quarta-feira, 25 de maio de 2011


foto google-Figueira da FOZ-Portugal

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foto google-Costa Nova_ PORTUGAL

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MIRA _PORTUGAL


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MIRA -PORTUGAL

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IMAGENS DAS PRAIAS DE MIRA, COSTA NOVA E TOCHA-PORTUGAL

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terça-feira, 24 de maio de 2011

MIL E UMA NOITES

FOTO GOOGLE



Diante de meus olhos, erecta, está a tua POESIA.

Em bicos de pés, passeio...não quero acordar

o calor que ,de teu corpo , se desprende.

Na ponta dos dedos, detenho as sensações de prazer

que te roubei,

naquele momento em que paraste de viver...

Respiro suores dos odores da nossa festa real.

caminho montanhas de fúrias tamanhas.

que canso os Amores que correm no vale.

Deste-me os olhos ...dei-te os meus sonhos.

(intercâmbio de prazeres de um profundo despertar)

Pegou-se ao meu, o teu corpo...

Nem respirou! Ficou morto

com medo de se perder!

E num vaso de cristal, guardo ,agora,

esses momentos vividos em horas da noite

de segredo total...guardo-os num brilho inigual.

Morro na vida tua, amor.

Toco teu sexo nas descidas das colinas

em que subo...

Abro-te o caminho para o meu prazer.

à espera de acontecer.

O horizonte aproxima-se do brilho que irradio

na sabedoria do teu ser.

O mar dos meus sentidos ficou-te nos ouvidos.

Chamas por mim, sem falar.

E ele, o mar da nossa paixão,penetra, com lentidão

a minha areia brilhante, escondida, perturbante.

Deitas-te nela...roças corais, búzios e escamas tais.

que o mundo se torna ,de novo, invisível.

E nas águas do teu oriente trazes pimentas picantes

e sol de cristais fantásticos, ofegantes...

Tenho no corpo cansado o sabor das tuas têmporas

a latejar, nas veias...a rebentar...

Quero ouvir-te pronunciar coisas sem sentido.

quase inaudíveis...que dizem amor!

Não queiras saber a minha história...SENTE-A!

Cada momento que te dou é um acto de glória!

Perde-te nos véus do magma incandescente.

com que me cubro perversa e inocente.

Sei que te queimo o olhar!

Mas que importa, se dele estou a viver?

Passam por mim sussurros da tua sombra...

roçam-me a face...afastam-me os cabelos

enquanto mergulhas neles.

Olha, amor, vou calar-me...estou a dar-me no DAR-Te...

Como vai a noite esconder a LUA -CRESCENTE que está para vir?

Dentro de mim, uma língua de paixão diz que te ama.

MARILISA RIBEIRO

R-C11L-62/(erts)Maio/011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Hoje: “ O CIRCO:”

Foto google



Hoje: “ O CIRCO:”

INTRODUÇÃO: este artigo foi escrito em 2008; publicado no JORNAL DA MEALHADA, com o qual colaboro, e apesar de referir factos já ultrapassados no tempo, resolvi voltar a publicá-lo, hoje, por se manter actual o tema principal: o "CIRCO" das campanhas eleitorais!



“Triste não é mudar de ideias. O que é triste, é não ter ideias para mudar…”
(Bertrand Russell, filósofo –sécs XVI/XVII)
Ou, de como Erasmo de Roterdão pensa sobre certos indivíduos que nos rodeiam: “ É muito mais honesto estar nu, do que usar roupas transparentes.”

Escrevo este artigo no dia em que começam a sentir-se as repercussões à nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN). Estou a ouvir as palavras de dois “grandes actores” da vida nacional, o ministro das finanças e o governador?! do banco de Portugal que tentam, ambos e o resto deles, arranjar desculpas para o indesculpável descalabro económico/ financeiro, desta instituição; indesculpável, porque absolutamente previsível, como dizem, hoje, também, os entendidos na matéria.
Nunca estive mais de acordo com as palavras, quer de Paulo Portas quer de Francisco Louçã. Pode parecer estranho, sendo eu, como sou! uma mulher da esquerda independente.
Mas eu explico: com Portas concordo, corroboro e subscrevo, no que concerne às perguntas a respeito do governador?! do banco de Portugal : “por onde anda/ tem andado” Vítor Constâncio que, com o maior ordenado deste país de pobres, nunca chega a tempo de prevenir casos como este ou como o do BCP, para impedir as” actuações “ de alegados tipos de corrupção que vão, aos poucos, contribuindo, para o afundamento do “circo” dos dinheiros de Portugal… (leia-se, finanças nacionais); estou de acordo, igualmente, com o líder dos “bloquistas”, na medida em que proclama, alto e a bom som, aquilo com que todos concordamos…que é preciso encontrar e fazê-los pagar por isso, todos os implicados na tramóia, para que nem um cêntimo seja pago com o dinheiro dos pobres que não têm contas em “offshores ”! Bem…se não estivéssemos em Portugal, talvez pudéssemos ter alguma fé…
Nem de propósito! Acabámos, todos, certamente, de ouvir Miguel Cadilhe, em conferência de imprensa, a condenar a opção dos mandantes nacionais de nacionalizar o BPN! E mais: foi ele, Miguel Cadilhe, quem alertou, tanto Vitor Constâncio como o “ actor” das finanças portuguesas, para os ilícitos que detectou no banco, quando lá entrou e que já vinham muito de trás! Dada a competência e rectidão que reconheço neste Homem…é caso para nos preocuparmos; quanto a isso, parece não haver dúvidas…Mas…e os trabalhadores? E…Oliveira e Costa? E…todos os outros “ GRANDES”?
Neste Portugal dos últimos anos, que tem vindo, quase placidamente, a assistir, impotente apesar de tudo, ao sobre-enriquecimento de políticos, ex-políticos, senhores e grandes senhores, militantes ou não de facções partidárias ou empresariais e “outras que tais”…devemos confiar que se faça justiça? Vá lá…confiemos! Façamos-lhes esse favorzito…Melhor pensando…Não façamos! Lembram-se, leitores, daquela notícia de há dias, em que se falou de uma freira que, por não ter bilhete para o transporte público onde se encontrava, foi levada perante a polícia? Pois… Todos os dias somos confrontados com notícias de roubos, desfalques, truques para desviar milhões. Nunca se conhecem os resultados dos “famosos” inquéritos portugueses a toda e qualquer alegada fraude! E, entretanto, lá vão mais uns “tostões” para os membros das tais comissões…Em Portugal, é assim: quem rouba um tostão, vai para a prisão! Quem rouba milhões, o mais certo é ir passar umas férias de luxo num qualquer paraíso. Até a memória da “coisa” arrefecer…
Ainda há quem diga que” a culpa não pode morrer solteira”. Tenho para mim que isso era dantes, noutros tempos e noutras terras. Senão, reparem: o que é feito dos casos “Apito dourado”,” Casa Pia”, “Operação furacão”, “Portucale”, etc? É por isso que quero falar-vos do “CIRCO” que se aproxima a passos largos, as próximas eleições…Já deu para ver que alguns artistas começam a alindar o sorriso e o carácter, com um chorrilho de promessas (tal qual todos os períodos pré-eleitorais…) que começou já com o Orçamento de Estado, no qual não se pode acreditar por ser demasiado risonho e com as faces dos “actores” a mudar, começando a perder a arrogância, a sisudez e a prepotência mal-educada, para mais – que os tem caracterizado; ao contrário do que diz Bruxelas, “nós por cá estamos numa sociedade risonha, os postos de emprego há-os por aí aos montes, a crise financeira… isso não é nada connosco… enfim, um nunca mais acabar de coisas lindas que têm por fim levar os tristes “espectadores” a dar mais uma maioriazita absoluta aos “directores” do “Circo” e da “Banda”… Sou da opinião que qualquer maioria absoluta se pode transformar numa ditadura absoluta; tanto mais se “actuar” como as que por aí tem havido… EU, que não sou senão um voto, não alinho nisso! Não quero ver os idosos do meu país enganados com um suplemento de reforma…com uma resma de papéis para preencher ou a terem que denunciar os proventos dos filhos, por mais uns cobres…Os meus pais não foram na cantiga, apesar de estarem a caminho dos noventa, apesar de terem uma reforma de miséria, apesar de saberem que os chefes sabem bem quanto eu ganho, por onde ando, para onde vou, quantas vezes como, com quem falo, o que escrevo, o que leio, etc.
E o “Circo” lá se vai preparando, limpando os “terrenos” onde se hão-de montar as “tendas” e os “camarins”, para os” actores”: uns, engraçados; outros menos, mas todos com um ar de seres humanos normais: altos, baixos, carecas, elegantes ou barrigudos, olheirentos “de tanto trabalho”, com voz de trovão ou de falsete e a prepotência de um qualquer “director” de palcos…
Não, não falo nem do circo Chen nem do Cardinalli…Falo do “circo eleitoral”, essa festa tão “sui generis” em que tropeça o nosso país, ao bater de um período de quatro anos.
A festa vai continuar! Já entrou o “actor” Magalhães, recentemente baptizado “Tin Tin”, talvez com medo de que qualquer pirata das Caraíbas o faça acabar por aí…o Magalhães, pois claro!
Confesso ser uma leitora compulsiva. Estudei Kant, por obrigação do programa de então e leio-o agora, com o gosto e a maturidade adquiridos. Nós, seres humanos, devemos fazer o caminho para um relativo aperfeiçoamento, enriquecendo-o de acordo com as nossas capacidades…e talvez mais! Lembro-me, não da expressão exacta, mas de uma ideia deste filósofo, que diz, mais ou menos isto:”Política que se preze não deve dar um passo sem prestar a devida homenagem à moral.”
Lembram-se, leitores, de que há dias houve uma trapalhada qualquer com a apresentação do orçamento para o próximo ano, na assembleia da república? Bem…no próprio dia, nenhum dos actores principais deu qualquer explicação aos deputados da nação, na oposição, sobre o que se tinha passado…Má educação, prepotência, autoritarismo, narcisismo…manias de grandeza…sei lá! No entretanto, o senhor “director” da maioria absoluta caiu em si; pensou, sem sombra de dúvidas, que está à porta, em 2009, uma nova festa; vestiu um fato a condizer e, no dia seguinte, pela boca do ministro dos assuntos parlamentares, a” festa”continuou a implantar-se no terreno…Nunca, com tanta humildade e cortesia, este “actor” se dirigiu aos deputados (actores secundários) pedindo desculpas pela trapalhada informática, que provocara todo aquele problema. Mas, perguntar não ofende: não temos nós, portugueses, um “Tin Tin”??? Foi comovente ver aquela face tão contrita…tão diferente da que usa e tem usado noutros momentos em que os portugueses tinham, porque continuam a ter! - direito a respostas e não a “tabefes”! Soou a auto-elogio e, nesse aspecto… “como dantes, Sr.Abrantes”. E, quanto ao grande “actor” das finanças? É certo que nunca se ri, mas lá que é um brincalhão…disso não haja dúvidas! Vem aí um aumento para esses malandros dos funcionários públicos… para alguns abonos de família… e não estamos nada em crise! a nossa é especial…vai dar-nos dinheiro, ao contrário das outras…
Ei!, portugueses como eu, estamos a dormir ou quê? Saímos ou não da sombra da bananeira mirrada? Algum dos “actores” principais nos garantiu que vamos ter de volta os nossos hospitais e maternidades, os SAPs? Garantiu-nos, alguém, que acabarão os desmandos do trio de “actores” do circo da educação? Está em risco a decente preparação dos nossos filhos e netos! Garanto-vos…e mais não digo! E olhem que esse “circo”, para poupar milhões, renega a EMOÇÃO com que os docentes trabalham, desconhece a atitude de ENTREGA e, flacidamente instalado nas “cadeiras de comando”, não compreende a beleza do TRABALHO.
Entretanto, vá lá, ainda não foram despedidos alguns outros “actores”, daqueles que, por vezes, se insurgem: Manuel Alegre, Ana Gomes, Carvalho da Silva, o meu caro colega Santana Castilho que, paulatinamente, vai denunciando a vergonha do trio da “5 de Outubro” na educação…Ainda por aí vão falando outros, como Vasco Pulido Valente…
Reparem, apesar de tudo, como os “altos directores” da “tenda” nacional agem de modo diferente daquilo que proclamam… É conforme a importância dos “actores”. Pelos órgãos de informação afirmam a sua (deles) democracia… que o “comando” deles é todo aberto a novas ideias e opiniões, que não marginalizam ninguém, de lá de dentro da “tenda”, só porque tem ideias diversas…
Alguém se recorda do MOVIMENTO ODETE ISABEL À CÂMARA DA MEALHADA (MOI-CM)? Um grupo de gente amante da, então, vila, cujo grande pecado foi ter ideias divergentes, sérias e coerentes, para o concelho? que não andavam à procura de emprego…??? Pois, ainda bem que se lembram dessa vergonha da chamada “democracia”, da “directoria geral” de então…Esse grupo de expulsos, pertencentes ao MOI-CM, não consegue compreender a existência do proclamado movimento independente de Manuel Alegre; e, aqui, falo por mim! É que ele veio depois do MOI-CM…Posso perguntar: que estranha força tens tu, homem de Águeda?
Uma coisa gostaria de ver na próxima quadra de “festa” eleitoral”: em vez de irem por boas estradas, acompanhados pelas televisões e jornais, em carros topo de gama e muuuuuitos batedores da GNR, vão por essas aldeias de Portugal, desertas, a cair aos poucos, sem luz e água, sem estradas sem serviços médicos ou sociais, onde há gente que, de benesses, só conhece a da sua dignidade humana. É fácil ver PORTUGAL do Mosteiro dos Jerónimos ou em frente às fábricas dos pastéis de Belém…
E vou-me, com a convicção de que nos sobra o direito ao SONHO, pois….


“ …sempre que um homem sonha/o mundo pula e avança/como bola colorida/entre as mãos de uma criança.” (Sebastião da Gama).
P.S.Tudo quanto foi dito, neste artigo, (como, aliás, em todos os meus artigos) é da minha inteira responsabilidade, fruto das minhas recordações e da análise crítica do meu “EU” livre. Não há erros ortográficos… Usei letra minúscula, em certas palavras, deliberadamente, porque quis.


MARIA ELISA RODRIGUES RIBEIRO-5 de Novembro de 2008

sexta-feira, 20 de maio de 2011

GUSTAV MAHLER: o compositor morreu há 100 anos...


FOTO GOOGLE




Gustav Mahler(1860-1911).
Fez 100 anos ,no dia 18, que faleceu o génio musical da liberdade ,na COMPOSIÇÃO MUSICAL. Queria ter escrito qualquer pequenina homenagem ao grande humanista da MÚSICA/MÚSICA! Não me foi possível, pois o tempo não dá para tudo e andei toda a semana a caminhar para Coimbra, para fazer exames de saúde, que era hora de fazer! Está tudo bem, felizmente, mas passou-me, por completo, que queria falar de GM! Hoje, tive a sorte de "roubar" ao amigo José Flath, o trecho musical que se segue ...e não resisti! Não sou uma estudiosa da vida e obra dos grandes génios musicais com que a Humanidade nos tem brindado. Apenas tenho a sorte de Ter amor à música!...

GM, que teve entre os seus ouvintes homens como Richard Strauss, SCHOENBERG e o escritor Thomas Mann, achava que"ainda era cedo" para que lhe dessem valor...Foi o maestro Leonard Bernstein quem mais projecção deu à sua obra, já depois da sua morte ,em 18 de Maio de 1911.

Nem sempre a sua obra foi compreendida, por misturar elementos musicais de elevada estatura, digamos assim, com elementos musicais da cultura popular. É isso que o torna grande, a meus olhos musicais ingénuos ,pelo Humanismo que denota!Ouçam, amigos , o lindo "ADAGIETTO", da 5ª Sinfonia, que foi usado por Lucchino Visconti como base musical de fundo ,da adaptação ao cinema ,do livro de Thomas Mann, "MORTE EM VENEZA"...

Vida marcada pelos desgostos, principalmente no fim dos seus tempos, a verdade é que a sua obra permanece um mar de dores, alegrias, amor, desgostos,experiências pessoais, contactos com as gentes simples, fantasias, etc.

Muito mais teria a dizer...mas tornar-se-ia cansativo, para os amigos que não apreciam o género. Deixo ,aqui e só, a expressão do meu gosto pessoal, que é um direito que me assiste, apesar de tudo!

Marilisa

quinta-feira, 19 de maio de 2011

GERUNDIVAS

Foto minha



Vou vadiando, ao luar,
tecendo fados, que quero cantar…

(Vou jejuando felicidade…)

Teço novenas da Vida,
enovelo imagens de ermidas
onde as deponho…

…(Vou aromatizando a alegria, esperando que
se descontrole e me sorria…)

Vou pervagando por entre raios de Lua,
na noite escura, engalanada de Perseidas;
subo a colina dos tormentos…e oro, por momentos,
aos FADOS dos enganos…

(Vou arredando espinhos…
pedras agudas e ervas, dos meus caminhos…)

Vou sonhando…
Sonho tesouros incontáveis…
…construo catedrais do Impossível…
…cálices de líquidos doces…
…relíquias do agridoce que é o meu dia-a-dia,
esta alegria de Noite, de Luar, de Sol…

(Vou furando por entre multidões
que não existem…)

E encontro junquilhos místicos,
cuja doçura está no olor
espalhado em meu redor!

Vou resistindo…esperando perder-me
na beatitude do pecado…
que mora em mim, mesmo ao lado
das flores do meu íntimo jardim…
torno-me documento arqueológico
que se vai descobrindo…

…“Pedra de Roseta”…Esfinge…Champollion do meu mistério!


Na ponta dos dedos, seguro o teu orvalho…
…sémen de vida da flor erecta, aguerrida…
aberta aos mistérios dos galhos endurecidos
que se mantêm na floresta, enlouquecida…

(Penitencio-me na ermida da verde colina…
…meu oratório druidico…minha Natureza-Mãe!)

E sinto a aragem do teu MAR potente e grandioso…
ansioso…
Tem ALMA, o seu suspirar…
…e cheira-me a rosmaninho das ruas
De Jerusalém…camélias rubras do teu bem!

Vou indo, do inconsciente para o consciente,
para o objectivo ideal humano…
…e és meu deus no fim do princípio, encetado na mente…

Sou meu narrador omnisciente e omnipresente, EM MIM…
Quero ir chegando ao teu fim…
Vou andando…vou chegando…a desejar-te!

Fujo das fendas na muralha do EU,
que vou projectando no luar do olhar teu…

QUE ESPERA! QUE CANSAÇO!

R/ C11L-56-(ERts)-MAIO/011

domingo, 15 de maio de 2011

Escandalosa absolvição de um médico-violador!


O dr.vilória, distinto psiquiatra do norte de PORTUGAL, é um homem feliz e realizado, hoje!

Vou dizer-vos porquê, amigos de todo o mundo ,que chegais à página do meu Blog e fazeis o favor de me ler e de me seguir!

Temos em Portugal um dito CÓDIGO PENAL ,revisto e aprovado ,à pressa, por um ministro da (in)justiça , do 1º governo sócrates, que serviu para limpar tudo o que não conviesse a políticos, directores de empresas, administradores, delinquentes de todo o tipo, em geral...e em particular, também!É um "código" que tem servido para acabar com suspeitas de ilegalidades ,de corrupção, de "engenheiradas" aprovadas ao domingo, de calar a boca da imprensa que já não fala das grandes "OPERAÇÕES" como o caso FREEPORT, O CASO "FACE OCULTA", O caso "OPERAÇÃO FURACÃO"ETC, ETC, ETC, ETC...

Dou-vos um exemplo prosaico: se um de nós roubar uma maçã numa loja, pode ir preso...Se , alegadamente, roubar MILHÕES OU BILIÕES...não há provas...e PORTUGAL ESTÁ NA BANCARROTA!

Voltemos ao tal vilória: o homem foi acusado da violação de uma doente que seguia, COM 34 SEMANAS DE GRAVIDEZ!num caso de depressão, motivado por factores que não são para aqui chamados. 34 semanas de gravidez! A doente, envergonhada, denunciou o ALARVE! Fez bem...só que o tal delinquente recorreu, e agora , o homem,(se isto é um homem!) viu ser tudo "limpo" do seu processo , pois uma juíza desembargadora -QUE NÃO ERA MÃE DA JOANA! e um seu amigo, entenderam que "aquilo" não era assim tão grave..."roçar o pénis " pela boca da doente e penetrá-la, de sexo erecto em punho, não era de aceitar e se se mudasse o ROÇAR por "puxar pela cabeça da doente" . a coisa safava o animal do processo!
Como " CESTEIRO QUE FAZ UM CESTO, FAZ UM CENTO" , que bom seria para a Dignidade desta mulher que outras "abrissem o bico" para envergonhar esta forma de justiça podre que vigora , em PORTUGAL!

Nesta EUROPA em que os "grandes Chefes" se atiram que nem setas à sociedade árabe ,de certos países muçulmanos, pelo trato dado às suas MULHERES...Que dizem os mesmos ,deste caso, em PORTUGAL?

Nada...pois somos todos oriundos de um ramo educativo comum: a educação`´ARABE-JUDAICO- CRISTÃ! Se há HOMENS que se tenham indignado, no meu país? Com toda a certeza: os maridos, os pais de outras "joanas"...Se Alguém falou ou se rebelou? Só um dos juízes deste caso que teve vergonha do que se passou ,no seu tribunal...

Este psiquiatra, pseudo-macho, médico inscrito na ORDEM dos MÉDICOS, vai continuar a sua acção ,dentro das quatro paredes do seu consultório!

Mulheres de PORTUGAL, tenhamos vergonha de permitir estas e outras afrontas por parte de espécies de gente que nos rebaixam, nos agridem, com pénis ou sem pénis, nos cortam o pescoço ,em frente dos nossos filhos, nos dão um tiro para não vivermos a felicidade de SERMOS MULHERES, nos braços de outro homem !

Se existem leis para quem se apodera da propriedade alheia, que leis há para proteger as mulheres dignas, que se indignam e denunciam?

RESPONDAM HOMENS DE PORTUGAL!

sábado, 14 de maio de 2011

Poema:INQUIETAÇÃO


INQUIETAÇÃO

Inquieta-se o mundo corporal
Nos gumes de uma lâmina
Ardente
Quente como restolho-flama.
Inação.
Deambulo, esqueço
E mergulho na água de um rio quente-frio
Que se apodera de mim.
Frio…amansar dos sentidos.
Penso em ti.
………

Entrego-me às aberturas mais profundas do meu SER,
ao desejo de te ver,
de te sentir o Querer,
nas mãos, nos olhos, no corpo drogado
de prazer…
E queimo-me num odor que não permite repousar…

Murmuro-te…recordo-te…revejo-te…
…expludo de sensações que vivem, guardadas num agitado prazer!

Levaste-me TODA contigo! Possuo o APENAS-VITAL

Como matar esta fome, que de repente me consome ??????????????
Se tudo levaste…Apenas o odor deixaste,
na lembrança pulsante de acto de Amor!
…irrepetível? Talvez…Impossível de viver,
sem o toque dessas mãos
que falam magia de morrer, num orgasmo que dói…que flui
como rio deslizante numa cama de sofrer…

Pudesse eu ter-te AGORA-HORA!

Guardaria o teu ardor,
sem a ânsia que me habita…
Fugir-te-ia…ver-te-ia sucumbir a sopros tempestuosos,
gritantes
daquele INSTANTE!
E beijaria teus dedos até poder derretê-los…

Que filme duro, o DESEJO…mesmo que são, correspondido,
Ingrato… ao ACABAR-ALI…

Mais TE PENSO…Todo TE QUERO!

Entreabro aquela porta fechada da qual tu tens o segredo.
Mergulho nela, sem medo…Escondo-a no teu fascínio!
O revelar-me TEMPORAL, no acto de me dar,
é sequência musical de um BACH transtornado,
fascinado , ansioso por escutar…

É pela Beleza que chegamos à Liberdade…os dois, na Hora da Verdade!

E se olhares os campos, Amor, verás flores-mil,
ansiosas por abrir, nos raios do teu olhar!

Sabes? Peco comigo, quando não estou contigo…
Tenho, no coração e no corpo, mensagens de aragens a flutuar
no viver do teu olhar.
Tu sabes que é assim…
E não te rebelas!
Fala a EXPLOSÃO-MAGMA ,
correndo lenta pela encosta da minha colina escondida,
o teu rio, suculento, a fluir…

E dissolvo-me em ti…para abrir a porta do teu florir- a- crescer…

Calo-me…vou deixar que o Amor te toque, nas tuas “Quatro Estações”…
… VIVALDI das tuas sensações genésicas…
Ávida dos sons das aves-do - paraíso, peregrina de teu piano mavioso,
recebo de um sol cor de mel, um hálito de luz ,radioso…
Existes, para mim, num outro mundo…
E a beleza dos teus acordes, é a asa desse mundo…
Pode ser que, para amar, exista todo o tempo do mundo.
Mentira refutável!

Um murmúrio de desespero invade a minha sonata…
Nuvens rastejantes querem toldar-me os sentidos,
que, para ti, mantenho vivos, num céu puro e musical,
num mar de sons majestosos, onde as vagas, raivosas,
discutem o nosso canto de amor…

Todo o tempo do mundo não existe…


Marilisa Ribeiro
R- C11L- (ERTs)-49/ MAIO/011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

SOL

Foto google



Abriu o Sol!
Minha vida resplandece de ternura
na beleza do toque dos sussurros de amor.

E sei e sou e tenho e dou e canto!

Desfile de sentimentos num estado da vida- agora,
mostro meu ângulo brilhante, que seduz,
no instante-do-teu-olhar-que-enamora!

Afastou-se a Noite, sulcada por torres de soturnos castelos!

Ornada de flores do Universo
que falam aromas celestes,
um brilho suave e diverso expande-se, no céu
confuso, triste, disperso…

E corro pela vida fora com o supremo ideal do Amor!
Ergo-me da nulidade, lançando aos ares pedaços de mortalhas inibidoras…
Aliso minha pedra angulosa e agreste
em laços de respeito, liberdade e fraternidade.
Rejeito religiões ininteligentes, formais, mecanicistas.
Agarro com determinação, aragens de novas comunhões, com
(à cabeça)
amor, na determinada procura da VERDADE!

Vou,
de mãos dadas com o teu calor,
romanticamente,
apanhando lírios, papoilas rubras, miosótis loucos de azul-celeste,
molhados no orvalho-sémen do desabrochar!
O vento, passando pelas colinas do Outrora-desespero,
segreda-me verdades das preces, da pura alma que te entrego.

Saúdas meu amanhecer sereno,
no amplexo desenfreado do fragor vivido…
Dás-me rosas do teu odor, que parecia adormecido…
Oras comigo o ideal da consciência emotiva!
Dás-me teus laivos de vida… tenho fome
da felicidade esquecida.
Grutas agrestes ofereciam-me MEDO…
mas eu encontrei o segredo do caminho para ti…
Venci o Medo!
Trabalho o meu ser ferido e dou-to, rejuvenescido!
Meu INFINITO perdeu-se
na espuma do Mar, que levanta ondas de maré
para o poder reencontrar.

LEITO…pétalas de rosas vivas...
…minhas rosas odorosas, de rubro torpor

que, contigo,caminham...

Granito desfeito no leito…
Veias de rubro, azulado sangue…
Lava de amor a escorrer-me do peito…
Festas de MAIO nas tuas acácias floridas…

C-R-11L/(ero)-48/JAN/011

segunda-feira, 9 de maio de 2011

FLORBELA ESPANCA




Nasceu Florbela Espanca em Vila Viçosa, em 1894.
O poeta José Régio, referindo-se à grande poetisa, afirma: ”…Florbela viveu a fundo estados, quer de exaltação a si mesma quer de dispersão em tudo; na sua poesia, estes atingem vibrante expressão.”
( In “Aula Viva”-12º ano-Português B- Porto Editora, J.A da Fonseca Guerra e José A. da S.Vieira, pág.422 (1999)
Deixem-me ser imodesta…Não me é muito difícil escrever algumas palavras sobre esta grande, estranha, um pouco”misteriosa” poetisa, da Língua Portuguesa. Não é, portanto, vaidade que me faz falar assim. É amor pela sua obra, que adoro ao encontrá-la cheia, quer de vida quer de morte, tanto no aspecto linear, literal, como no aspecto subjectivo.
Ser humano, ao mesmo tempo emocional e deífico, Florbela não pode ser tratada, como merece, num artigo resumido como este… Farei os possíveis por vos dar algumas ideias, as necessárias para despertar em vós, leitores, a curiosidade indispensável para a lerem…
Era poeta seu pai também, pelo que, desde cedo encarreirou a vida dos filhos, Florbela e Apeles, no sentido do amor pelas artes Alma sensível, Florbela desde cedo lhe seguiu as pisadas, embora “quase” sem querer… Mulher de temperamento triste e angustiado, acabou por cair numa espécie de narcisismo próprio dos românticos, ao considerar que ninguém era tão infeliz nem tão incompreendido como ela. Não foi feliz no amor; por conseguinte, nem menos o foi no casamento; não teve filhos, mas consagrou a sua capacidade maternal de amar, -de corpo e alma! -ao irmão Apeles, no qual via o filho que não teve. No nosso meio pequeno-burguês houve quem quisesse atribuir a este amor pelo irmão outras feias conotações. Li muito a este respeito, até porque adoro a sua obra. NÃO ENCONTREI NADA DE MENOS PRÓPRIO, NO AMOR DE UMA IRMÃ PELO SEU IRMÃO.
A grande verdade está em que Florbela nunca se sujeitou a ninguém…foi um espírito livre e angustiado, que fracassou em três casamentos. Mulher demasiado moderna para os tempos em que viveu, o seu sentido de visão da vida com liberdade, não era bem aceite pelas mentalidades tacanhas e farisaicas dos princípios do séc.XX: ela sobressaía da mediocridade “empalada” entre as paredes da vitoriana Évora… Espírito livre, fumava, vestia calças, tinha carta de condução…Horror dos horrores, no meio do farisaísmo próprio daquela época! Os leitores sabem, como eu, que ainda hoje, em certos locais do nosso país, as pessoas diferentes são olhadas, também, de modo diferente…
A morte do irmão fê-la entrar em depressão e” precipitou” a sua dor de viver e ela que nasceu no dia de Nossa Senhora da Conceição e que ensinou no Colégio de Évora com o mesmo nome, veio a falecer no mesmo dia, com 36 anos de idade! Não sendo vasta, a sua obra é sentida e significativa. Cantou o Amor: amor pela vida, pela Natureza, pelas
coisas simples da vida…Ao Amor liga-se a ideia da dor dos desejos nunca alcançados e, aí está a mistura explosiva da obra da poetisa:”Eu quero amar, amar perdidamente! / Amar só por amar: aqui…além…/Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…/Amar! Amar! E não amar ninguém!”
Discípula de Antero de Quental, na medida em que, pelo estilo,”atirava ao vento” o drama íntimo da falta de Amor, diz ela sem ligar às convenções morais burguesas, tantas vezes falsas, vitorianas e hipócritas: “O amor de um homem? Terra tão pisada, / Gota de chuva ao vento baloiçada…Um homem? - Quando eu sonho o amor dum Deus!” (pág.423, do livro já citado). E, para além deste tipo de Amor, outro dominava a vida de F.E: perdia-se, ela, pelo Alentejo, região “entidade mítica” a sofrer o desprezo dos deuses da chuva, que dela se esqueciam, no momento da sua distribuição equitativa. Vai daí: “Horas mortas…Curvada aos pés do Monte/A planície é um brasido…e, torturadas, / As árvores…gritam a Deus a bênção duma fonte! /…Árvores! Não choreis! Olhai e vede: -Também ando a gritar, morta de sede, / Pedindo a Deus a minha gota de água!”
Mas, para dizer tudo isto, a poetisa sabe que são precisas Palavras…Não há poeta que o não saiba…Palavras que falem, sentidas, cheias de “mistério” na mensagem que o leitor deve descodificar! Não é poeta quem quer…E então, diz Florbela: “Ser poeta é ser mais alto…é ser maior…/É ser mendigo e dar…É ter fome e sede de Infinito!”
Não há na obra de F.E. muitas palavras de optimismo e /ou alegria de viver; ficamos sempre com a sensação de que, narcisicamente, ela se “decide” a não ser feliz…Encontramos, nessa obra, um lote significativo de palavras de conotação triste, como:”ciprestes”, “poentes de agonia”,”brasido”, “mar de mágoa”, “só”, “ crepúsculo”, “noite”…Pode dizer-se que ela procurou a felicidade no desespero insaciável da vivência e que isso a conduziu ao pessimismo do existencialismo absurdo, de depois da IIª Grande Guerra.
Não é seguro afirmar que ela se suicidou, segundo vários estudiosos. Isso é um mistério entre ela e Deus, que tanto procurou: ”Meu Deus, dai-me esta calma, esta pobreza…/Queria encontrar Deus! Tanto O procuro!”
Chegamos a esta conclusão: em Florbela Espanca, quando acaba o sonho da vivência que não teve, começa a dor do que tem…E tem solidão, amargura, angústia! NARCISISMO? Ah! Mas com certeza!

