segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Poema(meu)











Poema




RUMORES POÉTICOS




Não há verdades indiferentes…Há rumores de verdade…
Todas elas são, em pleno, uma convicção
que germina na força,
que se realiza nas correntes de sangue,
que são a raíz da nossa humanidade.
Um poeta sente-as nas palavras que correm pelo papel, diferentes, encadeadas na vida que rebola montanha abaixo, levando constelações como cavalo em tropel.
As pedras e as estrelas sujeitas e condicionadas a forças obscuras, cobrem a beira do caminho a transformar-nos em árvores de raízes puras, assentes na coragem de soltar palavras que vêm do profundo húmus interior.
Assim será a face do poeta, ao revelar a maturidade do sabor dos frutos amadurecidos, aguerridos na dor de nascer. Assim recria o semeador o seu novo dia, sabendo que a verdade da vida é o que sobra de todas as outras verdades do esquecimento profundo, com que o mundo lhe pára nas mãos.
Um rumor salta o muro do deserto…Sobe montanhas, rios e mares, pula entre as constelações e cai na beira do caminho, perto da fragilidade do mundo dos poemas livres…
Minha mão aberta estende-se, em concha de puro nácar e recolhe as sílabas perto do coração para dar asas à liberdade da Emoção, num pensamento poético…





Maria Elisa Ribeiro
DEZ/014

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