segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Através de" CANAL MORITZ"


A incontinência verbal do ministro
Publicado em Outubro 24, 2014 por estrelaserrano@gmail.com


Será que o ministro dos Negócios Estrangeiros não sabe o que diz? Já se tinha percebido que sofre de incontinência verbal. Mas desta vez, as suas “revelações” sobre as “raparigas portuguesas no Estado Islâmico que querem regressar” revestem-se de contornos gravíssimos e absolutamente inadmissíveis, para mais, vindas de um ministro cuja principal característica devia ser, precisamente, a contenção e a diplomacia do gesto e da palavra.

Rui Machete é o contrário disso e sempre que dá entrevistas cria problemas. Foi assim no passado, com as declarações sobre um possível segundo resgate do País e com a entrevista a uma rádio de Angola em que se referiu a um processo em segredo de justiça. Devia então ter sido substituído por manifesto erro de casting mas o primeiro-ministro manteve-o, como faz a todos os governantes façam eles o que fizerem. Só saem por vontade própria.

O que disse Rui Machete à Rádio Renancença, que agora diz que não disse? Disse que “No caso português já há dois ou três, sobretudo raparigas, [que militam no grupo terrorista Estado Islâmico] que se deixaram encantar pelo entusiasmo dos noivos ou por um espírito de aventura, que agora estão a querer voltar. Há 12 ou 15 [portugueses no Estado Islâmico], não sabemos exactamente bem, mas é um número muito reduzido.

Depois da “borrada” que fez com estas declarações, o ministro veio dizer que “não deu qualquer tipo de informação que permita a identificação de cidadãos portugueses que participem neste movimento terrorista”.

Será que o ministro não percebe que qualquer terrorista do chamado Estado Islâmico ao saber que há portuguesas alistadas na “seita” que se arrependeram e querem voltar, pode bem acabar com elas? E o ministro não pensou que as identificou pela nacionalidade? Acha que os terroristas a que elas se ligaram precisam que lhes digam os nomes?

Como se não bastasse, em vez de demitir o ministro, o primeiro-ministro desvaloriza as suas declarações. Estão bem um para o outro, mas ambos estão muito mal para o País
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