quarta-feira, 27 de julho de 2022

O Mosteiro dos Jerónimos

 

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O Real Mosteiro de Santa Maria de Belém, designado comumente por Mosteiro dos Jerónimos, por ter sido destinado à Ordem de São Jerónimo, é uma obra-prima da arquitetura portuguesa. Classificado Monumento Nacional, em 1907, e inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO, em 1983, está vinculado ao Protocolo do Estado. A igreja, sede da Paróquia de Santa Maria de Belém, com serviço religioso e horário para vistas patrimoniais, e o claustro, secularizado no século XIX, têm acesso distinto e formam o conjunto patrimonial mais visitado do País.

Razões históricas e artísticas fundamentam a relação institucional entre o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, atualmente sob a mesma direção. Ambos os edifícios, construídos por iniciativa do rei D. Manuel I, cujo reinado decorreu entre 1495 e 1521, dependeram dos meios financeiros avultados e dos recursos artísticos exigentes que este empenhado e poderoso mecenas disponibilizou.

As obras do Mosteiro de Santa Maria de Belém tiveram início em 1501, ou em 1502, e ocorreram ao longo de várias décadas. Por sua vez, as da Torre de Belém, estando prevista a construção de uma estrutura defensiva no local, já no reinado de D. João II (1481-1495), aconteceram entre 1514 e 1519.

D. Manuel I mandou construir a Torre de Belém com a finalidade de proteger, não apenas o porto de Lisboa, a barra do Tejo, mas também o Mosteiro dos Jerónimos, então em construção. Na época, a configuração da barra do Tejo proporcionava efetiva proximidade e ligação visual entre os dois empreendimentos régios – a Torre construiu-se no rio, a 250 metros da margem, sobre um afloramento basáltico, e o Mosteiro foi erigido na margem, em frente da praia do

Restelo.

Assinale-se a excelente qualidade alcançada no Mosteiro dos Jerónimos devedora da experiência do primeiro mestre, Diogo de Boytac, e de outros notáveis arquitetos e escultores provenientes de diferentes regiões da Europa. Entre estes, destacam-se o biscainho João de Castilho, que dirigiu as obras a partir de 1517, após ter concluído o portal sul da igreja, e o escultor Nicolau Chanterene, de origem francesa, a quem se deve o portal ocidental. Este portal ostenta com visível aparato os retratos dos reis patronos, D. Manuel I e D. Maria de Castela, referidos pelos cronistas como sendo “tirados do natural”.

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