sexta-feira, 30 de setembro de 2016

In www.publico.pt


Revista Newsweek acusa Trump de violar embargo a Cuba e mentir a eleitores da Florida


PÚBLICO

29/09/2016 - 18:01


Viagem de consultores da Seven Arrows em 1998 foi reembolsada pela empresa de Donald Trump, numa época em que isso era ilegal. Revelações podem desagradar a eleitores republicanos de origem cubana, que ainda hoje defendem o embargo.
Donald Trump chegou a ser candidato pelo Partido Reformista em 1999/2000 SPENCER PLATT/AFP




12







TÓPICOS

América
Cuba
Fidel Castro
EUA
América do Norte
Donald Trump
Eleições EUA 2016


O candidato do Partido Republicano a Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é acusado num artigo da revista Newsweek de ter violado o embargo a Cuba em finais de década de 1990, numa época em que a lei norte-americana proibia qualquer negócio ou tentativa de negócio com vista à abertura de hotéis, casinos ou campos de golfe na ilha então dirigida por Fidel Castro.

As acusações sobre a suposta vontade de Trump para fazer negócios com Cuba são antigas, e há dois meses o site Bloomberg Businessweek voltou ao tema, num artigo que relata viagens entre 2011 e 2013 de pessoas ligadas à empresa do magnata, e cujo título é uma pergunta: "Os executivos de Donald Trump violaram o embargo a Cuba?"

Esta quinta-feira, a capa da revista Newsweek foi mais longe e fez uma afirmação: "Eis como a empresa de Donald Trump violou o embargo dos Estados Unidos a Cuba."

De acordo com a investigação do experiente e premiado repórter Kurt Eichenwald, consultores norte-americanos da empresa Seven Arrows Investment and Development Corp. estiveram em Cuba em 1998, onde se reuniram "com membros do Governo, banqueiros e outros líderes do mundo dos negócios para explorarem possíveis oportunidades para a empresa de casinos" do actual candidato do Partido Republicano. Tudo isto, segundo aNewsweek, "com o conhecimento de Donald Trump".

Segundo o jornalista – que baseou o seu trabalho em "antigos executivos de Trump, registos internos da empresa e documentos entregues a tribunais" –, o objectivo dessa visita em 1998 foi "estabelecer uma posição para a empresa de Trump, no caso de Washington aligeirar ou levantar as restrições aos negócios" entre os dois países.

Mas por essa altura, ainda que se tenha começado a falar do possível fim do embargo a Cuba, nenhum cidadão norte-americano ou empresa podia gastar dinheiro no país durante visitas com objectivos declaradamente comerciais – as excepções eram organizações humanitárias, como a Cáritas, que eram autorizadas a pagar despesas de cidadãos norte-americanos no âmbito das suas acções de solidariedade social.

Segundo a Newsweek, o grupo de executivos viajou para Cuba sem autorização do Governo norte-americano e gastou pelo menos 68 mil dólares nessa viagem, pagos pela consultora Seven Arrows. Mas a factura foi reembolsada pela empresa de Donald Trump.

"Assim que os consultores viajaram para a ilha e fizeram despesas, a Seven Arrows explicou a responsáveis de topo da empresa de Trump – então chamada Trump Hotels & Casino Resorts – como tornar a viagem aparentemente legal, ligando-a a uma iniciativa de solidariedade social", escreve a Newsweek.



Follow

Kurt Eichenwald
✔@kurteichenwald



When Trump's lawyer threatened us on #TrumpInCuba, saying docs didnt exist, @Newsweek offered to post em all online.http://www.newsweek.com/2016/10/14/donald-trump-cuban-embargo-castro-violated-florida-504059.html …
2:57 PM - 29 Sep 2016


Donald Trump’s company violated the U.S. embargo against Cuba

Through Trump Hotels, the GOP nominee secretly conducted business in Cuba, ignoring American laws. Later, he falsely told Cuban-American voters he would never spend money on the island so long as...newsweek.com


2,6992,699 Retweets
2,9812,981 likes



Apesar de não haver praticamente nenhuma hipótese de ser aberta uma investigação à viagem de 1998 (pelo tempo que já passou, pela falta de meios da agência responsável pelas investigações a possíveis violações do embargo a Cuba e pela recente reaproximação entre os dois países), estas revelações podem prejudicar o candidato Donald Trump no estado da Florida, onde a maioria dos eleitores de origem cubana do Partido Republicano ainda hoje se opõem ao fim do embargo a Cuba.

A estas suspeitas junta-se uma declaração de Donald Trump em 1999, também recuperada pela Newsweek. Na primeira vez em que o magnata tentou ser candidato à Presidência dos Estados Unidos, pelo Partido Reformista, deslocou-se a Miami para discursar perante eleitores norte-americanos de origem cubana. Nesse discurso – o primeiro da sua campanha –, Trump disse que tinha recebido propostas, "muito recentemente", para ir a Cuba avaliar oportunidades de negócio, mas só aceitaria esses convites "quando Cuba for livre". Sete meses antes desse discurso, escreve aNewsweek, a sua empresa reembolsara os consultores da empresa Seven Arrows que tinham viajado até Cuba em sua representação.

Sócrates....ainda e sempre!


Grupo Lena pagou carro de irmão de Sócrates e descontou valor a amigo


MARIANA OLIVEIRA

30/09/2016 - 08:02


O PÚBLICO ouviu as três horas do interrogatório ao presidente da comissão executiva do Grupo Lena, Joaquim Conceição, e resume o que foi dito.
Defesa de José Sócrates não quis comentar declarações do presidente do Grupo Lena. DANIEL ROCHA




7







TÓPICOS

Angola
José Sócrates
Justiça
Ministério Público
Grupo Espírito Santo
A prisão de Sócrates
Operação Marquês

MAIS
Notícia de que grupo Lena tinha confessado subornos a Sócrates estava errada
Grupo Lena insiste que não subornou Sócrates
Sócrates diz que actual Governo adjudicou mais empreitadas ao Grupo Lena


O Grupo Lena assumiu ter pago mais de 30 mil euros relativos a um Audi A5 usado pelo irmão do ex-primeiro-ministro José Sócrates, António Pinto de Sousa, montante que garante ter sido descontado mais tarde na conta corrente do empresário Carlos Santos Silva, amigo do governante e do seu irmão, que trabalhava regularmente para o grupo.

