quinta-feira, 16 de maio de 2024

POEMA:

 FILHOS do UNIVERSO

Indefesos e exilados,
nascem os poetas nas horas
do mistério,
sobranceiras à melancolia das ternuras.

Quase sonâmbulos, quase verdes como ramos primaveris
sangrando Esperança,
Quase ciganos em trânsito vagabundo,
como luar que passeia de varanda em varanda,
de papel em papel,
de água de rio-para-a-água-de-mar...


Indefesos e escondidos,
nascem os poetas nas horas de mistério-a-desvendar,
nos campos e horizontes,
nas asas fartas dos pássaros,
no puro respirar das frescas auroras,
na falsa espuma das nuvens,
nos dedos rendidos aos NOMES, aos ADJECTIVOS, aos VERBOS...

QUE LUTA , POETA, QUE LUTAS na LUTA pela LIBERDADE!

O que é a Poesia? pergunta-se uma minoria.
Não sei!
Insisto que “Não Sei”, perfeitamente convencida
de que, afinal, é esta insistência que me salva
na teimosia de persistir escrevendo!
©Maria Elisa Ribeiro
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MAIO/021
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São Pio de Pietrelcina, in Internet

 

São Pio de Pietrelcina: o santo de todos os dias

Aproximar-se dos santos é uma aventura rica e apaixonante; nos sentimos atraídos a viver como eles e a sermos apaixonados por Deus como eles. Quem encontra um “tesouro ou uma pérola preciosa” vai, vende tudo o que tem para comprar este tesouro.

comshalom

É interessante contemplar a vida dos santos. São pessoas iguais a nós, frágeis, fracas, cheias até de defeitos, mas que lutaram contra si mesmas para revestir-se de Cristo. Foram provados pelas “noites escuras”, foram visitados pela dor e sofrimento, perceberam como é duro em certos momentos carregar a cruz de Cristo, mas nunca desanimaram porque queriam ser como Jesus.

Nada melhor para “reavivar em nós a chama do amor de Deus”. Sem os santos a Igreja correria o risco de se acomodar e de se tornar medíocre. Os santos nos acordam do nosso sono e tranquilidade. Não há nenhum santo igual ao outro, como não há nenhuma folha de árvore igual a outra, nenhuma pétala… todos somos diferentes. Deus nos criou por amor e o amor não se repete nunca, é sempre novo, sempre fiel e criativo. Nada mais belo que parar e contemplar os santos, “amigos de Deus e nossos amigos”.

Padre Pio da Pietrelcina é um santo curioso, amável, cheio de vida, ternura, simplicidade. Possui um forte senso de humanidade e compreensão para com todos os que sofrem. Diríamos porém que é um “santo rude, de maneiras exigentes e às vezes até brutas, mas sempre para que as pessoas, caindo em si mesmas, possam voltar a Deus.”

Padre Pio, mistério de Deus

A vida do Frei Pio foi longa, difícil, mas cheia do amor de Deus e de aventuras humanas e divinas. Nasceu em 1887 e morreu em 1968, com 81anos, vividos com intensidade, todo ao serviço de Deus e dos irmãos. Descobriu a missão de ser apóstolo da misericórdia de Deus para os pecadores. Dedicava-se horas e horas ao apostolado do confessionário. Podemos destacar no Padre Pio um amor apaixonado pelos pecadores que encontravam nele uma palavra de ânimo, coragem e perdão, ou às vezes uma palavra dura e forte para que pudessem compreender os próprios erros e se converterem.

É interessante notar que em 1887, também na vida de outra grande santa, acontece algo de impressionante, a descoberta da sua vocação para se dedicar à salvação dos pecadores. Santa Teresinha tem 14 anos, está toda animada com a ideia de entrar no Carmelo aos 15. Será neste ano que realiza a sua visita a Roma e que pede ao Papa Leão XIII permissão para entrar no Carmelo. Mas o que é bonito é que ela descobre, lia escondido  jornal “La Croix”, que o assassino Alessandro Pranzini está para ser condenado à guilhotina e Teresinha suplica ao Senhor por ele que, antes de morrer, dá sinais de conversão.

