sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

POEMA

 


A MONTANHA RECORDA...

 

 

No cimo da montanha, em frente da casa onde nasci

e aprendi as primeiras ingénuas brincadeiras,

estão as ruínas daquilo que a lenda diz ser um templo

antigo, que o tempo foi roendo, com golpes de vento.

 

Conheço tão bem os atalhos e estreitos caminhos

que me lá conduzem...

Foi nesse meio

que brincámos tu e eu com as velhas pedras

que dele se foram desprendendo.

 

(Quanto Tempo já passou...

Hoje, a montanha recorda, como recordo eu...)

 

E despertou-me a aurora quase dourada com os raios

de Sol, que davam vida viva às flores, aos insectos sugadores

de mel e aos meus olhos desejosos de cores.

 

Sinto o Tempo-em-mim-por detrás de mim-na minha- frente-

-a-cada-momento-Presente.

 

Recordo. Cresci. Amadureci com os tempos de afastamento…

Mais um dia passou…Tu não vieste…

Vai-se anunciando o crepúsculo,

onde devem viver os deuses das palavras

que os meus dedos desejam escrever, para te ler_____

______ a ti, que não sei onde procurar______

 

 

 

 

Maria Elisa Ribeiro

AGT/017

 

Bom dia, meus amigos!


 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Poema:

 


                                                                   ALÉM  TEJO

 

 

 

O céu apresenta-se naquele azul-cinzento, que regala o olhar

onde as sombras mais imponentes são as das árvores

que se desenham,  estendendo-se pelo ar.

Na calma da noite vivem as sombras dos grilos e outros insectos

Que fazem ouvir os seus zumbidos ao cirandar pelos espaços abertos.

O silêncio é de tal modo irreal, que se podem ouvir os nossos pensamentos.

 

A noite vive em todo o país.

Estou a descansar num lugar que amo, perto de ÉVORA. Cheira-me a cortiça e a bolotas e pode ver-se que há vida

debaixo dos velhos sobreiros, filósofos da seca terra onde,

 de tempos a tempos, a envolvência mística explode em verdes, brancos, vermelhos,

lilases e noutros tons alterados a que a chuva dá vida,

quando consegue chegar aos montados.

 

E se estivermos atentos à solidão dos nossos pensamentos,

Ouviremos os passos de FLORBELA junto às suas papoulas

Onde, rentes aos rebentos de trigo, estarão sonetos antigos

Do ALÉM TEJO DE AGORA!

 

 

©Maria Elisa Ribeiro

MRÇ/2024

 

 

 

domingo, 26 de janeiro de 2025

Literatura

 BREVES

No mundo todos gritamos desvarios,
dos dias que vamos vivendo.
Gritam os jardineiros,
que tratam das flores.
Gritam as árvores,
que não resistem ao fogo,
que as destrói,
da raiz até ao topo.
Gritam os homens simples,
quando os políticos mandantes
não entendem seus dolorosos clamores.
Outros, em longes tempos, gritaram já tantas dores! Eram os nossos navegadores, pais, filhos, noivos e outros pequenos-grandes senhores, todos eles homens navegadores,
que se ajoelhavam perante as massas de água de desconhecidos oceanos,
que geravam grandes temores.
Gritaram escravos,
que arrastaram pedregulhos para construir pirâmides nos desertos, conventos e catedrais.
Grito EU!
____________________________ Quero o céu do meu viver para Me engrandecer!
©Maria Elisa Ribeiro
Todos os direitos reservados
JAN/021

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Poema






 POEMA :

TERRA ARTERIAL
Passam os anos____a pouco e pouco
as raízes agarram-se à terra____sempre mais
fundas____até tocarem o mais profundo____
veio de lágrimas do solo
Longínquo e nocturno, o Tempo passa
e devassa o interior.
O Exterior resiste melhor à luz das estrelas
que se alongam pelos penhascos
___________onde os lobos uivam.
Não há mistérios no ventre do vento.
_____mistério é o que ele sente
sempre que uma abelha-favo-de-mel
o desperta ,
calmamente,
naquela Hora de Descoberta_____
Passam os anos_____
Vejo-os nas veias do sangue, que me corre
nas artérias-terra-de-MIM_______
Sinto-me TERRA ARTERIAL
_______e acalento palavras do mundo primevo
de lúcida inocência lexical_______
Mas, POESIA não é lamento! É olhar! É Placenta de vidas
inocentes, recém-chegadas aos dedos de um Poeta
a fixarem residência num solo-poema______
É Natureza no seu fulgor inicial, sem deuses,
sem tacto nítido da origem matricial
de TUDO-para-ALÉM- de –TUDO
Passam os anos….pois passam!
Situada no Eterno-do-Tempo, ao LONGE,
________uma guitarra desfalecida tange as cordas da verdade
envelhecida, sem Hora para chorar despedidas.
©Maria Elisa Ribeiro
JULHO/2018

Bom dia, bons amigos!


