quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Apontamentos sobre o autor, postos em texto, depois de uma conferência



Pasternak caiu em desgraça com as autoridades soviéticas durante os anos 1930. Acusado de subjetivismo, ele conseguiu, no entanto, não ser enviado a um gulag – Administração Geral dos Campos de Trabalho Correcional e Colônias – um sistema infernal de campos de trabalhos forçados para criminosos, presos políticos e qualquer cidadão em geral que se opusesse à ditadura da União Soviética, mas que se destinava, na verdade, a silenciar e torturar opositores ao regime. Em um gulag, morrer rapidinho era um prêmio dos deuses, pois viver ali era uma crucificação dia a dia, ano a ano. Segundo dados soviéticos, entre 1934 e 1953, morreram nos gulags 1.053.829 pessoas, excluídos os que morreram em colônias de trabalho. Arquipélago Gulag, de Alexander Issaievich Soljenitsin (Kislovodsk, 11 de dezembro de 1918 – Moscou, 3 de agosto de 2008), é, provavelmente, a mais forte e certamente a mais influente obra sobre como funcionavam os infernos-gulags nos tempos de Josef Vissarionovitch Stalin (Gori, 18 de dezembro de 1878 – Moscou, 5 de março de 1953). Enfim, a coisa toda é mesmo como disse Boris Pasternak: Os detentores do poder ficam tão ansiosos por estabelecer o mito da sua infalibilidade, que se esforçam ao máximo para ignorar a verdade.




Foi-lhe atribuído o Nobel de Literatura de 1958 (pelos feitos na poesia lírica contemporânea e na tradição épica da Rússia), mas, por razões políticas, ele não foi autorizado a recebê-lo.



Na Rússia, Pasternak é mais conhecido como poeta do que romancista, em virtude de o livro Doutor Jivago não ter feito sucesso na antiga União Soviética por motivos políticos. É interessante observar, no entanto, que o personagem principal é justamente um poeta que tem problemas com as autoridades soviéticas, embora simpatizante da causa dos deserdados. É possível afirmar que o Doutor Jivago é um alter ego do poeta Pasternak.



Boris Pasternak morreu em 30 de maio de 1960, em Peredelkino, ao sudoeste de Moscou, em presença de alguns amigos fiéis, entre eles, o poeta e escritor soviético Andrei Andreyevich Voznesensky (Moscou, 12 de maio de 1933 – Moscou, 1º de junho de 2010), em conseqüência de um câncer de pulmão.





Casa-museu de Boris Pasternak em Peredelkino(in NET)

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