quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

POEMA(meu)









POEMA:




CÂNTICO-DE-SER-ROSA-CARMIM…




…e as tuas palavras onomatopaicas desfilavam, suaves, por cima do meu corpo, no meu rosto… por dentro dos ombros…
…entravam-me na boca pelo beijo que me davas…
…entravam-me nos ouvidos pela música sibilante, da hora de mil desejos…





Insinuantes de perfumes e aromas, sentavam-se-me no nariz…escorriam pelo pescoço…




…tuas mãos, sem saberem por onde andar, desenhavam-me os contornos do rosto sem precisarem de luz, de raios de luar-crescente, de estrelas a brilhar ou de qualquer outra fonte de calor…




…e a buganvília estremeceu de alegria…compôs as mil flores do seu vestido, e quis ser inspiração da rota que percorrias pelo meu corpo, ao tentar implantar-se na eternidade do sufoco da oscilação do MEU momento…




---onomatopaicos, são todos os sons que o mundo ouviu
no auge confuso da dádiva-em-silêncio,
num imenso recanto de flores de cetim
onde as rosas continham a respiração-de- mim,
rubro carmim do que sou, enfim…




Tudo foi ,em tempos,
________ um grito de canções intensas que desapareceram
______ ao surgir um novo Cântico-dos Cânticos.
Resta, na minha face, o registo das tuas mãos macias,
_________impresso em afagos trocados naquela eternidade
_____________que teve o seu fim, na hora de uma certa verdade




Maria Elisa Ribeiro
DEZ/014— com Claudia de Radomska e 49 outras pessoas.

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