segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

POEMA

 





O INFINITO IMPOSSÍVEL

 

 

Idealista, sonho o Infinito Impossível e encontro-me,

 perante MIM-PRÓPRIA, de mãos vazias.

Não encontro o ALÉM, a quimera almejada.

Sou pequena! Não sou NADA perante a grandeza almejada!

 

*Retenho desse idealismo, o céu azul límpido e de raios de luz ofuscantes

daquela infância que NUNCA FOI.

Corri pelos campos,visitei ninhos de passarinhos,

 que faziam os meus encantos e

apanhei flores silvestres e frutos maduros caídos no chão...

 

*Lembro as águas de um ribeiro choroso,

que rumorejava, tão lentamente, que nunca mais chegava ao mar;

e eu, valente capitão das minhas barcas feitas de folhas de vergueiros,

encaminhava-as com meus pauzitos de brincadeiras

como remos de marinheiro,

 tal como se fez com o rouxinol de Bernardino,

ao longo do ribeiro para a sua morada final.

 

(Felicidade estéril entre o TUDO e o NADA)

 

*Assim, hoje, sou eu:árvore magoada, direita ao céu onde estou proibida de tocar!

Teimosa, imperfeita...apossei-me das minhas mágoas

pois não as possa largar...assim...de qualquer modo, por aí.

Não sei onde vão parar...São minhas! Com elas Me quero SER!

Oscilam entre MIM e MIM-PRÓPRIA rodeando-me num “sem cerimónia fatal”!

 

©Maria Elisa Ribeiro

OUT/2023

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