sexta-feira, 31 de outubro de 2014

PELO JORNALISTA CARLOS TOMÁS, in "Notícias sem Censura"



EDUCAÇÃO - A INCOMPETÊNCIA DEVIA TER LIMITES
Opinião - por Carlos Tomás (jornalista)
Mais de um mês depois o caos continua instalado no sistema de colocações de professores, com muitos docentes a sentirem que estão a ser injustiçados e com toda a razão. Tudo, porque o Ministério da Educação e Ciência teima em complicar aquilo que é simples, multiplicando os concursos para preencher as vagas nas escolas. E quem sofre? Os alunos!

De facto, o Ministério tem promovido as colocações de uma forma que lesa muitos docentes e estudantes. Estamos a falar de uma situação profundamente injusta e que diz respeito à questão da prioridade dos candidatos a concurso, no âmbito da mobilidade interna anual.


E era tão fácil resolver as coisas sem polémicas, bastava que o ministro tivesse decidido que os docentes de Quadro de Escola/Quadro Agrupamento de Escola e os docentes de Quadro de Zona Pedagógica fossem priorizados de forma diferente, para efeitos de colocação nos agrupamentos de escolas/escolas não agrupadas.

Eu, que não sou docente, considero que seria mais justo que, em primeiro lugar, fossem priorizados os docentes de Quadro de Escola/Quadro de Agrupamento, depois os candidatos a Destacamento por Aproximação à Residência (DAR), seguindo-se então os docentes do Quadro de Zona Pedagógica e, por fim, os professores de concurso extraordinário, sendo todos ordenados de acordo com a sua graduação profissional e colocados nos mesmos termos.

Mas, para um leigo, o ideal seria que no próximo ano houvesse apenas um concurso em que entrariam todos os professores e estes seriam colocados de acordo com a antiguidade e graduação, sendo que cada professor poderia escolher uma escola como primeira opção. Só depois de todos os professores do quadro estarem colocados é que se deveria pensar na colocação dos professores contratados, uma vez que estes não estão vinculados ao Estado.

Alguém acha normal uma empresa contratar uma pessoa quando tem nos seus quadros profissionais habilitados para tais funções? Só o fará em caso da pessoa do quadro estar incapacitada, nomeadamente se estiver doente. Mas deixam-se professores com anos de experiência sem dar aulas (com os chamados horários zero) e contratam-se outros sem metade da experiência. Alguma coisa anda podre no reino da Educação.

Bastava uma simples administração de recursos, que o Ministério da Educação não faz há vários anos, para resolver o problema.

Repito, quem paga esta incompetência?
Os alunos! E milhares de professores também. Não é senhor ministro?


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2 comentários:

  1. Não conhecia o blog Lusibero, até encontrar a poesia "Fragmentos", de Marilisa Ribeiro. Qual não foi minha surpresa ao deparar-me com este artigo do jornalista Carlos Tomás, que com coragem e brilhantismo manifesta indignação frente ao descaso das autoridades quanto à situação dos professores em Portugal. Parecia estar lendo sobre fatos que ocorrem na condução da gestão pública educacional aqui no Brasil. Os episódios são muito similares. Por conta deste descaso, perdemos nós, professores (ao menos os que ainda acreditam na sua missão) e também os alunos. Parabéns a Carlos Tomás pelo excelente artigo.
    Sandra Caldas Lourenço
    Jornalista, e professora de Língua Portuguesa e Espanhola
    (São Paulo, Brasil)

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  2. Obrigada, minha querida jornalista Sandra Caldas e minha colega de Português! Volta, querida "irmã"!


    Beijinhos da Maria Elisa

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