domingo, 14 de março de 2021

 






QUANDO A PROSA ME INVADE A POESIA

(SE O TEMPO SE NÃO MOVESSE...)

 

 

 

Se o tempo não se movesse,nem que fosse por um milésimo -de-instante, a vida poderia tornar-se enorme.Na beleza desse milésimo-de-instante, o próprio tempo prolongaria os nossos gestos de apanhar frutos caídos de maduros...flores teriam cores de uma especial magia...as ondas não engoliriam barcos desgovernados...e as estrelas brilhariam tanto que, poderíamos apanhar um barco na baía e ir pelo mar fora esconder nas águas, as nossas chorosas agonias.

...o sol ou a noite poderiam ler

o livro onde o poema ficou interrompido, no momento em que se deu a súbita paragem do milésimo-de-instante...Os espelhos parariam de nos reflectirem a cada segundo que parasse e talvez gostássemos de nos vermos livres deles, por um pouco mais de tempo.

Se o tempo não se movesse naquele instante em que me abraçaste, estaríamos, -quem sabe?-talvez ainda abraçados, de mãos quentes e enlaçadas...

 

 

 

©Maria Elisa Ribeiro

JAN/021

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