Teresinha, cheia de alegria, contará mais tarde na História de uma Alma este fato… “Apesar da proibição de papai de lermos jornais, não pensava desobedecer lendo as passagens que falavam de Pranzini. No dia seguinte à sua execução, cai-me às mãos o jornal La Croix. Abro-o apressada e o que vejo?… Ah! minhas lágrimas traíram minha emoção e fui obrigada a me esconder… Pranzini não se confessou, subiu ao cadafalso e preparava-se para colocar a cabeça no buraco lúgubre quando, numa inspiração repentina, virou-se, apanhou um Crucifixo que lhe apresentava o sacerdote e beijou por três vezes suas chagas sagradas!… Sua alma foi receber a sentença misericordiosa.” (MA 46f)

Experiências místicas

Padre Pio de Pietrelcina tinha a plena consciência de que era um “mistério” para os outros e para si mesmo. Viveu a santidade na simplicidade de sua vida. Os fenômenos extraordinários com que foi enriquecido por Deus, por exemplo, os estigmas, levitação, conhecimento das consciências, ou bilocação… tudo isto não comprova a sua santidade. De fato o que faz um santo não são os fenômenos, mas sim a vivência heroica das virtudes teologais.

Padre Pio sempre se sentiu “humilhado” por ter recebido de Deus estes sinais extraordinários. Ele sempre quis que as pessoas agradecessem a Jesus Cristo e não a ele. Nunca o humilde frade capuchinho serviu-se dos dons extraordinários de Deus para fazer “propaganda de si mesmo”. Fugia com todos os meios de todas as pessoas que queriam ver suas “chagas”. Esta atitude é muito importante para a nossa vida de cada dia. Uma lição sublime que podemos aprender.

Não precisamos colocar em evidência os nossos dons, o Senhor se encarrega disto. Não necessitamos que os outros nos promovam, será sempre o Espírito Santo que vai agindo em nós. A exemplo de Jesus quando o queriam fazer rei porque tinha multiplicado os pães, Ele fugiu, escondeu-se, subiu ao monte para rezar… assim não precisamos de autoproteção no bem que fazemos. O Senhor deve nos usar como bem lhe agrada.

Padre Pio de Pietrelcina não dava nenhuma importância aos fenômenos grandiosos que ele tinha, aliás, estes mesmos fenômenos eram para ele um peso, uma cruz quase insuportável.

Sentia-se mistério para si mesmo e não compreendia por que Deus o tinha escolhido para tão grande missão. Quando foi impedido de celebrar com o povo a Eucaristia e de atender às confissões confidenciou com alguém mais próximo: “Tirar o ministério do altar e das confissões a um sacerdote significa matá-lo!”

Ao mesmo tempo que ele sentia sobre si todo o peso da graça de Deus também não era compreendido pelos outros. Nem pelos seus confrades que o viam no início como um impostor; nem pelas autoridades religiosas. Roma o considerava um elemento perigoso. E nem pelos livres pensadores ateus que viam nele somente um enganador do povo.

Mas então quem compreendia o Padre Pio? Deus que o amava imensamente até ao ponto de conceder-lhe o sinal mais visível da paixão do seu Filho Unigênito. E o povo simples que vinha de longe enfrentando perigos e dificuldades para estar por breves minutos com “il santo frate” de San Giovanni Rotondo.

O demônio, inimigo dos santos

Seria de estranhar que o demônio, inimigo declarado de Deus e de todo o bem fosse amigo do Padre Pio de Pietrelcina. São João da Cruz, que entendia bem de Deus e do demônio, nos recorda que o demônio não suporta os santos e os persegue declaradamente e com todos os meios.

Quando lemos a vida de Padre Pio permanecemos intrigados de como o demônio pode lutar tanto contra este frade humilde, pobre e simples. Mas na verdade, toda a preocupação do santo capuchinho era lutar contra o mal e salvar almas. Como pode o mal estar tranquilo diante de tudo isto? Não somente eram tentações que poderíamos chamar “normais”, de qualquer pessoa que luta para ser santo, mas investidas físicas, lutas corporais. O demônio acordava o Padre Pio no meio da noite e batia nele até deixá-lo meio morto. São fatos que têm suas explicações os que têm fé e nunca para os incrédulos.