Isso mesmo é assumido pelo presidente da comissão executiva do grupo, Joaquim Conceição, num depoimento prestado a 29 de Junho no Departamento Central de Investigação e Acção Penal, no âmbito da Operação Marquês. Joaquim Conceição foi ouvido como representante de quatro sociedades arguidas, todas do Grupo Lena, durante pouco mais de três horas. Na gravação do depoimento, à qual o PÚBLICO teve acesso, o presidente da comissão executiva do grupo nunca fala do eventual pagamento de subornos a José Sócrates, nome aliás poucas vezes referido durante o depoimento. Na maior parte das respostas, Joaquim Conceição deu uma versão que contraria muitas das teses sustentadas pelo Ministério Público.

O interrogatório, no qual Joaquim Conceição é acompanhado por dois advogados, concentra-se no funcionamento do grupo e nas relações deste com o empresário Carlos Santos Silva, que o Ministério Público acredita ser um testa-de-ferro do antigo primeiro-ministro. A venda de um terreno do grupo em Angola, conhecido como Kanhangulo, que foi negociado com o empresário luso-angolano Hélder Bataglia, ligado ao Grupo Espírito Santo, concentra uma parte substancial das perguntas do inspector tributário Paulo Silva e do procurador Rosário Teixeira.

Quanto ao episódio do carro do irmão de Sócrates, Joaquim Conceição, começa por dizer que houve uma “situação complicada” na Rentlei, uma empresa do grupo dedicada ao aluguer operacional de viaturas, levantada por um funcionário “muito mesquinho” e “muito rigoroso”. Explica que António Pinto de Sousa tinha um contrato de aluguer operacional de um Audi A5 com a Rentlei, que deixou de ser pago quando morreu, em Agosto de 2011. Diz que a determinada altura, um advogado da mãe entrou em contacto com a empresa, dando-lhe conta do interesse da familiar em ficar com a viatura.

Levantou-se então a questão de quem deveria pagar as rendas em atraso e o valor residual do carro, tendo a questão chegado às mãos do presidente da comissão executiva do grupo. Este diz que falou com Joaquim Barroca, um dos donos do grupo, que pediu orientações a Carlos Santos Silva, que tinha trazido aquele cliente. Questionado sobre se não teria mais lógica falar sobre este assunto com os herdeiros, Joaquim Conceição diz que o normal é abordar quem trouxe o negócio.

“O Carlos está-me a dizer para pagares isso por nossa conta e para deduzires isso nas dívidas que temos ao Carlos”, contou Joaquim Conceição, numa alusão à conversa que teve com Joaquim Barroca. Face às dificuldades financeiras do grupo, o presidente do grupo diz que para cobrir “os 30 e tal mil euros” teve de recorrer a dólares vindos de Angola. “Fomos buscar onde havia”, justifica, assumindo que o dinheiro chegou a Portugal em “numerário”. Joaquim Conceição diz que de imediato foi transmitida a indicação aos responsáveis da empresa em Angola para descontarem essa quantia às dívidas que o grupo tinha com Carlos Santos Silva, que nessa altura estava a fazer o projecto de um edifício em Angola.
Divergências com Barroca

O procurador quis saber por que é que esses pagamentos feitos em 2011 e 2012, aparecem registados em 2013 num ficheiro que faz um balanço das despesas assumidas pelo Grupo Lena, mas que Joaquim Conceição considerava que deviam ter sido pagas por Carlos Santos Silva ou pelas suas empresas. O gestor insiste que nessa altura já se tinha feito o encontro de contas com o amigo de infância de Sócrates e que a inclusão daqueles montantes era uma “duplicação de débitos”. O presidente do Grupo Lena diz ter feito aquela manobra com o intuito de baixar o valor da renovação da prestação de serviços de Santos Silva, que acabou por ficar nos 2,7 milhões de euros, 10% abaixo da anterior.

CAOS POLÍTICO EM ESPANHA! (in www.publico.pt)


Caos no PSOE abre caminho a cenários de implosão. E depois?


JORGE ALMEIDA FERNANDES

29/09/2016 - 22:00


A luta pelo poder dentro do mais velho partido espanhol ameaça romper os actuais e precários equilíbrios políticos em favor do PP e do Podemos
A questão que se punha nesta quinta-feira era simples: quem manda no PSOE? Não se sabe REUTERS/ELOY ALONSO




9







TÓPICOS

Europa
Espanha
Mariano Rajoy
Eleições
Joaquín Almunia
Pedro Sánchez
Pablo Iglesias
PSOE

MAIS
Abandonar o marxismo, apoiar a NATO: as crises do PSOE
Críticos do PSOE demitem-se para forçar destituição de Pedro Sánchez


O histórico Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), fundado em 1879, está em processo de autodestruição e em risco de implosão. Está dividido em duas facções que não se reconhecem mutuamente, invocando duas legitimidades e estratégias irreconciliáveis. A hipótese de terceiras eleições em Dezembro encerra uma ameaça de “extinção”. Evoca-se o fantasma do PASOK grego.

A situação política espanhola tem sido definida como um infindo impasse na tentativa de formar um governo e tende a agravar-se. Depois da dificuldade em lidar com um sistema pluripartidário, divisa-se nova complicação. Previne no La Vanguardia o jornalista Enric Juliana: “O Partido Socialista está a transformar a sua crise interna numa crise de Estado ao ligar o calendário das suas vertigens com os prazos de investidura [do governo]. A esquerda espanhola está a trinta minutos do suicídio se acabar por forçar terceiras eleições gerais.”

Não se trata apenas de garantir uma nova hegemonia do Partido Popular ou uma ressaca conservadora. É que, em caso de ruína do PSOE, a alternativa ao PP será o Podemos, de Pablo Iglesias, o que mudaria todos os dados do jogo.

Passemos a semana em revista.

Quem manda?

