QUANDO A PROSA ME INVADE A POESIA
(SE O TEMPO SE NÃO MOVESSE...)
Se o tempo não se movesse,nem que fosse por um milésimo
-de-instante, a vida poderia tornar-se enorme.Na beleza desse
milésimo-de-instante, o próprio tempo prolongaria os nossos gestos de apanhar
frutos caídos de maduros...flores teriam cores de uma especial magia...as ondas
não engoliriam barcos desgovernados...e as estrelas brilhariam tanto que,
poderíamos apanhar um barco na baía e ir pelo mar fora esconder nas águas, as
nossas chorosas agonias.
...o sol ou a noite poderiam ler
o livro onde o poema ficou interrompido, no momento em que
se deu a súbita paragem do milésimo-de-instante...Os espelhos parariam de nos
reflectirem a cada segundo que parasse e talvez gostássemos de nos vermos
livres deles, por um pouco mais de tempo.
Se o tempo não se movesse naquele instante em que me
abraçaste, estaríamos, -quem sabe?-talvez ainda abraçados, de mãos quentes e
enlaçadas...
©Maria Elisa Ribeiro
JAN/021
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