Mas o que provavelmente mais fez sofrer a São Pio de Pietrelcina não foram os ataques diretos do demônio mas sim uma rede de mal que se criou ao seu redor, vestida de bem, de luz e de defesa da verdade. Ainda vale a pena recordar o que diz João da Cruz: o demônio sabe se “vestir em anjo de luz” para enganar melhor aos outros.

Padre Pio porém, animado e fortalecido pela graça de Deus aceitou toda esta terrível noite escura com serenidade, amor, generosidade e plena e total obediência à Igreja que, para ele, lhe transmitia a vontade de Deus. Padre Pio será sempre para todos o exemplo de uma fidelidade única à Igreja.

Padre Pio: contador de piadas

Somos acostumados a ver os santos sempre de óculos escuros, sérios e pouco sorridentes. Isso é um grande erro. Deus é feliz e é sempre sorriso e alegria para os seus filhos. E como é edificante encontrar pessoas que nós consideramos santas e que ao mesmo tempo são cheias de alegria e sabem viver a vida na sua normalidade. Afinal, dizia um santo Padre do deserto, também os santos comem e bebem, dormem e choram, e riem como todos os outros. Padre Pio gostava de contar piadas e alegrar os seus frades com anedotas que sabia contar com um espírito todo particular no seu dialeto. Há até uma coleção de piadas do Padre Pio.

Dizem que uma vez Padre Pio estava na horta do convento passeando com os demais frades. Todos falavam sobre tudo. A um certo momento Padre Pio diz: “Vocês sabem como se chama o diabo?”

Cada um deu uma resposta: Belzebu, satanás, demônio… lúcifer…

E o Padre Pio, com serenidade diz: “Não, não!”

E então, como se chama, Padre Pio, o diabo?

E o padre, com muita perspicácia diz: “Quando dizemos: Eu, eu faço, eu digo, eu posso, eu alcanço, eu conquisto… eu, eu e eu… Isto é o verdadeiro diabo.”

São Pio, modelo para todos

São Pio de Pietrelcina é modelo para todos nós. Modelo de quê? Antes de mais nada de docilidade em acolher das mãos de Deus tudo o que Ele nos envia. É necessário acolher das mãos de Deus tudo porque Ele e somente Ele sabe o que nos convém para a nossa santidade. Às vezes o Senhor concede dons que criam “dificuldades” para os que os têm porque, colocando-os ao serviço dos outros, provocam inveja, ciúme, incompreensões, divisões… Mas o amigo de Deus, sendo verdadeiro profeta, não pode trair nem a si mesmo nem a Deus e nem aos outros.

Padre Pio se faz para nós modelo de simplicidade. Deus, para realizar a grande obra que queria realizar na sua Igreja para o benefício dos sofredores, não foi buscar nem poderosos nem doutos mas gente pobre e humilde. O grande complexo que Padre Pio criou chamado “Casa Alívio do Sofrimento” foi e é fruto de doações anônimas de milhões de pessoas. Deus sempre age assim. Os pequenos não precisam de “pedestal” para se fazerem conhecidos, é Deus quem se revela neles.

Padre Pio é para todos modelo de amor à cruz, ele a carregou com amor, generosidade e sempre com o sorriso nos lábios. E é também modelo de profeta. Soube dizer não a todos quando foi necessário, sem medo. Por isso os nossos “sims” a Deus que muitas vezes nos fazem atravessar desertos e solidões duras, trazem ao nosso coração uma grande alegria, a alegria de fazer a vontade de Deus.

Os fenômenos místicos do Padre Pio de Pietrelcina não são o mais importante, eles não são necessários para a santidade. Fixemos antes onosso olhar neste pobre e humilde servo de Jesus e imitador de São Francisco de Assis.

Frei Patrício Sciadini, ocd

Bom dia, meus amigos! (Foto de Pinterest)


 

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Esdurece...Chuvisca... Desejo-vos, amigos, uma santa noite!