A questão que se punha nesta quinta-feira era simples: quem manda no PSOE? Não se sabe. Para os críticos, o secretário-geral, Pedro Sánchez, cessou as suas funções após a demissão da maioria dos membros da comissão executiva federal, na quarta-feira. Sánchez recusa essa interpretação dos estatutos e garante que não se demitirá. Marcou para este sábado uma reunião do comité federal (o órgão superior do partido, com 290 membros). Propõe que ele convoque eleições primárias para o cargo de secretário-geral, a 23 de Outubro, e um congresso extraordinário, a 12 e 13 de Novembro.

Há duas legitimidades em choque. As pontes entre os “dois bandos” estão rompidas. Os críticos pediram a convocação da comissão de garantias, o órgão jurisdicional do partido, para confirmar a queda de Sánchez. Três dos seus membros, favoráveis aos críticos, anunciaram uma rápida deliberação.

A “declaração de guerra” foi lançada por Sánchez na terça-feira ao anunciar a inesperada realização de primárias em Outubro e um congresso em Dezembro. Após seis derrotas eleitorais consecutivas, as últimas das quais na Galiza e no País Basco, acumulando os piores resultados de sempre, o secretário-geral estava sob forte pressão dos adversários internos. Estes, que na maioria tinham defendido (no interior do partido) a abstenção no voto de investidura de Mariano Rajoy, opõem-se a que o partido negoceie com o Podemos a formação de um governo alternativo, graças a um hipotético apoio do Cidadãos e de partidos catalães. Argumentam que a única razão que poderia levar Iglesias a um acordo seria a divisão do PSOE.

Por outro lado, opõem-se a terceiras eleições em Dezembro, temendo que os socialistas sejam esmagados em benefício do Partido Popular. O próprio Sánchez colocou assim o problema: “Há dirigentes que não pensam o mesmo que eu, que crêem que nos devemos abster na investidura (...) Precisamos de debater e votar para que o PSOE tenha uma única voz.”

Os “barões”

Havia um acordo para que as primárias e o congresso se realizassem “quando houvesse governo”. A jogada de Sánchez foi vista como tentativa de um “plebiscito pessoal” num calendário que não permitia aos críticos organizar uma alternativa. Estes defendem que o PSOE não deve inviabilizar um governo minoritário do PP, antes assumirem-se como líderes da oposição. Mas Sánchez tem um discurso para mobilizar as bases: “Rajoy sim, ou Rajoy não?” Apelou esta semana o seu aliado Miquel Iceta, líder socialista da Catalunha: “Pedro, livra-nos de Rajoy.” Ironizou um jornalista: “É uma forma original de nos livrar de Rajoy, fazê-lo crescer enquanto tu encolhes em cada eleição que se repete.”

Foi neste quadro que os “barões regionais” do PSOE, como Susana Díaz, Ximo Puig, García-Page ou Fernández Vara (respectivamente presidentes da Andaluzia, Valência, Castela-Mancha e Extremadura), apoiados por ex-líderes do partido, como Felipe González, Joaquín Almunia, Rodriguez Zapatero ou Rodríguez Rubalcaba, decidiram passar ao ataque e provocar as 17 demissões na comissão executiva. Invocam a necessidade de travar a “estratégia de suicídio” do PSOE.

CBC News
9 min ·


Global carbon dioxide levels have surpassed 400 parts per million, which scientists call 'uncharted territory.'


Global carbon dioxide levels reach 'uncharted territory'
Global carbon dioxide levels in the atmosphere have surpassed 400 parts per million, and will almost certainly remain there indefinitely, according to new numbers from the Scripps carbon dioxide monitoring program at the Mauna Loa observatory in Hawaii.
CBC.CA

AHAHAHAHAHAHAHAH


CNN International
8 h ·


Donald J. Trump has denied this claim despite a show recording of him offering at least measured backing.


Howard Stern says Trump backed Iraq War in 2002
WWW.CNN.COM|DE SAMANTHA REYES, CNN


CNN International
4 h ·


The blood of dolphins, fish and birds all tested positive for perfluorophosphinic acids, according to a new study.


Pesticides detected in dolphins, birds and fish
WWW.CNN.COM|DE SUSAN SCUTTI, CNN


CNN International
2 h ·


Two Vincent Van Gogh paintings with "huge" historical value have finally been found, fourteen years after a heist in a Dutch museum.


Stolen Van Gogh paintings found in Italy
CNN.COM|DE SOPHIE EASTAUGH, FOR CNN


Israel News Agency
Ontem às 12:01 ·


Not for the 1st time, the Bahraini foreign minister posted a surprising comment devoid of unreserved criticism for the Jewish State in wake of Peres’s death: ‘Peres was a man of peace & war.’
– Iraqi Kurds erect mourning tent: ‘Peres assisted the Kurds.’


Bahrain’s Foreign Minister: "Rest in peace President Shimon Peres."
Not for the 1st time, the Bahraini foreign minister posted a surprising comment devoid of unreserved criticism for the Jewish State in wake of Peres’s death: ‘Peres was a…
ISRAELANDSTUFF.COM


Israel News Agency partilhou a foto de Shimon Peres Condolences 1923 - 2016.
10 h ·



Shimon Peres Condolences 1923 - 2016Gostar da Página
10 h ·


Former Israeli President Shimon Peres remembered in New York by the UN Secretary General Ban Ki-moon, US Ambassador Samantha Power, Israeli Ambassador Danon and several others at the UN.
Israel News Agency5 h
WATCH: Republican bill would terminate US foreign aid to Abbas’ PA as long as Palestinians pays terrorists monthly stipends. Senators Lindsey Graham: “The Palestinians need to decide – do they condemn these horrible acts or do they reward them? You can’t be a partner in peace when you are paying people to commit terrorist acts.”