Maria Elisa Rodrigues Ribeiro

domingo, 8 de maio de 2011

FERNANDO PESSOA: enquadramento histórico/social do MODERNISMO---GÉNESE DOS HETERÓNIMOS





PELA EXTENSÃO da grandiosidade do POETA, é impossível tratar aqui tudo o que lhe diz respeito.

À porta da vida dos alunos dos 12os ANOS, estão os exames nacionais, onde, de certeza, este será um tema de questionário, pelo que devem prestar atenção às aulas de PORTUGUÊS e ver, neste post, apenas um complemento de matéria.





Quis o FATUM que, em 1888, nascesse em LISBOA (PORTUGAL) - e não na FINLÂNDIA-! um homem a quem foi dado o nome de FERNANDO ANTÓNIO NOGUEIRA PESSOA (FERNANDO PESSOA) (FP), notável escritor português do período MODERNISTA, que faleceu em 1935.

Uma das suas célebres frases diz isto:”Fazer arte é tornar o mundo mais belo, porque a obra de arte, uma vez feita, constitui beleza objectiva, beleza acrescentada a toda a que já existe no mundo”.

Poeta do período finissecular (fins do século XIX), em cujos poemas se nota uma complexidade de temas relacionados com as vida e sociedade desse período, como a noção da decadência, o aborrecimento, a triste acomodação do país à falta de mudanças, etc, Pessoa foi influenciado pelo pensamento modernista e conturbado de MÁRIO de SÁ-CARNEIRO, também ele um vulto grandioso das nossas LETRAS, mas que resolveu os problemas da modernidade, suicidando-se. (1890-1916)

Digamos que, depois da Revolução Industrial e da Revolução francesa, tudo iria ajudar a modificar a EUROPA adormecida!

Pessoa, para além do mais, viveu o terrível drama nacional que foi o ULTIMATO INGLÊS, viveu o período do assassinato do rei D.DARLOS e do herdeiro da coroa, facto que, aliado ao ódio pela Inglaterra, despoletou os ideais republicanos; viveu ainda a miséria moral e cultural que culminou com a 1ª GRANDE GUERRA, que destruiu a EUROPA e parou o avanço da modernidade.



Um dos muitos estudiosos internacionais do nosso grande poeta, o ensaísta ANGEL CRESPO, diz dele:”Pessoa é um dos poetas mais enigmáticos, de qualquer tempo e de qualquer lugar. Os heterónimos cercam-no de um prestígio oracular, de uma aura, absolutamente fantástica. É preciso continuar a estudar o fenómeno, sem lhe destruir o mistério.”

Personalidade conturbada, como ele próprio reconhece em carta a ADOLFO CASAIS MONTEIRO, onde explica a génese dos Heterónimos, foi na revista modernista “A RENASCENÇA” que surgiu com o poema “PAÚIS” (IMPRESSÕES DO CREPÚSCULO”), o primeiro surto de POESIA MODERNA, EM PORTUGAL. Poema complexo e difícil de entender, digamos que tratava de dar a ideia da confusão e desânimo do poeta, em relação aos tempos em que vivia, com imagens e sintaxe arrevesadas, de tal modo desconexas e diferentes, que o mesmo poema deu origem a um movimento literário, chamado PAULISMO, o qual, apesar da admiração de Sá-CARNEIRO, não teve muita vida (o movimento!), na nossa LITERATURA.

FP, por conseguinte, motor da primeira vanguarda portuguesa, em ruptura acentuada com estéticas post- simbolistas e decadentistas, que, aliás, já se vinham notando nas Letras Portuguesas.

Apesar do tanto que há a dizer sobre o poeta noutros movimentos, alguns criados por si próprio, não me alongo nesses aspectos, como anteriormente afirmei, pois quero recordar a Génese dos heterónimos, tal como me propus fazer. FP é matéria para vários artigos…nunca se esgota, como ainda hoje noto pelos tantos estudos que tenho feito, do…-para mim! maior poeta português do século passado que, como tal, se prolongará pelos séculos vindouros!



Consciente da fragmentação de personalidade que em si se operava, FP explicou esse facto, com problemas de educação no seio da ternura (e falta dela!) familiar, que o tornaram propenso a crises de anormalidades “HISTERO NEURASTÉNICAS”, o tal drama “in gente” do seu ser!

Caso único de estudos de toda a ordem, do campo da Psicologia, da Psiquiatria, da Parapsicologia e doutras Ciências do comportamento, poeta estudado e traduzido em inúmeras Línguas e Universidades do Mundo, ninguém teve, até hoje, a vaidade da pretensão de conhecer PESSOA! Só, penso, WALT WHITMAN, poeta norte-americano seu inspirador dos tempos em que o estudou na ÁFRICA do SUL, tem algumas parecenças com a sua despersonalização.

Diz FP, nessa carta auto introspectiva a Adolfo Casais Monteiro, que a solidão e a tendência para as depressões que sentia em si, desde menino, o levavam a criar amigos, como “LE CHEVALIER DE PAS”, que lhe faziam companhia e entendiam os seus problemas…Nessa ordem de ideias, criou os seus heterónimos, cada qual com estilo e temáticas distintas, de que havemos de falar, num próximo post, despretensioso como este…

Termino, por hoje, com esta frase lapidar de outro modernista, ALMADA NEGREIROS: “Nós não somos do século de inventar as palavras. Elas já há muito foram inventadas. PESSOA deu-lhes a VIDA!”





