terça-feira, 21 de janeiro de 2020






NOIVAS


Parecem noivas a caminho do altar
ornadas de odores que fazem sonhar,
as amendoeiras que tomaram as colinas
e os verdes vinhedos que hão-de maturar.

Essas amendoeiras floridas sonhei-as e vivi-as
desde a minha infância pequenina, ladina,
 vaporosa nas minhas coroas de flores-tão-noivas-também-
-a-caminho-do-altar…

Inocência…

Fiquei ,pela vida, sem nada para lhes dar
( excepto a verdade aromática das minhas palavras)
ricas de ruralidade como o sítio onde as vejo despontar-
-noivas dos campos de Portugal,
este PORTUGAL de quando as naus cortaram as águas
dos oceanos-a-desvendar.

Alguém disse um dia que “nunca se viu que um poema tenha modificado as coisas”.

O poema-amendoeira, no seu odor de altar, contrariou este dito,
pois ajudou a Pátria-Mãe a Modificar o Mar.
Este obedeceu, resmungou, fez chorar e deixou morrer…
mas a canela cheirou a canela e a pimenta temperou novidades.
O marfim dourou obras de arte que a nossa arte sonhou
 e o jasmim
espalhou preciosos odores por todas as belas flores de PORTUGAL.


Maria Elisa Ribeiro
JAN/020


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