 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

POEMA:








SENSAÇÕES
Senti-te, ali perto de mim, em torno do meu respirar,
quando estava para adormecer.
Senti-te respirar...
Melodia acariciante, doce como as brisas do vento
que afagam árvores distantes.
Devagarinho,
acendeste a luz do minúsculo candeeiro,
passaste a mão pela minha face e apoiaste
a cabeça no nosso travesseiro.
Sei que os astros sorriam...
as nuvens claras passavam devagar...
a lua cobria a terra
e as montanhas não se cansavam de rumorejar
o leve som do vento a soprar.
Sempre que estás para chegar
ao meu calmo adormecer
há o cheiro peculiar do teu “after shave” a fazer-me esperar.
Passo-te a mão pela face, quase sem o saber...
E a verdade
é que o nosso dia começa
na noite
que acabaste de me trazer...
©Maria Elisa Ribeiro
Direitos reservados

Maio/2022 

Bom dia, meus amigos, com este lindo solinho!


 

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

sábado, 18 de janeiro de 2025

Feliz fim de semana, amigos!


 

POEMA

 







POEMA : ABRAÇA-ME (2)


Surgiste como furacão,
Empurrado pelo vento,
Em fragmentos do céu
Feridos por um trovão.
Esse momento único foi tão rápido e veloz
como a força da tempestade
que se espalhou pelo céu.
Senti que a felicidade não tocou meu coração
Pois o relâmpago estrepitoso feriu belas estrelas
Que se passeavam serenas
perante meus ternos olhos.
Logo me deste a protecção dos teus braços e eu pedi
para neles demorar a receber teus beijos,
nesse crepitar de vida,
que me correu pelas veias.
Essa música suave
soou aos meus ouvidos,
num divino aroma
que se dispersa pelas almas
que se afagam,
quando se encontram.
Abraça-me...assim...como se a noite fosse acabar nos raios de luar
e te levasse a passear,
por entre florestas iluminadas,
estrelas calmas e sossegadas,
rios a correrem para o berço-mar...
Beija-me como se o mundo fosse acabar e nada houvesse para nos conter.
Percorre meu corpo quente numa chama de relâmpago
que se não pode perder...
Deixa-me empalidecer de amor
até que a loucura escorra pela parede
que nos vai ver adormecer.
Enche toda a casa de amor,
como se fossem flores vermelhas, pujantes,
que eu ponho nos vasos para durar...
©Maria Elisa Ribeiro
Julho/2021

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

The Gregorian Voices You raise me up 12.10.2024 Kassel

POEMA

 




FATIA DE VIDA

 

 

Como ramo de árvore que se prende a outra árvore,

Enlaço-me a teu peito...

Tenho medo de cair. Seguro-me aos teus olhos, mais perto do coração

Onde pouso as minhas mãos.

Ouço o teu arfar faminto e

 deixo-me ficar suspensa desse teu VIVER-de-VIDA.

                                               Sinto j


á Saudades de não estar aqui DEPOIS!

 

Vejo-me ave no ninho, posta aqui neste raminho

Que é teu corpo dormente.

Saem-me da boca palavras

que tu não ouves mas que bem entendes.

Alongo-me a teu jeito e sou algodão -em-rama que assim te cai no peito.

                                                Lá fora chove mas eu vivo o meu-cá-Dentro.

 

É então que invado as margens das tuas ravinas

 onde o suor escorregadio do amor planta gotas de MIM

                                                 que absorves cobiçoso numa dança sem fim!

 

O sol, a pino...

As aves a recolher...

As matas a escurecer...

e tu vives nosso amor no reflexo doirado

                                                    de mim, ser apaixonado.

 

 

Ao longe sentem-se os raios de luz de uma nova aurora.

Batem nos cortinados sem saberem a tristeza do medo de acordar

Desta Vida Plena...

Dorme, senhor meu que o mar turbulento ainda não te deixa acordar.

 

Maria Elisa Ribeiro-PORTUGAL

TEXTO REGISTADO

©FEV/2023

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Sinéad O’Connor & Roger Waters - Mother - The Wall (Subtitulos En Español)

 







O INVERNO DA TERRA , DO AR E DO MAR

 

 

 

Decorre a noite de olhos abertos, vigilantes,

A descer lentamente, sem rotas, sobre as janelas

Que são as estradas das montanhas a definhar de sono, à luz da lua.

As folhas dos arbustos imobilizados sonham gotas de orvalho

refrescante,

 a cairem sobre campos, terras e vidas.

 

Há vida, solene e sonâmbula, nos mais estranhos meandros das serras.

 

Nos seus coloridos madrugadores, em tons violeta dourado,

 a aurora anuncia com toda a alegria o nascer de um novo dia

e a fuga dos cometas para um próximo entardecer.

 

Dou-me conta de que é Inverno...mas, sem darem por isso,

floriram rosas selvagens ao pio da vida do alvorecer.

Ao Longe, ouço o mar que ruge---o desalmado!--- não dorme com medo de se afogar e morrer...

