segunda-feira, 24 de outubro de 2022

POEMA

 NOVO-VELHO-MAR.

Profundezas misteriosas, profundos escuros ominosos, superfícies rasgadas
no ENTÃO, por correntes de ondas e espumas alterosas,
albas sorridentes-a-arder-clarões solares ou mesmo chuvas copiosas a rebentar...
Olhamos-te, mar de todos os sentimentos e imprecações!
Esse olhar segue a caminho de um céu flagelado de verdades!
Todas as Luas te saúdam….e são NOVAS, CRESCENTES, CHEIAS e MINGUANTES.
Por vezes, enredam-se nos mastros que te sulcam…
…por vezes, brilham na alegre superfície livre das ondas…
…por vezes, ó mar das memórias, perdem-se nas encruzilhadas do sol
com a terra desértica, onde uma vez morreu a nossa História.
Na noite, uma longa festa solitária de claro-escuro faz-me testemunhar
um mundo onde pressinto os “ALÉM”.
E ouço minha Pátria antiga no choro de uma guitarra ébria,
na cal dos corredores
que sugam licores
e nos vinhos
que o escuro engole, momento a momento.
VIVO-ME!
E juro que atravessei as águas desse dorido mar
em companhia de golfinhos falantes,
precursores de palmeirais e outros odores!
Mas sou TERRA!
E sinto-me rica de ruas da minha aldeia
cheias de alegres risos de crianças a jogarem “ao lencinho” e “à macaca”…
Reparo no Ocaso esguio...
vejo os idosos apáticos sentados nos bancos,
à espera da ESPERANÇA…
OUT-019
Maria Elisa Ribeiro
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