Isabel de Aragão, Rainha de Portugal

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Disambig grey.svg Nota: Se procura outras santas com o mesmo nome, veja Santa Isabel.
Disambig grey.svg Nota: Se procura outras princesas com o mesmo nome, veja Isabel de Aragão.
D. Isabel
Rainha Consorte de Portugal
Infanta de Aragão
Santa Isabel, rainha de Portugal.
Santa Isabel de Portugal, Retrato idealizado criado por Francisco de Zurbarán,
c. 1635 (Museu do Prado)
Rainha de Portugal
Reinado2 de fevereiro/24 de junho de 1282 – 7 de janeiro de 1325
Antecessor(a)Beatriz de Castela
Sucessor(a)Beatriz de Castela
 
Nascimento4 de janeiro de 1271
 Barcelona ou SaragoçaCoroa de Aragão
Morte4 de julho de 1336 (65 anos)
 EstremozPortugal
Sepultado emMosteiro de Santa Clara-a-NovaSanta Clara e Castelo ViegasCoimbraPortugal
CônjugeDinis I de Portugal
DescendênciaConstança de Portugal
Afonso IV de Portugal
CasaBarcelona (por nascimento)
Borgonha (por casamento)
PaiPedro III de Aragão
MãeConstança da Sicília
Santa Isabel de Portugal
Veneração porIgreja Católica
Comunhão Anglicana[1]
Beatificação1516
por Papa Leão X
Canonização24 de junho de 1625
por Papa Urbano VIII
Principal temploIgreja da Rainha Santa Isabel no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova de CoimbraMosteiro de Santa Clara-a-Velha e capela do Castelo de Estremoz
Festa litúrgica4 de julho
AtribuiçõesRepresentada como rainha de Portugal, com rosas no regaço do vestido ou vestida com o hábito da Ordem Terceira de São Francisco, com o bordão de peregrina a Santiago de Compostela.
Padroeira

Isabel de Aragão OSC (em catalãoElisabet d'Aragó; ou, usando a grafia medieval portuguesaYzabelBarcelona[2][3][4][5] ou Saragoça11 de Fevereiro de 1270— Estremoz4 de julho de 1336), foi uma infanta aragonesa, que viveu aproximadamente do ano 1270 até 1336 sendo rainha consorte de D. Dinis. Ficou para a história com a fama de santa, tendo sido beatificada e, posteriormente, canonizada. Ficou popularmente conhecida como Rainha Santa Isabel ou, simplesmente, A Rainha Santa, e é padroeira da cidade de Coimbra.

Vida

Isabel era a filha mais velha do rei Pedro III de Aragão e de Constança de Hohenstaufen, princesa da Sicília. Por via materna, era descendente de Frederico II do Sacro Imperador Romano-Germânico, pois o seu avô materno era Manfredo de Hohenstaufenrei da Sicília, filho de Frederico II. Não existem fontes históricas exatas sobre a data e local de nascimento de Isabel, e portanto este não é um ponto consensual, sabe-se no entanto que cresceu em Barcelona, onde estava instalada a Corte da Coroa de Aragão.[4][6]

O seu nascimento é lendário, pois nasceu envolta numa pele, mostrando a sua ligação com o divino.[2]

Teve cinco irmãos, entre os quais os reis aragoneses Afonso III e Jaime II, e Frederico II da Sicília. Para além disso, foi sobrinha-neta de Santa Isabel da Hungria, também considerada santa pela Igreja Católica. O parentesco vem através da avó paterna Iolanda da Hungria, meia-irmã de Isabel da Hungria.

Isabel teve influência na política: a sua origem aragonesa assegurava a aliança entre Portugal e Aragão. Serviu de mediadora nos conflitos bélicos que surgiram na família.

Com o tratado de Alcanizes, os seus filhos Constança e Afonso casaram com os primos castelhanos: Fernando IV de Castela e Beatriz, também eles irmãos.

A rainha foi canonizada pelo papa Urbano VIII a 25 de maio de 1625.[2]

Casamento

Rainha Santa Isabel ao lado de Dom Dinis, com rosas no regaço.

D. Dinis de Portugal tinha 17 anos quando subiu ao trono e, pensando em casamento que na altura era um complexo evento diplomático, convinha-lhe Isabel de Aragão. As primeiras conversações tiveram por mediador Filipe III de França, em Toulouse, tendo mais tarde enviado diretamente uma embaixada a Pedro de Aragão em novembro de 1280. Formavam-na João Velho, João Martins e Vasco Pires. A embaixada poderá ter encontrado enviados dos reis de França e de Inglaterra, cujos infantes também eram pretendentes de Isabel. O soberano de Aragão preferiu escolher aquele que já era rei, apesar das desavenças de D. Dinis com o meio-irmão e pretendente ao trono, Afonso de Portugal, Senhor de Portalegre.

11 de fevereiro de 1281, com aproximadamente 11 anos, Isabel casou-se então por procuração com o soberano português D. Dinis na capela de Santa Ágata no Palácio real de Barcelona, tendo Pedro III de Aragão enviado ao Reino de Portugal dois embaixadores cerca de um mês depois para ratificar o Tratado de casamento. Deslocaram-se a Portugal Bertrán de Villafranca, camerário da Sé de Tarragona,[7][8] e Corrado Lancia, almirante da frota real,[9] incluindo a missiva um convite, que foi ignorado, para o rei português se deslocar a Barcelona.

A reunião dos recém-casados teve de aguardar pela estabilização política em Portugal e pelo momento mais oportuno para Isabel e o seu séquito atravessarem terras castelhanas, consideradas inseguras.

Por carta de arras datada de 24 de abril de 1281 lavrada em Castelo de Vide, Isabel de Aragão recebeu como dote, as vilas de AbrantesÓbidosAlenquer, e Porto de Mós. Posteriormente deteve ainda 











os castelos de Vila ViçosaMonforteSintraOurémFeiraGaiaLamoso, Nóbrega (atualmente Ponte da



 Barca), Santo Estêvão de ChavesMonforte de Rio LivrePortel e Montalegre, para além de rendas em numerário e das vilas de Leiria e Arruda (1300), Torres Novas (1304) e Atouguia da Baleia (1307). Eram ainda seus os reguengos de GondomarRebordõesCodões, para além de uma quinta em Torres Vedras e da lezíria da Atalaia.

Isabel viajou em direção ao Vale do Ebro pela antiga Via Augusta, depois TeruelDarocaCalatayud seguindo pelo corredor do vale do Rio Douro até Samora.[10] Entrou em Portugal por Bragança, tendo sido a boda celebrada em Trancoso, a 26 de junho de 1282. Por esse motivo, o rei acrescentou essa vila ao dote que habitualmente era entregue às rainhas (a chamada Casa das Rainhas, conjunto de senhorios a partir dos quais as consortes dos reis portugueses colhiam as prendas destinadas à manutenção da sua pessoa). Os festejos prolongaram-se por vários dias, tendo os reis permanecido na cidade até finais de julho, altura em que se mudaram para a Guarda. A finais de setembro encontravam-se em Viseu, entrando em Coimbra a 15 de outubro para se estabelecerem no Paço Real da Alcáçova (hoje ocupado pelo Paço das Escolas da Universidade de Coimbra).

Do seu casamento com o rei D. Dinis teve dois filhos: