terça-feira, 27 de junho de 2023

POEMA com ilustração de um quadro de VINCENTE van GOGH

 


MADRUGADAS …

 

 

 

*Madrugadas de cheiro a alecrim

no rosmaninho selvagem…

carregadas de orvalho, que desliza despudorado

e lânguido…

Folhas de árvore, lambidas pelo mistério da noite,

abrem-se, sensuais, aos raios do sol, penetrante…

 

*Épica viagem do orgasmo da nocturna NATUREZA!

 

*O precioso líquido derrama Vida a esmo…segredo puro…

…ilha dos amores desencantada…Ogígia desbravada…vida namorada…

Louros, silvas, giestas…ervas doces a acordarem em festa!

Madrugadas, prenúncios do dia,

entremeadas por pedaços do prazer da noite!

Noite vivida…sentida…sofrida no arfar do Amor letal…

…vital…senhor da minha eternidade material…

 

*Noite de estrelas estendidas sobre o corpo do MUNDO,

espalhando luz e cor na minha melancolia,

roubando-me sentimentos de abulia…

 

*Ergo histórias sensuais na noite,

nos pináculos da felicidade erecta,

que toca os céus de uma intrigante meta…

Anulo-me na deliciada impressão de que estou

a alvorecer, vinda da rota do prazer…

Almofadas pelo chão…orvalho sacro na minha mão…

Afago o corpo, descansado…

… num novo cansaço!

 

*Cheira-me a ti, esta madrugada serena e louca,

que a natureza morreu de paixão….

 

*Abro a janela.

Espreito a mata, onde o dia se atrasou…

Parece que deus envelheceu…a noite continua tensa

sem o calor espasmódico da tua presença…

 

Ciente do orvalho desta noite imensa,

sinto o fogo, divindade intensa,

 no centro da TERRA,

minha ilha DO sempre…eternidade permanente,

 

*Lá …naquele ORIENTE…

ESTE…ardentemente…

 

 

Maria Elisa Ribeiro

 ©MRÇ/018

 

 

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