quarta-feira, 29 de outubro de 2014








Recessão arrasta 2,6 milhões de crianças para a pobreza em países ricos
28.10.2014 - 22:16
A recessão arrastou, desde 2008, 2,6 milhões de crianças para abaixo do limiar de pobreza nos países mais ricos do mundo, aumentando para 76,5 milhões as crianças pobres no mundo desenvolvido, segundo um relatório da UNICEF.


JOHN MACDOUGALL/AFP
"Muitos países ricos sofreram um grande revés em termos de rendimento dos agregados familiares e as consequências sobre as crianças e as suas comunidades terão repercussões a longo prazo"







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Apresentado esta terça-feira em Roma, o documento do Centro de Investigação Innocenti da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), intitulado "Crianças da Recessão: o impacto da crise económica no bem-estar das crianças nos países ricos", aponta as políticas de proteção social sólidas como "um fator decisivo na prevenção da pobreza".
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Dados oficiais foram utilizados para alinhar 41 países da União Europeia e da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento da Europa) em tabelas classificativas, em função do aumento ou da diminuição dos respetivos níveis de pobreza infantil desde 2008, de acordo com diversos parâmetros analisados, indica o Comité Português para a UNICEF, em comunicado enviado à agência Lusa.

O relatório analisa também "a proporção de jovens entre os 15 e os 24 anos que não estão a estudar, a trabalhar ou a receber formação profissional", incluindo igualmente dados do inquérito mundial Gallup, sobre as perceções da população acerca do seu estatuto económico e expetativas para o futuro desde o início da recessão.

"Ainda que os primeiros programas de estímulo aplicados em alguns países tenham sido eficazes na proteção das crianças, em 2010 a maioria dos países alterou as suas políticas, passando do financiamento aos cortes, o que teve um impacto negativo sobre as crianças, particularmente na região do Mediterrâneo", lê-se no documento.

O diretor de Política e Estratégia Globais da UNICEF, Jeffrey O'Malley, sustentou que "muitos países ricos sofreram um grande revés em termos de rendimento dos agregados familiares e as consequências sobre as crianças e as suas comunidades terão repercussões a longo prazo".

"Os trabalhos de investigação da UNICEF indicam que a solidez das políticas de proteção social foi um fator decisivo na prevenção da pobreza; todos os países precisam de redes de segurança social sólidas para proteger as crianças nos maus e nos bons momentos - e os países ricos devem dar o exemplo, comprometendo-se explicitamente a erradicar a pobreza infantil, elaborando políticas para atenuar o impacto de crises económicas, e fazer do bem-estar infantil uma prioridade", defendeu.

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