quarta-feira, 1 de julho de 2020

POEMA

Poema:
UM SEGUNDO VITAL
Canso-me a acertar a Hora do velho relógio,
donde me escapa sempre o Segundo-Vital,
o do Presente, esse momento virtual…
Sem ele, sou apenas a ilusão do corpo…
…sou Passado-lembrança em Vida semeado
e de olvido cravejado.
Vivo das palavras de todas as horas!
Só com elas sou-o-que-SOU e com elas vou onde vão.
Verdade, verdade é que,
(bem lá no fundo)!
as palavras são fortes mas dúbias,
pois são ponteiros
do Tempo,
o grande senhor do mundo.
Mesmo fora de horas, de minutos e de segundos,
levo-as comigo quando passeio, quando fixo a Lua,
quando te beijo nos momentos de todas as estações e
quando percorro as areias brancas, à beira-mar-do-meu-tempo…
À beira-mar das palavras, SOU!
Se as levo,
volto a trazê-las dentro da eternidade dos poemas,
-(eternos companheiros da idade)-
onde me fecho,
num virtual momento,
na ânsia de encontrar o fio que me liberta
do labirinto de ideias…
Maria Elisa Ribeiro

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