NOTA: este artigo não respeita as regras do”ACORDO ORTOGRÁFICO”.



Maria Elisa Ribeiro-7 de MAIO de 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Da importância da LEITURA e da ESCRITA...


Recordo, hoje, a minha velha avó, falecida há tantos anos, que pensava não recordar! Dizia-me amiúde: " Abençoados os professores pelo que sabem e te ensinam! Abençoados os alunos deles ,que têm a oportunidade de ver a LUZ das letras..."
Um dia, chegada de S.TOMÉ , precisamente para vir para a ESCOLA, que não havia na ROÇA onde vivíamos, a SENHORA PROFESSORA deu-me um tabefe (com certeza ,merecido!- já não me lembro...) e eu, inocentemente contei à velha TI PRECIOSA, o que tinha acontecido. Ela não disse nada...mas, no dia seguinte, levou-me à escola , disse à SRª PROFª que, sempre que eu precisasse e merecesse ela devia dar-me ,tanto instrução como Educação! Pespegou-me ,depois, dois valentes tabefes, em frente de quase oitenta colegas, que doem ainda agora que os recordo!

Tudo isto me veio à memória, ao ler o livro"FLOR DO DESERTO", de WARIS DIRIE e CATHLEEN MILLER, que retrata a tristeza da educação das mulheres, num país muçulmano.
E dou graças por essas bofetadas que ainda me doem , por ter nascido debaixo do radioso SOL que me permitiu ser uma mulher educada, com dois cursos superiores e com uma visão da vida das mulheres ,que se centra em valores como uma (ainda) relativa, mas já bem significativa, LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, entre os sexos!

Lembro-me dos alunos que tive. Lembro-me dos que foram bons, dos que se sacrificaram para aprender e dos que, infelizmente, não quiseram aproveitar oportunidades únicas de se valorizarem para entrarem numa sociedade que não tem contemplações para com os incapazes de se adaptarem às regras sociais, das quais ,o saber ler, escrever e contar, são das mais prementes e inclementes.

A prática da leitura aperfeiçoa as expressões oral e escrita, promove e favorece o conhecimento, desenvolve as capacidades de raciocínio e memória, a imaginação criadora e os sentidos crítico e estético.
Ao exigir a leitura das obras do programa, O PROFESSOR tem a intenção de ajudar os alunos a terem uma visáo multidimensional das sociedades, da culturas regional, dos valores literários nacionais, dos problemas que emperram o desenvolvimento,da riqueza da sociedade em que se insere, etc.

Por esse mesmo motivo, o acto de ler não se deve confinar à busca simples de uma informação mas sim ajustar-se, alargando-se,à compreensão da vida, da sociedade e da história.
MANUEL FERREIRA(in "BOLETIM CULTURAL da FUNDAÇÃO GULBENKIAN", VI Série, nº2, JUNH 1984)..."não basta aprender a ler e escrever. É preciso ler sempre e regularmente(...)Ler sempre desenvolve o intelecto, desenvolve as aptidões de cada um, para que possam ser aprovadas todas as aptidões do intelecto de cada um.Ler para compreender. Ler para saber. Ler para interpretar.Para ser. Para ver.Ler...para participar( da vida e da sociedade, acrescento eu)"

Chego, por conseguinte, à conclusão, que, quanto mais ler, mais consciente e livre o ser humano se pode tornar.


NOTA: este artigo não obedece às regras do chamado "ACORDO ORTOGRÁFICO"
Este artigo não aprofunda os grandes problemas do ensino de PORTUGUÊS, pois não é esse o seu objectivo!

Maria Elisa Ribeiro

Poema: AROMAS...

Foto google



AROMAS


Dorme o Mar, ao longe.
Estendeu línguas de azul quente, por pontais de areia lúbrica…
…silente…ansiosa por sensações ardentes…
Uma luz de azulado anil toca meu corpo, febril,
espraiado entre místicas palmeiras,
na sombra ramosa de cocos das descobertas.
Afundo-me, completamente, no desvario das alegorias
do pecado,
ao sentir a espuma maliciosa aflorar-me a pele sedenta, de tão macia…
E sinto o odor das flores abertas
do meu jardim, escondido…minha Pedra de Roseta
nunca decifrada…segredo de sereia mutilada
no NADA que finge TUDO…

Trespassada pelo canto estranho
das aragens marinhas que falam,
mergulho no centro das águas do mar, ali…
naquele ponto, onde as vejo a respirar…

Cheirou-me a ti! Chegaste, disfarçado
nos ares da maresia, em pontos de sensual euforia!
E cheira a tudo…a violetas bravias, a camélias fugidias
da madeira oriental!
PARA MEU BEM…ÉS MEU MAL!
Tudo em redor murmura e suspira!
E a harmonia da humanidade está nesta doce verdade,
do ouvir-não ouvindo…do sentir-fazendo de conta…
…do reagir à vontade do QUERER-SER!

Estou em peregrinação numa romaria de paixão!
Sinto que esperas as poeiras de oiro das estrelas fumegantes,
junto do meu rio de margens húmidas,
para onde me empurra Florbela…alma do Alentejo errante
que, no vento me mostra o amor , em hino de dor…
“SE TU VIESSES VER-ME HOJE À TARDINHA…
…E ME PRENDESSES TODA NOS TEUS BRAÇOS…”

O Sol, superior, bate na água da terra
Numa orgia de calor…

R/CL 11/36 (mqc)-ABR/011