quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Artigo do jornalista Luís Osório, sobre a "personalidade" CINHA JARDIM

 

POSTAL DO DIA
É particularmente obsceno ouvir Cinha Jardim
1.
Cinha Jardim que já foi namorada de Pedro Santana Lopes e mais umas quantas coisas menos relevantes, continua a fazer comentários na TVI sobre tudo o que acontece na casa dos segredos onde rapazes e raparigas nos oferecem o melhor de si para que um dia, se tudo correr mal no planeta, o “criador” não se arrepender quando resolver encomendar a nossa alma ao esquecimento.
2.
Cinha Jardim é filha de Jorge Jardim, durante muitos anos um homem de confiança de Salazar em África.
Um pai que enriqueceu e construiu um império em Moçambique.
Cinha cresceu no orgulho de ser filha de um homem que era um aventureiro e um vencedor, um homem pragmático que fez o que foi preciso em nome de uma ideia de Império que só podia confluir num Portugal do “Minho a Timor”.
3.
Desculpem a introdução para ir ao que me interessa.
Na televisão, nos seus sempre elucidativos comentários, Cinha Jardim disse assim a propósito de um qualquer cozinhado da casa de segredos:
“Em minha casa não há douradinhos, pretinhos ou escurinhos”.
Disse-o como se fosse uma piada.
Não é a primeira vez – há uns largos meses, chamou de pretinho um concorrente de uma outra edição da casa.
E quando aconteceu a polémica de Marega – o ataque racista de que foi alvo – Cinha Jardim também foi muito clara sobre o que lhe vai dentro da cabeça.
Vamos lá a ver.
Não gosto de uma certa ditadura do politicamente correto, mas parece-me ofensivo que um canal de televisão pactue com pessoas que veiculam discursos racistas e uma linguagem ordinária que agride qualquer pessoa bem formada.
4.
Se na semana passada critiquei a “socialite” que defendia que algumas praias deveriam ser pagas para serem mais bem frequentadas, esta semana não poderia deixar de escrever sobre esta pessoa que aos meus olhos é estranha, incompreensível e particularmente obscena.
Sobretudo vindo de uma pessoa que tanto fala de Deus e da Igreja Católica quando define o que é a sua vida.
Como é possível?
Como é que ela justificará a existência dos “pretinhos” à luz dos ensinamentos de Jesus Cristo?
Só me parece que existe uma hipótese, é a única que encontro – para ela, e para outros racistas crentes, os negros não são filhos de Deus.
Provavelmente deveriam estar na selva com os outros macacos.
Que horror, que vergonha, que nojo.
LO

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