Republican senators introduce legislation to block all financial aid to Palestinians
WATCH: Republican bill would terminate US foreign aid to Abbas' PA as long as Palestinians pays terrorists monthly stipends. Senators Lindsey Graham: “The…
ISRAELANDSTUFF.COM



O pensamento de Nietzsche)1844-1900), in O Citador:

"Aprender a Ver
Aprender a ver - habituar os olhos à calma, à paciência, ao deixar-que-as-coisas-se-aproximem-de-nós; aprender a adiar o juízo, a rodear e a abarcar o caso particular a partir de todos os lados. Este é o primeiro ensino preliminar para o espírito: não reagir imediatamente a um estímulo, mas sim controlar os instintos que põem obstáculos, que isolam. Aprender a ver, tal como eu o entendo, é já quase o que o modo afilosófico de falar denomina vontade forte: o essencial nisto é, precisamente, o poder não «querer», o poder diferir a decisão. Toda a não-espiritualidade, toda a vulgaridade descansa na incapacidade de opor resistência a um estímulo — tem que se reagir, seguem-se todos os impulsos. Em muitos casos esse ter que é já doença, decadência, sintoma de esgotamento, — quase tudo o que a rudeza afilosófica designa com o nome de «vício» é apenas essa incapacidade fisiológica de não reagir. — Uma aplicação prática do ter-aprendido-a-ver: enquanto discente em geral, chegar-se-á a ser lento, desconfiado, teimoso. Ao estranho, ao novo de qualquer espécie deixar-se-o-á aproximar-se com uma tranquilidade hostil, — afasta-se dele a mão. O ter abertas todas as portas, o servil abrir a boca perante todo o facto pequeno, o estar sempre disposto a meter-se, a lançar-se de um salto para dentro de outros homens e outras coisas, em suma, a famosa «objectividade» moderna é mau gosto, é algo não-aristocrático par excellence."...


Friedrich Nietzsche, in "Crepúsculo dos Ídolos"



GostoMostrar mais reaçõesComentar
Partilhar


Poema de Álvaro de Campos , in O Citador:

A Minha Alma Partiu-se

A minha alma partiu-se como um vaso vazio.
Caiu pela escada excessivamente abaixo.
Caiu das mãos da criada descuidada.
Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia loiça no vaso.


Asneira? Impossível? Sei lá!
Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu.
Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir.

Fiz barulho na queda como um vaso que se partia.
Os deuses que há debruçam-se do parapeito da escada.
E fitam os cacos que a criada deles fez de mim.

Não se zanguem com ela.
São tolerantes com ela.
O que era eu um vaso vazio?

Olham os cacos absurdamente conscientes,
Mas conscientes de si mesmos, não conscientes deles.

Olham e sorriem.
Sorriem tolerantes à criada involuntária.

Alastra a grande escadaria atapetada de estrelas.
Um caco brilha, virado do exterior lustroso, entre os astros.
A minha obra? A minha alma principal? A minha vida?
Um caco.
E os deuses olham-o especialmente, pois não sabem por que ficou ali.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa



GostoMostrar mais reaçõesComentarPartilhar

Do Poeta brasileiro Guimarães Rosa



De Guimarães Rosa(1908-1967), in Net:

Soneto da saudade

Quando sentires a saudade retroar
Fecha os teus olhos e verás o meu sorriso.
E ternamente te direi a sussurrar:
O nosso amor a cada instante está mais vivo!


Quem sabe ainda vibrará em teus ouvidos
Uma voz macia a recitar muitos poemas...
E a te expressar que este amor em nós ungindo
Suportará toda distância sem problemas...

Quiçá, teus lábios sentirão um beijo leve
Como uma pluma a flutuar por sobre a neve,
Como uma gota de orvalho indo ao chão.

Lembrar-te-ás toda ternura que expressamos,
Sempre que juntos, a emoção que partilhamos...
Nem a distância apaga a chama da paixão

Guimarães Rosa



GostoMostrar mais reaçõesComentarPartilhar

Poema meu(Obra REGª)





VOZES-DO-ALÉM-MAR-NAS-RIMAS-DOS CANTARES DE AMOR

Ouvi-te cantar nos ventos,
por entre pinheiros altos
que se perderam nas águas
da triste chuva dos tempos…
Ouvi-te cantar nos ventos…


(____________________Ficas mais longe, pelas tardes
______________ para onde os crepúsculos correm,
____________a descobrir seculares de gotas de orvalho,
_______ nos sinos onde os lamentos morrem…)

Caiu-me das mãos, o livro que leio ao entardecer…
Como animal ferido,
deixou-me aos pés a capa
que o protegia,
para esconder o quanto eu sofria.

Pinheiros altos----altas velas-a-navegar----choro triste…
…povo meu
que viveu a acenar-lenços-brancos, de esperança-em-riste.

Ouvi-te cantar nos ventos,
a melopeia que entoa o rasgar das velas,
ao desconhecerem que o tempo ia andando “in media res”.

Ouvi as ondas do mar, recheadas de espuma
a vibrar
os ecos nostálgicos das vozes de Além-Mar,
semeados de rimas dos nossos Cantos de Amor.

Ouvi-vos chorar, pinheiros de Portugal!

Maria Elisa Ribeiro
Junho/016



GostoMostrar mais reaçõesComentarPartilhar

Bom dia, amigos de Lusibero

Bom dia, amigos!

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Boa noite, amigos de Lusibero!


Túnel do Marão-Portugal


CBC News
1 h ·


A company controlled by Donald Trump spent at least $68,000 on a 1998 foray into Cuba, violating the U.S. trade embargo.


Trump broke U.S. law with dealings in Cuba, Newsweek report says
Another bombshell has landed on Donald Trump's presidential run from Newsweek, which in a story released Thursday alleges the billionaire businessman broke U.S.…
CBC.CA

CBC News
2 min ·


While their parents were away on official duties Tuesday, Prince George and Princess Charlotte reportedly paid a visit to Beacon Hill Children's Farm.


Prince George, Princess Charlotte make secret visit to Victoria petting zoo
Prince George and Princess Charlotte made a surprise visit to one of Victoria's most popular kids' attractions on Tuesday while their parents were away on official duties.
CBC.CA


The Guardian
4 h ·


"It simply did not stop. It went right through the barriers and into the reception area."


New Jersey train crash: more than 100 people injured at Hoboken station
Woman trapped under concrete and ‘a lot’ of people bleeding, passenger said, after NJ Transit train ‘plowed’ through Hoboken Terminal on Thursday morning
THEGUARDIAN.COM|DE MAZIN SIDAHMED

The Guardian
3 h ·


“By killing the parish priest in a small village, the narcos assert their authority in a brutal way. Not even the traditional, spiritual authority of the priest is respected: narcos alone rule.”