 

Sobre Vergílio Ferreira, in Internet, O Citador

 





Um País de Canalhas

Pensar Portugal. Nós somos um país de «elites», de indivíduos isolados que de repente se põem a ser gente. Nós somos um país de «heróis» à Carlyle, de excepções, de singularidades, que têm tomado às costas o fardo da nossa história. Nós não temos sequer núcleos de grandes homens. Temos só, de longe em longe, um original que se levanta sobre a canalhada e toma à sua conta os destinos do país. A canalhada cobre-os de insultos e de escárnio, como é da sua condição de canalha. Mas depois de mortos, põe-os ao peito por jactância ou simplesmente ignora que tenham existido. Nós não somos um país de vocações comuns, de consciência comum. A que fomos tendo foi-nos dada por empréstimo dos grandes homens para a ocasião. Os nossos populistas é que dizem que não. Mas foi. A independência foi Afonso Henriques, mas sem patriotismo que ainda não existia. Aljubarrota foi Nuno Álvares. Os descobrimentos foi o Infante, mas porque o negócio era bom. O Iluminismo foi Verney e alguns outros, para ser deles todos só Pombal. O liberalismo foi Mouzinho e a França. A reacção foi Salazar. O comunismo é o Cunhal. Quanto à sarrabulhada é que é uma data deles. Entre os originais e a colectividade há o vazio. O segredo da nossa História está em que o povo não existe. Mas existindo os outros por ele, a História vai-se fazendo mais ou menos a horas. Mas quando ele existe pelos outros, é o caos e o sarrabulho. Não há por aí um original para servir?

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 2'

Bom dia, meus amigos (as) !


 

Bom dia, meus amigos (as) !






 TU, POETA

Tu, poeta, sossegas o sono das macieiras encostadas
aos pinheiros resinosos,
no momento em que se ouvem, do pássaro-de-fogo,
os belos cantos guerreiros.
Irás, poeta, bem o sei, ao rio das pérolas- feitas- litanias
do alto mar, sob o sol quente do meio- dia,
envolto em aromas de especiarias-cravinhos-canelas,
ao leme de um irrepetível poema-caravela de Camões.
Arrozais do fulgor das madrugadas…florestas ambulantes
de frutos desconhecidos, jasmim das horas mais abençoadas
e corais de cores apetecidas, irás cantar.
No centro de tantas milhas náuticas, plantarás sílabas
de urzes e giestas, de outras belas árvores-em-flor
perdidas vinhedos acima, pelas areias do DOURO de PORTUGAL…
…e ouvirás, em distantes orientes, desconhecidas cantigas de amigo
de tantas jovens donzelas, em perigo…
(…flores brancas no crescente lunar, prontas a soltar
os cabelos de ouro a brilhar, esperam-te palavras-a-ciciar
numa fonte-lençol de água a jorrar…)
Maria Elisa Ribeiro
SET/018

terça-feira, 14 de maio de 2024

É quase noite...Vamos recolher-nos ,amigos?


 

Extracto de O Primo Basílio, em Internet, O Pensador





O Primo Basílio

... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!

Ergueu-se de um salto, passou rapidamente um roupão, veio levantar os transparentes da janela... Que linda manhã! Era um daqueles dias do fim de agosto em que o estio faz uma pausa; há prematuramente, no calor e na luz, uma certa tranquilidade outonal; o sol cai largo, resplandecente, mas pousa de leve; o ar não tem o embaciado canicular, e o azul muito alto reluz com uma nitidez lavada; respira-se mais livremente; e já se não vê na gente que passa o abatimento mole da calma enfraquecedora. Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. Foi-se ver ao espelho."...

O Primo Basílio 

Sobre John Steinbeck, in Internet

John Steinbeck

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
John Steinbeck
Nome completoJohn Ernst Steinbeck, Jr.
Nascimento27 de fevereiro de 1902
Salinas
Morte20 de dezembro de 1968 (66 anos)
Nova Iorque
CidadaniaEstados Unidos Norte-americano
PrêmiosPrémio Pulitzer de Ficção (1940)

 Nobel de Literatura (1962)
Medalha Presidencial da Liberdade (1964)

Magnum opusAs Vinhas da Ira

John Ernst Steinbeck, Jr. (/ˈstaɪnˌbək/; Salinas27 de fevereiro de 1902 – Nova Iorque20 de dezembro de 1968) foi um escritor estadunidense.

