serena madrugada,
emerge o som claro do cantar do galo,
qual pregão no ventre da praça do povoado.
Viro a esquina do amanhecer
sem vergar a cabeça ,
para que o sol me encontre
e enriqueça o rosado da face que ‘inda ressona,
no meu humano trilho-de-Ser…

Sou mulher…perpétuo-fogo-que-toca-um-clarim
de aromas embriagados nos braços de ti,
meu violino sagrado!
Rosa de sangue corre nas veias da frescura da paixão-rendição
onde um místico mar prossegue ,
rendido a uma verdade –da –VERDADE!

Frio orvalho escorre pela ponta das folhas, a cheirar a calor…
…e os insectos começam a despertar,
ensaiando danças de encantar as chamas -de-amor…
…e as águias levantam-se num majestoso airejar…
…e a água dos rios a exalar sensações,
desliza para o mar numa fálica piroga
a morrer aspirações de fluxo manancial.

Amo o meu amanhecer
…ele é o que foi a noite do meu-ser…

Na mata das névoas,
as ramagens são lenços de cambraia
bordados a margaridas do seio das papoilas rubras do meu amar…

A magia da floresta é pura POESIA num limbo de sensações …

Em si tem o sabor do leite da infância…
…a lonjura das fronteiras da distância…
…os fantasmas das noites de ânsia na totalidade imaginada
do amor por viver…
E o mar de ondas alterosas chama pelas minhas inenarradas paixões…
…e as conchas e os búzios , macambúzios, deslizam nas areias das minhas emoções…

Mulher-raíz…deusa Gaia…florescer das minhas ramas
em cores do amor, ao rebentar o botão da flor…

Na concha-vida abre-se uma escultura a caminho da tentação…
…Vénus-a-nascer…Botticelli-mágico-licor-da poesia-da pintura
ao som das trombetas nacaradas da música de Bach…

Eu…amor…árvore-mulher ansiosa por te ter…!


C13 N-74-(ert)-FEV/012
Marilisa Ribeiro

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