Mexico shaken after three priests killed within a week
Motives behind 15 deaths in four years remain unclear as most cases remain unsolved, but analysts say drug traffickers are asserting their authority
THEGUARDIAN.COM|DE DAVID AGREN

The Guardian
28 min ·


Man's best genetically matched partner.


Secret of connection between dogs and humans could be genetic
Scientists have found a handful of genes that they may be linked to the tendency for dogs to seek human help and contact
THEGUARDIAN.COM|DE NICOLA DAVIS


Música

História de PORTUGAL: Nun'Álvares Pereira


Nuno Álvares Pereira
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Nota: São Nuno redireciona para este artigo. Para o povoado açoriano, veja São Nuno (Açores).

Esta página ou secção cita fontes confiáveis e independentes, mas que não cobrem todo o conteúdo (desde fevereiro de 2013). Por favor, adicione mais referências e insira-as corretamente no texto ou no rodapé. Material sem fontes poderá ser removido.
—Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)

Nuno Álvares Pereira


Santo Condestável, Conde de Arraiolos, deBarcelos e de Ourém
Nascimento 24 de junho de 1360 em Cernache do Bonjardim ou Flor da Rosa
Morte 1 de novembro de 1431 (71 anos) emLisboa
Veneração por Igreja Católica
Beatificação 23 de Janeiro de 1918, Roma porPapa Bento XV
Canonização 26 de Abril de 2009, Roma
Principaltemplo Igreja do Santo Condestável, Lisboa
Festa litúrgica 6 de Novembro
Portal dos Santos


Nuno Álvares Pereira (O. Carm.), também conhecido como o Santo Condestável, Beato Nuno de Santa Maria, hoje São Nuno de Santa Maria, ou simplesmenteNun' Álvares (Paço do Bonjardim ou Flor da Rosa[i], 24 de junho de 1360[1]Lisboa, 1 de novembro de 1431[2]), foi um nobre e general português do século XIV. Desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela. Nuno Álvares Pereira foi também 2.º Condestável de Portugal, 38.º Mordomo-Mor do Reino, 7.º conde de Barcelos, 3.º conde de Ourém e 2.º conde de Arraiolos.

Considerado como o maior estratega e génio militar português. Comandou forças em número inferior ao inimigo e venceu todas as batalhas que travou. É o patrono da infantaria portuguesa.

Camões, em sentido literal ou alegórico, explícito ou implícito, faz referência ao Condestável nada menos que 14 vezes em «Os Lusíadas». O "forte Nuno", como Camões o designa, aparece logo evocado na 12ª estrofe do canto primeiro, "por estes vos darei um Nuno fero, que fez ao Rei e ao Reino um tal serviço", e no canto oitavo, estrofe 32, 5.º verso, "Ditosa Pátria que tal filho teve".

Uma escultura sua encontra-se no Arco da Rua Augusta, na Praça do Comércio, em Lisboa, outra no castelo de Ourém e ainda outra equestre, no exterior doMosteiro da Batalha. Tem também uma estátua em Flor da Rosa,[3] um dos dois locais apontados como sua terra natal.

São Nuno foi canonizado pelo Papa Bento XVI, em 26 de abril de 2009,[4] e sua festa é a 6 de Novembro.[5]

O dia do seu nascimento é feriado no concelho da Sertã.



Índice [esconder]
1Biografia
1.1Descendência
2Vida religiosa
3Beatificação e canonização
4Notas
5Referências
6Ver também
7Ligações externas


Biografia[editar | editar código-fonte]

Estátua de Nuno Álvares Pereira, do escultorLeopoldo de Almeida, em frente ao Mosteiro da Batalha.

Réplica da espada de D.Nuno Álvares Pereira na igreja de Flor da Rosa.

Segundo Fernão Lopes, D. Nuno Álvares Pereira foi um dos filhos naturais de D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior da Ordem do Hospital, e Iria Gonçalves do Carvalhal. Era meio-irmão mais novo de Rodrigo Álvares Pereira, D. Frei Pedro Álvares Pereira e Diogo Álvares Pereira, e irmão mais novo de Fernão Álvares Pereira. D. Nuno Álvares Pereira cresceu na casa do seu pai até aos seus treze anos[6]. Foi lá que se iniciou "como bom cavalgante, torneador, justador e lançador", e sobretudo onde ganhou gosto pela leitura. Consta que leu nos "livros de cavallaria que a pureza era a virtude que tornara invenciveis os heroes da Tavola Redonda, e procurava que a sua alma e corpo se conservassem immaculados".[7] Saiu de casa do pai para a côrte de D. Fernando de Portugal. Após uma missão de reconhecimento ao exército de Castela, que passava por Santarém a caminho de Lisboa, ele e o seu irmão Diogo foram armados cavaleiros, Nuno foi pela rainha e Diogo pelo rei, este último com uma armadura emprestada por D.João, o Mestre de Avis (a partir daí tornando-se amigo de Nuno). Nessa missão, o jovem fez um relatório indicando que o exército de Castela, apesar de grande, era mal comandado, e que poderia ser vencido por uma pequena força bem comandada.

Decidido a manter-se casto, viu tais aspirações serem contrariadas pelo seu pai, que aos 16 anos, em 1376, o casou com Leonor de Alvim, quatro anos mais velha, viúva de um primeiro casamento sem filhos, rica, em cerimónia realizada em Vila Nova da Rainha, freguesia do concelho de Azambuja. O nobre casal estabeleceu-se no Minho (supõe-se que em Pedraça, Cabeceiras de Basto), numa propriedade de D. Leonor de Alvim. O pai, com este casamento, garantia o futuro do filho, já que Nuno não podia suceder-lhe no cargo de prior. Este cargo passou para o seu irmão Pedro, que acabaria por tomar o partido de Castela.