As suas obras principais são A Leste do Paraíso (PT) ou A Leste do Éden (BR) (East of Eden, 1952) e As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath, 1939). Foi membro da Ordem DeMolay. Recebeu o Nobel de Literatura de 1962.

Biografia

Ainda muito jovem, por influência dos pais, leu DostoiévskiMiltonFlaubert e George Eliot. Terminou o curso secundário no Salinas High School, em 1919. No ano seguinte, ingressou na Universidade de Stanford, exercendo várias profissões para custear os estudos. Em 1925, empregou-se no jornal American de Nova Iorque, e vasculhou a cidade em busca de um editor para seus livros ainda não escritos. Estreou na literatura com A Taça de Ouro (1929), biografia romanceada do bucaneiro Henry Morgan, já marcada por seu característico estilo alegórico.

Publicou em seguida Pastagens do céu (1932) e A Um Deus Desconhecido (1933). Esses primeiros livros não lhe asseguraram a profissionalização como escritor. Em 1935 firmou-se como autor de prestígio com Boêmios Errantes, que recebeu a medalha de ouro do Commonwealth Club de São Francisco como melhor livro californiano do ano. Os três mais importantes romances de Steinbeck foram escritos entre 1936 e 1938: Luta Incerta (1936), descreve uma greve de trabalhadores agrícolas na Califórnia; Ratos e Homens (1937), que seria transportado para o cinema e para o teatro, analisa as complexas relações entre dois trabalhadores migrantes; As Vinhas da Ira (1939), considerado sua obra-prima, conta a exploração a que são submetidos os trabalhadores itinerantes e sazonais, através da história da família Joad, que migra para a Califórnia, atraída pela ilusória fartura da região. Essa trágica odisseia recebeu o Prémio Pulitzer de Ficção e foi levada à tela por John Ford em 1940.

A obra de Steinbeck inclui ainda Caravana de Destinos (1944), A Pérola (1945/47), O Destino Viaja de Ônibus (1947), Doce Quinta-feira (1954), O Inverno de Nossa Desesperança (1961), Viagens com Charley (1962).

Steinbeck teve 17 de suas obras adaptadas para filme por Hollywood. Alcançou também grande sucesso como escritor para filmes, tendo sido indicado em 1944 ao Óscar de melhor história* pelo filme Um Barco e Nove Destinos (Lifeboat) de Alfred Hitchcock. 

 


14 de maio de 2023 

Amigos
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UM POUCO ALÉM-DO-ALÉM

Assustam-me os vazios que me cercam
e tentam agarrar os dias em que ME-VIVO!

Umas vezes, estou com eles-não-estando…
outras vezes, apanham-me passeando, errante como Cesário,
e nesses instantes sei ,
que estou sempre um-pouco-MAIS-ALÉM-DO-ALÉM.

Nos vazios que me cercam, retalhos de uma passada manta colorida,
sobressaem, como faces de uma donzela, os momentos das trovas
cantadas ao pé do canavial,
onde lavava os cabelos na velha fonte, que corria pelo pinhal.

Vogam ondas sem águas nesse espaço original…
ondas de quentes matrizes…
ondas de amor e ardor, que
alimentam os gelos do matagal das cantigas .

Fixando-o-mar-em-MIM, vejo, por dentro das veias ,
o perfil dos meus Vazios,
escurecido pelas barcas que
partiram de Portugal ,
deixando na água o sangue-sabor-a-mágoa,
derramado num qualquer areal.

Meus assustadores vazios de penitência rodam-Me em volta...
perdem-se com os ares dos ventos nas copas entrelaçadas
que Cesário não viu
e continuam presentes, a meu lado,
na poesia antiga-recente do meu CONTÍNUO Passado,
um pouco-ALÉM-DO-ALÉM-HÁ-TANTO-TEMPO-VIVIDO!

FEV/018
Maria Elisa Ribeiro-(Foto Google)