domingo, 28 de fevereiro de 2021

A minha Poesia, em Prosa!

 QUANDO A PROSA ME INVADE A POESIA

À SOMBRA DAS ÁRVORES QUE DÃO PALAVRAS
Sentava-me debaixo das árvores, acalentada por sombras da vida, que o quintal, ternamente, abraçava. Falava comigo ao som dos ventos, que abanavam as folhas. enquanto um carreiro de formigas, atarefadas e diligentes, me passava rente aos pés que nada sentiam. Tantas vezes essas árvores me apareciam nos sonhos de quando dormia, acordada. Foi debaixo da sua sombra, que me encontrei a sonhar palavras feitas, desfeitas, entrelaçadas-em-mim.
Por vezes,
gostava que tudo fossem verdades expostas na nudez da vontade
com que as crio…e que elas me correspondessem
na urgência de um momento vazio…
Dariam, então, frutos amadurecidos, na sombra e na luz
da alegria, reforçados pela vida-a-abrir, ao nascer do dia.Talvez fosse por aí que começaram a aparecer sonhos, que só mais longe-no-tempo compreendi. O hálito do tempo, esse sopro que se não vê, mas que se sente ao passar sob o nosso olhar, tem a sua pressa definida nas rugas da pele da vida a chegar.
A casa dorme……dorme o velho corredor, salpicado de molduras antepassadas……dorme o quintal, a abraçar a doçura dos frutos-palavras que brilham com a sua luz,sem nada invejar a outras luzes.
O vento varre- me o pensamento, sem Passado, sem Futuro (mesmo sem Presente!) a sair do seu trilho habitual sem ver a dimensão das coisas, sejam elas enormes como uma catedral, ou minúsculas como aquela formiga, que me vai passando perto dos pés.
Há nuvens nos ares………meus olhos têm chuva……..a noite cai, de repente,
como pestana que se solta
sobre uma árvore distante…
ou será uma pétala vermelha seca, quando já
não tem o abrigo da luz das estrelas?
Sentava-me, então, debaixo da sombra das árvores…
Sento-me, hoje, debaixo do sol dos meus versos…
…e o vento da noite gira no céu e canta,
porque a poesia nunca desaparece, nem descansa!
Maria Elisa Ribeiro-Portugal
DEZ/013
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Boa noite|



Bom Domingo!


 

 Amílcar Falcão, d’ Alcobaça que vos abRRaaaaaaAÇA, Reitor da UCoimbra, na linha certa: "Portugal devia ter fábrica de produção de vacinas, que é uma coisa que se faz em seis meses"

sábado, 27 de fevereiro de 2021

POEMA

 POEMA

QUANDO A PROSA ME INVADE A POESIA
(Ciclo “Rumores poéticos”)
Conheço bem a terra que meus olhos transformaram com o ardor vivo da ajuda das tuas mãos…
Tua terra teu corpo teu olhar, minha evasão!
E é sentimento! É desejo! É consagração!
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Essa terra, humedecida de orvalho, parece cristalizada num verniz de tom universal…eu diria mesmo, imortal.
A manhã mostra-se e alarga-se nos caminhos onde eu, pequeno triângulo, obra imperfeita, me divido nas poeiras do alvorecer em total comunhão do meu corpo com o teu, sob um azul mítico de um inominável céu.
Uma a uma, levei comigo as pedras rugosas do alto da serra, para construir o meu lar_____ o fogo que lá brilhou, quase escureceu…
Até tenho pudor de falar do que aconteceu na transformação que, entre mim e ti, se deu.
Sinto que, nessa terra, se apagou o ardor das mãos onde o fogo-do-lar viveu e,
numa tela a arder-apagada…
ali ficou uma folha amarelecida, de nós afastada, num triste canto da madrugada.
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Escorrem em Mim os sons do meu Outro- lado- longe-do- Outro- lado- de Ti...
São sons... e falam da fecundação do Outono no conchego da palma da tua mão,
onde já nasceu uma nova Primavera…
São rumores…creio neles…vêm do útero da Terra!
Maria Elisa Ribeiro
FEV/016
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POEMA

 HINOS À ALEGRIA

Quando as crianças cantam sobre a relva que ri,
as melodias ressoam nas colinas vestidas de flores
que dançam ,
que perfumam
e se chamam boninas...
enquanto as memórias da infância crescem dentro
do coração-tranquilo___________________Apenas.
Quando as crianças brincam sobre as relvas verdes,
gastam as suas primaveras e os seus dias em jogos,
até que chega a noite escura e o duro inverno em
que não podem cantar nem jogar nas relvas,
que choram de frio.
Tudo as chama
para repousar no calor da lareira,
à beira dum bem-estar interno.
A vida muda! Sempre o soubemos… É o que dizem
as lições que aprendemos nos livros.
E “ O sol é grande, caem co’a calma as aves…”
já Sá de Miranda o dizia, na madureza dos anos.
O sol ilumina e aquece a terra que é tão grande!-
e as aves deixam de cantar quando a calma cai,
bem como as crianças se aquietam
[ quando o sol se vai,]
levantam nas vozes um qualquer Hino à Alegria,
que saúda tudo
o que viveram durante o dia!
A primavera nunca esconde as ervas verdes do humano contentamento, nem os ramos quando neles aparecem as folhas e as flores, a Tempo. A primavera é o hino da alegria, que permite ao lavrador encher o dia a lavrar, e ao semeador, descansar, na noite em que não pode semear.
Tudo é alegria nesta simplicidade lexical do viver; deito-me no sonho, a ver passar a água de todas as Imagens do som inesquecível da linguagem, que cresci a tentar aprender, que sei viver ao abandono do livre arbítrio da primavera________
tempo- do irreal-real-do-eclodir das corolas do jardim, às ordens do natural mudar das temperaturas.
A noite decompõe-se sob a fina pele da alvorada, quando as gotas de orvalho penduradas nas elaboradas teias de aranha, começam a cair aos pés das árvores com suas folhas que se preparam com as ervas verdes para os novos hinos de alegria da criançada.
Meu Hino à Alegria foi todos os dias que as noites me foram levando________foi todo o Passado de MIM-CRIANÇA, HOJE-MULHER, AMANHÃ-SE-DEUS-QUISER…
Maria Elisa Ribeiro
AGOSTO/020
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Boa noite, amigos!


 

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