terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Poema...

 






MINHAS HORAS-GOTA-A-GOTA

 

 

*Sinto no corpo o tempo a fluir em imagens e pensamentos

que me vão ocupando lugares absolutamente provisórios.

E quem nunca  sentiu o corpo a mover-se ao sabor da sua história?

É que a história não é muda, por mais que a queiram calada,

cansada, alquebrada...

 Por mais que alguém a falseie,

a história humana recusa-se a ficar calada!

 

*Há quem diga que somos feitos de átomos... Mas um passarinho

que me pousou nas mãos, disse-me que todos somos feitos de histórias...

A água do rio flui a correr na glória de não voltar atrás,

porque é para a frente que a sua vida se faz.

 

*AH, mas a água do mar é diferente...Está ali, no PASSADO DO PRESENTE,

Sempre-no-FUTURO, indiferente ,prepotente, teimosa.

Minhas horas, escritas gota-a-gota-------(que agonia!)-------são espuma, sopro,

fumo e vento, sangue e melodia.

 

*Para mais, sabemos que temos no corpo o tempo a fluir

em imagens e pensamentos que, languidamente,

  descansam na Mensagem.

Venho de outras distâncias e de as habitar para lembrar o labirinto-dor,

medida da história do Homem que ainda assombra quando,

no espelho antigo e turvo outro ser me ultrapassa, novo e risonho.

 

*Quantos duelos travámos nos monólogos que perdemos,

no Hora-a-Hora do livro em que morremos-vivendo!

Meu corpo desmesurou-se para te receber...

Por isso, estou sempre aqui...sempre por nascer...à espera de te ver!

 

 

 

©Maria Elisa Ribeiro

NOV/2016

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