Quando o Rei Dom Fernando de Portugal morreu em 1383, sem herdeiros a não ser a princesa D. Beatriz, casada com o Rei João I de Castela, D. Nuno foi um dos primeiros nobres a apoiar as pretensões de João, o Mestre de Avis à coroa. Apesar de ser filho ilegítimo de D. Pedro I de Portugal, D. João afigurava-se como uma hipótese preferível à perda de independência para os castelhanos. A primeira grande vitória de D. Nuno Álvares Pereira frente aos castelhanos deu-se na batalha dos Atoleiros em que pela primeira vez, na Península Ibérica, um exército a pé derrota um exército com cavalaria pesada, em Abril de 1384. Com a eleição em Abril de 1385 de D. João de Avis para rei é nomeado Condestável de Portugal e Conde de Ourém.

Conta-se que em fins de 1383 depois de se encontrar com D. João em Lisboa para sugerir matar o Conde Andeiro, deslocou-se para Santarém e dirigiu-se ao alfageme para afiar a espada. Quando se preparava para pagar, o alfageme disse-lhe que pagaria por aquilo quando D. Nuno fosse conde de Ourém que na altura era o Andeiro; o jovem aceitou. Após a batalha de Aljubarrota, o rei em Santarém fazia distribuição de terras. Um pagem pretendeu os bens daquele alfageme, dizendo que era castelhano; a mulher do alfageme lembrou a D. Nuno do pagamento devido e este intercedou junto do rei para que os bens não lhe fossem retirados.

A 6 de Abril de 1385, D. João é reconhecido pelas cortes reunidas em Coimbra como Rei de Portugal. Esta posição de força portuguesa desencadeia uma resposta à altura em Castela. D. João de Castela invade Portugal pela Beira Alta com vista a proteger os interesses de sua mulher D. Beatriz. D. Nuno Álvares Pereira toma o controlo da situação no terreno e inicia uma série de cercos a cidades leais a Castela, localizadas principalmente no Norte do país.

A 14 de Agosto, D. Nuno Álvares Pereira mostra o seu génio militar ao vencer a batalha de Aljubarrota. A batalha viria a ser decisiva no fim da instabilidade política de 1383-1385 e na consolidação da independência portuguesa. Finda a ameaça castelhana, D. Nuno Álvares Pereira permaneceu como Condestável do reino e tornou-se Conde de Arraiolos e Barcelos. Entre 1385 e 1390, ano da morte de D. João de Castela, dedicou-se a realizar incursões contra a fronteira de Castela, com o objectivo de manter a pressão e dissuadir o país vizinho de novos ataques. Por essa altura, em Outubro de 1385 foi travada em terreno castelhano a célebre batalha de Valverde. Conta-se que na fase mais crítica da batalha e quando já parecia que o exército português iria sofrer uma derrota completa, se deu pela falta de D. Nuno. Quando já se temia o pior, o seu escudeiro foi encontrá-lo em êxtase, ajoelhado a rezar entre dois penedos. Quando o escudeiro aflito lhe chamou a atenção para a batalha que se perdia, o Condestável fez um sinal com a mão a pedir silêncio. Novamente chamado à atenção pelo escudeiro, que lhe disse: "Nada de orações, que morremos todos! responde então D. Nuno, suavemente: "Amigo, ainda não é hora. Aguardai um pouco e acabarei de orar.". Quando acabou de rezar, ergue-se com o rosto iluminado e dando as suas ordens, consegue que se ganhe a batalha de uma forma considerada milagrosa. Depois desta batalha, os castelhanos recusaram-se a dar-lhe batalha em campo aberto. O nome de Nuno Álvares inspirava terror nos castelhanos que passaram sempre que podiam a atacar a fronteira com pilhagens e razias e aplicavam a política de terra queimada quando D. Nuno entrava em Castela.

Pelos seus serviços o rei deu-lhe títulos e terras. Ficou senhor de quase metade de Portugal. Para compensar os seus companheiros de armas, quis D. Nuno, em 1393, durante as tréguas, distribuir os bens por eles. Isto levou a uma intriga na corte que acusava o Condestável de querer tornar esses companheiros em vassalos. No ano seguinte estava aberto um conflito com o rei. O Condestável defende-se que não podia devolver o que já não tinha. A coroa comprou propriedades a alguns desses homens. Este conflito levou D. Nuno a considerar abandonar o país; reuniu-se com os seus homens e disse-lhes que quem quisesse fosse com ele; nessa altura corre a notícia de que Castela tinha quebrado as tréguas, logo D. Nuno corre com o seu exército para junto do rei, sendo o primeiro vassalo a fazê-lo. O rei faz então um acordo: as doações feitas, eram mantidas, mas o rei seria o único a ter vassalos, não podendo mais ninguém tê-los; aqueles que receberam bens do Condestável passavam a ser vassalos directos do rei.

Em 1401 dá-se o casamento entre o futuro duque de Bragança D. Afonso com a filha de D. Nuno, D. Beatriz.

Participou na conquista de Ceuta em 1415 e foi convidado pelo rei a comandar a guarnição que lá ia ficar. O condestável recusou, pois desejava abandonar a vida militar e abraçar a religiosa.

Antes de entrar no convento, distribuiu os bens pelos netos. A sua neta D. Isabel, casou-se com o infante D. João, futuro Condestável.

O convento do Carmo deu aos frades carmelitas, assim como os bens que lhe restavam. Ao tornar-se frei Nuno, abdicou do título de conde e de Condestável e pretendeu ir pelas ruas pedir esmola, o que assustou o rei e este pediu ao infante D. Duarte que tinha muita admiração por Nuno, convencê-lo a não fazer tal coisa. O infante convenceu frei Nuno a apenas aceitar esmola do rei, o que foi aceite.
Descendência[editar | editar código-fonte]

