segunda-feira, 11 de março de 2024

POEMA

 POEMA: VOZES DOS TEMPOS DO MAR...

De doiradas areias revestido
um frio amanhecer acorda, no areal estendido.
Inquieto, o mar não pára de baloiçar
revolteando as ondas, num contínuo subir e descer.
Águas azuis, cobertas de escamas prateadas batem, sensuais,
nas areias adormecidas
onde restos de tempestade repousam,
numa tortura de mil emoções perdidas.
Uma música estranha e mágica
provém do mistério oceânico…
Junto ao nevoeiro da maresia, oiço essa música gloriosa
a passear por entre bocados do mar , pedrinhas de areia,
nácares da maré cheia , búzios vazios fechados ao segredo…
Vozes dos tempos do mar…adágios de ondas a amar…
Tudo é indiferente ao sangue das nossas veias!
Amo a vida, a cada momento de cada espaço,
desde que sinta a meu lado, a força do teu a braço.
O amor realiza a vida na vida!
Uma mística rede de música protege-nos do frio do mar
e das ondas furibundas.
No beijo que damos sorvemos goles de âmbar…
…e poluímos a areia, amando-nos!
Nas águas, há medusas, confusas com a nossa música,
deitada na espuma acastanhada do areal.
Aproxima-se a noite…entristecemos, calados, a hora da despedida…
O marulhar do mundo, no nosso hino, emudece e
deixamos de ouvir a música dos momentos de sonho.
Mas o nosso amoral sentido deseja a Vida!
Instinto de viver feito consciência deita-nos na areia
a ver o céu de loucas estrelas borbulhantes
acariciando os olhos de todos os amantes.
Maria Elisa Ribeiro -Portugal -2021
Foto Google (autor da tela:???????)
Pode ser um desenho de harpa
Todas as reações:
Rogério Manuel Madeira Raimundo

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