segunda-feira, 27 de outubro de 2014

DA FRANÇA...


FRANÇA
Deputado da Frente Nacional converte-se ao Islão e lança controvérsia


por DN.ptHoje21 comentários


O partido de Marine Le Pen tem uma posição firmemente anti-imigraçãoFotografia © REUTERS/Benoit Tessier


Maxence Buttey tem 22 anos, é deputado municipal do partido de extrema direita francês, e converteu-se: agora é muçulmano. E diz que partido e religião têm muito em comum.


"Claro que alguns dos meus eleitores vão ficar desiludidos com a minha escolha", diz ao jornal Le Parisien o jovem Maxence Buttey. Eleito pela Frente Nacional em Noisy-le-Grand, um subúrbio de Paris, Buttey converteu-se ao Islão pouco depois da campanha.

Adepto de um Islão moderado, Maxence Buttey é contra o niqab (o véu que cobre tudo menos os olhos), contra a exclusão, e diz que o Islão pretende unir homens e mulheres. Eacrescenta que a religião e a Frente Nacional têm muito em comum. "Ambos são diabolizados e muito distanciados da imagem que os média dão. Como o Islão, a Frente Nacional defende os mais fracos", explica. E acrescenta semelhanças mesmo no campo económico: "O partido denuncia as taxas exorbitantes de juro da dívida do nosso país. E o islão é contra a prática da usura."

A Frente Nacional, partido de direita radical francês com uma postura anti-imigração, tem mostrado algum desconforto com a conversão do seu deputado. O problema não recai, dizem os representantes, na religião, mas sim num vídeo que Buttey enviou ao departamento local do partido em que falava dos aspetos visionários do Corão.

"A sua religião não é um assunto do partido porque nós defendemos a laicidade", explica Florian Philippot, vice-presidente da Frente Nacional, citado pela televisão RTL. "Mas aqui, saímos do domínio da convicção pessoal e da fé. Um partido político não é lugar para isto."

O secretário departamental da Frente Nacional em Seine-Saint-Denis (grupo de que faz parte Noisy-le-Grand), Jordan Bardella,decidiu suspender Maxence Buttey da sua posição num comité. "A religião é uma escolha privada que eu respeito, mas que não deve entrar na esfera das nossas atividades políticas", disse ao Le Parisien.

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