POLÍTICA
Críticas a jornalistas e comentadores: «É pobre e mal agradecido»
Defendeu Jerónimo de Sousa que acusou o primeiro-ministro de se recusar a ver a realidade de um país onde há mais injustiça, pobreza, desemprego e endividamento
Por: Redação | ontem às 16:56
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje, em Vila Real, que o primeiro-ministro de se recusar a ver a realidade de um país onde há hoje mais injustiça, pobreza, desemprego e endividamento.
«Vejam lá que Passos Coelho hoje criticou os jornalistas e comentadores porque não apoiam mais o Governo e a sua política e os seus êxitos. É o que se chama ser pobre a mal agradecido, um Governo que tem tido os apoios da comunicação social dominante, que tem tido os apoios que são conhecidos e vir agora fazer esta afirmação», salientou Jerónimo de Sousa, que falava depois de um almoço com militantes e simpatizantes.
O primeiro-ministro contestou hoje a ideia que disse estar a ser veiculada «pelos que informam» de que a despesa pública «está igual a 2011», afirmando que, ao contrário, «desceu e continua a descer».
«Se ouvirmos as televisões, se lermos os jornais, os cortes não existiram, os sacrifícios e austeridade não existiram, os portugueses estão equivocados, estamos como estávamos em 2011», referiu Passos Coelho, no seu discurso de encerramento das jornadas parlamentares conjuntas do PSD e do CDS-PP.
Para o secretário-geral do PCP, a «verdade fala por si, incluindo aquela que é escondida e manipulada pelo Governo».
«Estamos hoje num país onde há mais injustiças, pobreza, desemprego e endividamento e esta é a realidade que Passos Coelho se recusa a ver», salientou.
No caso do desemprego, que oficialmente diminuiu no país, Jerónimo de Sousa referiu que a estatística «funciona a favor do Governo», porque se se contabilizassem os emigrantes, estagiários e os que frequentam cursos de formação os valores seriam «insustentáveis».
Depois, o líder comunista falou ainda nos casos recentes na educação, «com a trapalhada» na «colocação dos professores e alunos ainda sem aulas», do «bloqueio da justiça» por causa do sistema informático Citius e a reforma judiciária que levou ao fecho de tribunais.
«Num Estado democrático um erro grosseiro desta natureza levaria a consequências, mas não, tudo pareceu normal», frisou.
Jerónimo de Sousa recorreu ainda à citação população «cada murro cada defunto» designadamente na saúde, justiça e educação e também o caso BES/GES e a agora a PT.
«Uma empresa de ponta, fundamental para o país no setor das telecomunicações que hoje corre o risco de ficar segmentada e ao nível de uma empresa secundária, sem importância nem valor e vendida a qualquer preço a qualquer grupo estrangeiro», frisou.
O secretário-geral comunista acusou ainda o Governo PSD/CDS-PP de «vender tudo o que é fundamental para o desenvolvimento do país: nas telecomunicações, nos transportes e em diversos setores, onde estão a vender ao desbarato».
Jerónimo de Sousa defendeu a agricultura nacional, alertando para os problemas de sectores como da batata, que está a ser vendida a preços muito baixos, do leite e do vinho, onde destacou a «extinção da Casa do Douro», o que, na sua opinião, vai prejudicar os cerca de 30 mil pequenos viticultores do Douro, fazendo com que se intensifique o abandono dos terrenos.
O almoço que juntou militantes e simpatizantes comunistas em Vila Real inseriu-se na ação nacional que o PCP está a desenvolver em todo o país subordinada ao lema «A força do Povo, por um Portugal com futuro - uma política patriótica e de esquerda».
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