Do seu casamento com Leonor de Alvim, o Condestável teve três filhos, dois rapazes que morreram jovens, mas apenas uma filha chegou à idade adulta e teve descendência, Beatriz Pereira de Alvim, que se tornou mulher de D. Afonso, o 1.º Duque de Bragança, dando origem à Casa de Bragança, que viria a reinar em Portugal três séculos mais tarde. Não obstante, a primogenitura, a descendência direta e a representação genealógica do Condestável pertence aos Marqueses de Valença, por o 1.º Marquês de Valença e 4.º Conde de Ourém (por doação direta de seu avô materno), Afonso de Bragança, ser o filho primogénito de sua mãe, Beatriz Pereira de Alvim, primeira esposa do 1.º Duque de Bragança, D. Afonso. Por esse motivo os Marqueses de Valença mantiveram até aos dias de hoje o uso do apelido "de Portugal" em alusão ao reino e também à varonia real, mais tarde mantida pelo tronco "de Sousa Coutinho" (Borba e Redondo). Esta razão está também patenteada na própria heráldica, mantendo os Marqueses de Valença a "cruz florenciada" dos Pereira alternada com as Armas do Reino, o que já não acontece com o ramo segundogénito, os Duques de Bragança, que nunca tiveram direito ou pretensão a esta representação genealógica. Por outro lado, a família Mello dos Duques de Cadaval, por sua vez um ramo segundogénito da família Bragança, veio mais tarde a adotar, em memória ao seu ilustre antepassado e por passarem a ter a varonia Bragança, o apelido "Alvares Pereira" e as mesmas armas dos "Portugal", o que não lhes induz algum direito de representação, a não ser por pura analogia.
Vida religiosa[editar | editar código-fonte]

Nos últimos anos da sua vida Nuno Álvares Pereira recolheu-se no Convento do Carmo, onde morreu.

Após a morte da sua mulher, tornou-se carmelita (entrou na Ordem em 1423, no Convento do Carmo, que mandara construir como cumprimento de um voto). Toma o nome de Irmão Nuno de Santa Maria. Aí permanece até à morte, ocorrida em 1 de Novembro de 1431, com 71 anos, rodeado pelo rei e os infantes.

Percorria as ruas de Lisboa e distribuía esmolas a quem precisava. No convento tinha um grande caldeirão usado pelos seus homens nas campanhas militares, onde se faziam refeições para os pobres. Estas acções levaram o povo a chamá-lo de Santo Condestável.

Durante o seu último ano de vida, o Rei D. João I fez-lhe uma visita no Carmo. D. João sempre considerou que fora Nuno Álvares Pereira o seu mais próximo amigo, que o colocara no trono e salvara a independência de Portugal.

O túmulo de Nuno Álvares Pereira foi destruído no Terramoto de 1755. O seu epitáfio era: "Aqui jaz aquele famoso Nuno, o Condestável, fundador da Sereníssima Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo."

Há uma história apócrifa, em que o embaixador castelhano teria ido ao Convento do Carmo encontrar-se com Nun'Álvares, e ter-lhe-á perguntado qual seria a sua posição se Castela novamente invadisse Portugal. Nuno terá levantado o seu hábito, e mostrado, por baixo deste, a sua cota de malha, indicando a sua disponibilidade para servir o seu país sempre que necessário e declarando que "se el-rei de Castela outra vez movesse guerra a Portugal, serviria ao mesmo tempo a religião que professava e a terra que lhe dera o ser".

Conta-se também que no inicio da sua vida monástica, em 1425 correra em Lisboa o boato de que Ceuta estaria em risco de ser apresada pelos Mouros. De imediato Frei Nuno manifesta a sua vontade em fazer parte da expedição que iria acudir a Ceuta. Quando o tentaram dissuadir, apontando a sua figura alquebrada pelos anos e por tantas canseiras, pegou numa lança e disse: "Em África a poderei meter, se tanto for mister!" (daqui nasceu a expressão "meter uma lança em África", no sentido de se vencer uma grande dificuldade). Atirou a lança do varandim do convento, que atravessou todo o Vale da Baixa de Lisboa, indo cravar-se numa porta do outro lado do Rossio.
Beatificação e canonização[editar | editar código-fonte]

Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de Janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV, pelo Decreto "Clementíssimus Deus", e foi consagrado o dia 6 de Novembro ao, então, beato. Iniciado em 1921, em 1940 o processo de canonização foi interrompido por razões essencialmente políticas. O país festejava então os Centenários da Fundação de Portugal e da Restauração da Independência e Salazar desejava que a canonização do Beato Nuno se revestisse de uma pompa nunca vista e num ambiente de grande exaltação nacionalista, incluindo uma possível visita papal a Portugal, para que o próprio Sumo Pontífice presidisse às cerimónias da Canonização. O Papa de então (Pio XII) recusou, profundamente incomodado com o significado altamente político em que o facto estava a descambar. O Processo foi então suspenso e por assim dizer, caiu num "semi-esquecimento". Entretanto, em 1953, foi inaugurada a Igreja do Santo Condestável, sede da Paróquia do mesmo nome, em Campo de Ourique (Lisboa), que contou com a Procissão de Transladação das Relíquias desde o Largo do Carmo, no meio de honras militares e de um intenso entusiasmo popular (segundo testemunhos da época, mais de metade do povo de Lisboa esteve presente na consagração da Igreja e nas restantes cerimónias religiosas) e com a presença dos mais altos dignitários da Nação. Posteriormente, em 2004 o Processo foi reiniciado por vontade do Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José da Cruz Policarpo.

Estátua em Flor da Rosa um dos locais apontados como sua terra natal. Em Honra à sua beatificação. nota: a data inscrita na placa desta estátua é incorrecto.

No Consistório de 21 de Fevereiro de 2009 - acto formal no qual o Papa ordenou aos Cardeais para confirmarem os processos de canonização já concluídos -, o Papa Bento XVI anunciou para 26 de Abril de 2009 a canonização do Beato Nuno de Santa Maria, juntamente com quatro outros novos santos.[8] O processo referente a Nuno Álvares Pereira encontrava-se concluído desde a Primavera de 2008, noventa anos após sua beatificação.

D. Nuno Álvares Pereira foi canonizado como São Nuno de Santa Maria pelo papa Bento XVI às 9h 33min (hora de Portugal) de 26 de Abril de 2009.

A Conferência Episcopal Portuguesa, em nota pastoral sobre a canonização de Nuno de Santa Maria, declarou: "(…) o testemunho de vida de D. Nuno constituirá uma força de mudança em favor da justiça e da fraternidade, da promoção de estilos de vida mais sóbrios e solidários e de iniciativas de partilha de bens. Será também apelo a uma cidadania exemplarmente vivida e um forte convite à dignificação da vida política como expressão de melhor humanismo ao serviço do bem comum.

