quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Poema meu



Poema :




O CÉU DEITA-SE NO AMANHECER DAS PALAVRAS…




*…quando um peregrino se põe a caminho
apoiado num bordão,
tão pesado como a memória da vida
a perder-se pelas colinas, pelos mares distantes,
pelos trajectos dos ventos uivantes…





*O céu deita-se, quando o sol desperta em raios brilhantes
e as borboletas despejam beijos nas flores
a quem sugam as cores de mel da vida com seus ardores.


*O céu adormece, ao som dos passos fatigados do poeta
que percorre as palavras,
que se escondem nos pedregulhos-escolhos,
dificultando-lhe a chegada à inatingível meta,
alojada nos cardos da recta do pensamento…




*O poeta acordou e pôs-se a caminho… de mansinho…
para que o céu pudesse dormir.


A mensagem-vida surgirá nos raios de sol
por detrás das ravinas angustiadas, onde tudo se aninha
nos braços dos ventos, que varrem a Terra e os Elementos.




*O amanhecer começa
na boca das frases, pintadas a sangue pela ponta dos dedos
que afagam a caneta, portadora de pensamentos, algo audazes…




*Há alegria neste céu onde dormem estrelas
a murmurar segredos ao ouvido do peregrino das palavras…




**Ouço a voz das flores que segredam raios de sol
à raiz telúrica das aves, inclinadas perante o voo das folhas das árvores.


**Pressinto o marulho das ondas, que acordam os oceanos
confusos com a beleza maior
das mensagens dos versos-no-seu-reverso de fulgor.




! Oh, céu do meu sobressalto! Dorme a meu lado…
Aconchega-me na palma das palavras…das que disse
e das que nunca serei capaz de saber!
!Esquece o mistério do Secreto sabor das letras…
!Revela-me o descanso da tremenda confusão do imortal caminho,
que poderá conduzir-me a uma verdade - GRAAL!







Maria Elisa Ribeiro
FEV/014

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