 

Então, cheio de ondas alterosas, atira-se contra areais e falésias,

seguro de que não vai desaparecer!

O céu soluça nas nuvens que o encobrem

 e vai escurecendo o horizonte.

 

Abre-se a brisa da porta dos tempos, e por ela voam os meus sonhos,

parentes próximos das lareiras de um AMANHECER-OUTRORA que não

voltei a ter.

Ouço música no adro da Igreja (onde memorizava Vogais e Consoantes) em noites de lua cheia...cheia como candeia acesa no mar alto, que finge ser  um farol.

 

 Perdi meu endereço,

 nesse mar onde meus cabelos parecem algas a

flutuar  e

enquanto a noite avança------------avança vestida de crepúsculo,

despida de alvorada,

escura como alma assombrada.

 

 

 

 

!©Maria Elisa Ribeiro-Portugal

 

FEV/2015

Bom dia, queridos amigos! Que o SENHOR esteja a vosso lado!


 

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Bom dia, meus amigos!


 

Poema...

 






MINHAS HORAS-GOTA-A-GOTA

 

 

*Sinto no corpo o tempo a fluir em imagens e pensamentos

que me vão ocupando lugares absolutamente provisórios.

E quem nunca  sentiu o corpo a mover-se ao sabor da sua história?

É que a história não é muda, por mais que a queiram calada,

cansada, alquebrada...

 Por mais que alguém a falseie,

a história humana recusa-se a ficar calada!

 

*Há quem diga que somos feitos de átomos... Mas um passarinho

que me pousou nas mãos, disse-me que todos somos feitos de histórias...

A água do rio flui a correr na glória de não voltar atrás,

porque é para a frente que a sua vida se faz.

 

*AH, mas a água do mar é diferente...Está ali, no PASSADO DO PRESENTE,

Sempre-no-FUTURO, indiferente ,prepotente, teimosa.

Minhas horas, escritas gota-a-gota-------(que agonia!)-------são espuma, sopro,

fumo e vento, sangue e melodia.

 

*Para mais, sabemos que temos no corpo o tempo a fluir

em imagens e pensamentos que, languidamente,

  descansam na Mensagem.

Venho de outras distâncias e de as habitar para lembrar o labirinto-dor,

medida da história do Homem que ainda assombra quando,

no espelho antigo e turvo outro ser me ultrapassa, novo e risonho.

 

*Quantos duelos travámos nos monólogos que perdemos,

no Hora-a-Hora do livro em que morremos-vivendo!

Meu corpo desmesurou-se para te receber...

Por isso, estou sempre aqui...sempre por nascer...à espera de te ver!

 

 

 

©Maria Elisa Ribeiro

NOV/2016

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Bom dia, amigos!


 

POEMA

 POEMA em PROSA POÉTICA

POEMA
RELVA DE Sonhos
Alfabeto com que escrevo a minha presença no mundo,
tu és O tudo que os mitos retratam no Tempo,
sem conhecerem a realidade de um teu único segundo.
E eu beijo-te, sem boca…
Toco-te, sem mãos…
Afago-te com uma ternura ausente-sempre-presente,
ao despir a túnica com que a Lua me escondeu
do teu olhar profundo…]
No calendário dos dias-que-sou,
tenho a tua alegria na cor viva dos sentidos,
telas coloridas da alma intensa que te dou,
suspensa dos pincéis de requintados pintores.
Empresta-me o teu rosto…só por um momento…
…o tempo necessário para que a esperança seja verdade,
fora dos cadernos de ternos apontamentos
__________________que se debruçam sobre as palavras
__________________ que suspiram sentimentos.
Queria deitar-me a teu lado…assim…teus olhos nos meus…cabelos espalhados num travesseiro de seda, feito de brilhos de estrelas que batem, descompassadas, à vidraça das janelas.
Queria deitar-me assim…deitar-me, apenas, fora da relva dos sonhos, esses sulcos estriados da alma que se desfazem como areias violentadas pelo vento, ao mover pedras das marés, afastadas da força dos desertos.
Queria que a noite, em passos apressados, saísse do ventre das mágoas, para entrar no espaço dos meus braços-nos-teus, num sensual patamar do sono…que não sentimos…mas que sabemos…
Não saio desse tempo nem desse espaço, mesmo que um sopro de vento nos queira vencer, pelo cansaço, soprando os sonhos para longe do nosso abraço.
Queria deitar-me em lençóis-páginas-longínquas, de poemas que estão por Acontecer.
Qualquer árvore sabe a sua Hora de florescer…Qualquer pássaro sabe de cor o rumo que deve tomar, ao esvoaçar…ao correr, livre, pela sombra das nuvens…Qualquer gota de mar sabe, que é em colherinhas de relvas feitas conchinhas, que a vou beber…
Eu sei que a tua sede se pode transformar em fonte,
para me dares de beber…
Maria Elisa Ribeiro
AGOSTO/2014

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