Os Bispos de Portugal propõem, portanto, aos homens e mulheres de hoje o exemplo da vida de Nuno Álvares Pereira, pautada pelos valores evangélicos, orientada pelo maior bem de todos, disponível para lutar pelos superiores interesses da Pátria, solícita por servir os mais desprotegidos e pobres. Assim seremos parte activa na construção de uma sociedade mais justa e fraterna que todos desejamos."[9]
Notas[editar | editar código-fonte]

- Fernão Lopes, na sua Crónica de el-rei D. João I, não refere o local de nascimento de Nuno Álvares Pereira. Alguns autores, entre os quais se inclui Virgínia Rau,[1] Oliveira Martins[10]Elias Cardoso,[11] Valério Cordeiro,[7] Miguel Leitão de Andrada[12] e Fernando Denis[13] indicam como seu possível local de nascimento a localidade de Bonjardim, no concelho da Sertã(actual Cernache do Bonjardim). Segundo outros, entre os quais se inclui Teresa Bernardino e a Sociedade Histórica da Independência de Portugal, o local de nascimento será Flor da Rosa.[14][15]
Há ainda quem aponte o termo Bonjardim ao local onde foi edificado o Mosteiro de Flor da Rosa, em Flor da Rosa.[16]
- A Chronica do Condestabre de Portugal Dom Nuno Alvarez Pereira (disponível aqui), de autor anónimo (eventualmente Fernão Lopes), publicada possivelmente em 1526 (ver página xi da obra citada), também não indica o local de nascimento de Nun'Álvares. O texto refere-se tanto a Bom Jardim, como a Flor da Rosa, aparentemente como dois locais distintos (ver página 2(52) da obra citada), nos seguintes termos referindo-se aos feitos do pai de D. Nuno: (…) fez o castello da Ameeyra q he castello forte y muy fermoso. E os paços e assentameto do Boõ Jardim qe he obra assaz vistosa e fermosa. E fez mais Frol de Rosa lugar muy forte e bem obrado (…)
- Segundo Fernão Lopes, este casamento teve lugar quando Nuno Álvares Pereira tinha pouco mais de 16 anos, e três anos antes da morte do pai de Nuno Álvares Pereira, Álvaro Gonçalves Pereira, a qual ocorreu por altura da morte de Henrique II de Castela, em 1379, tendo portanto o casamento ocorrido cerca de 1376.[17]

História de Portugal: a Batalha dos Atoleiros


Batalha dos Atoleiros
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Batalha dos Atoleiros
Crise de 1383-1385

Data 6 de abril de 1384 (632 anos)
Local Atoleiros, Fronteira (Portugal), Portugal
Desfecho
Vitória portuguesa
Combatentes

Nações:
Reino de Portugal Nações:
Reino de Castela

Comandantes

Liderados por:
Nuno Álvares Pereira Liderados por:
Fernando Sánchez de Tovar
Pedro Álvares Pereira
Pero Gonzalez de Sevilla
Martim Anes de Barundo

Forças

Total de homens:

-1,400 homens
1,000 soldados a pé
300 cavaleiros
100 besteiros Total de homens:

-5,000 homens
3,000 soldados a pé
2,000 cavaleiros

Baixas

Perdas:
Não houve baixas Perdas:
Muitas



A Batalha dos Atoleiros ocorreu a 6 de Abril de 1384, no actual município português de Fronteira, distrito de Portalegre e a cerca de 60 Km da fronteira comCastela, entre as forças portuguesas, comandadas por Nuno Álvares Pereira, e uma expedição punitiva castelhana, enviada por João I de Castela, junto da povoação do mesmo nome, no Alentejo.

D. Nuno Álvares Pereira, chefe militar português que tinha sob o seu comando uma força de 1.500 homens de pé, dos quais 100 besteiros e 300 lanças(cavalaria ligeira e pesada). As forças castelhanas invasoras contavam com um efectivo com 5.000 homens.

Por esta altura, Nuno Álvares Pereira fora nomeado pelo Mestre de Avis como fronteiro do Alentejo, temendo este a entrada em Portugal do exércitocastelhano por aquela zona. Partindo de Lisboa, D. Nuno aumentou o número dos seus homens pelo caminho e aproximou-se do exército inimigo, que intentava cercar Fronteira. Mais numerosos e conscientes que D. Nuno os iria interceptar, os castelhanos enviaram um emissário ao chefe do exército português, tentando dissuadi-lo. Perante a recusa dos portugueses, o exército castelhano foi ao seu encontro. O exército português já os aguardava, formando um quadrado (retângulo, mais precisamente) com a maioria das lanças na vanguarda; nas alas e retaguarda estavam os peões, misturados com algumas lanças. Os castelhanos atacaram com a cavalaria, que foi contida pelas lanças e por virotões, o que gerou grande desordem. A batalha durou pouco, tendo sofrido o exército castelhano pesadas baixas.

As tropas castelhanas, que depois de desorganizadas foram tomadas pelo pânico, começaram a fugir em todas as direcções, sendo perseguidas por todo o resto do dia pelas forças de D. Nuno Álvares Pereira, que lhes deu caça até à distância de cerca de sete quilómetros do local da batalha.

A batalha dos Atoleiros constituiu na Península Ibérica a primeira e efectiva utilização das novas técnicas de defesa de forças de infantaria em inferioridade numérica perante uma cavalaria pesada muito superior. A mais conhecida destas será a técnica de «pé terra»» ou «pé em terra», pela primeira vez usada em Portugal: consistia em peões armados com lanças a esperar a carga da cavalaria inimiga, adoptando uma táctica defensiva.

Uma das mais curiosas notas da batalha é que, embora as forças de Castela tenham sofrido perdas muito elevadas, principalmente com muitos mortos entre a cavalaria pesada (que era a força castelhana mais importante), do lado português não ocorreu uma única morte, julgam alguns, nem se registaram feridos - algo pouco provável, pois o ataque castelhano consistiu primeiro em atacar a cavalo e, como tal não surtiu efeito, nova investida foi feita a pé, havendo então combate corpo a corpo.

Este facto só por si foi importante pois, para a realidade da Idade Média, um ambiente extremamente condicionado pela religião, a inexistência de mortos ou feridos foi vista como um prova de que o lado português tinha o apoio de Deus.