quinta-feira, 23 de novembro de 2023

 





António Duarte

3 d 
Silêncio
é imóvel
a rotunda que te circula
e vive na sua orla
a humildade da circunferência
que tinhas na voz
a tua voz
que se saturou de tanta vida
em tão pouca vida
é a debilidade que me impede
as palavras mais bonitas nos dias
mais funestos
as palavras que me faltam
as mesmas que te ausentam
são sonetos inteiros de temores
tumores
tremores
sem som à vista
como é o rufar de...
tu sabes de quê
quando não há baquetas
ou a ausência está nas mãos
há uma faceta de abundância desmedida
que nos resta do teu brado
e
ao que sei
permanecerá
na mente de todos os palcos
dói a alma na partida
e as palavras sem filtro
são as que mais alimentam os vermes
é uma metamorfose inversa
a de "chamar a música"
a dar-nos o teu "shiu"
silêncio
silêncio por favor
António Duarte-Meu filho, o poeta António Duarte-.POEMA dedicado À saudosa SARA TAVARES
11/2023

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