"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Poema: RUMORES POÉTICOS
RUMORES POÉTICOS
-evapora-se o tempo e deixa pelo ar poeiras em tons beige e pastel de uma natureza engrandecida, que se deixam cair, cansadas, num radiante verde esmeralda.
sob o mais cristalino céu estrelado há uma coreografia-bailado, tom de laranja dourado enfatizado pela negrura da noite escura.
sabe a cores, à humidade do relento e à terra batida por ventos sinuosos, que vão levando perfumes pelo campo fora.
cheira a passos de peregrinos em caminhada comprometida com o seu pessoal segredo, caminhada de fé a transpirar passado, num presente que é sempre um pequeno futuro.
ouve-se o ar das poeiras, prontas a saltar fronteiras, fronteiras que fogem das asneiras da humanidade.
cheira a Loucura.
um temporal de Loucura.
o coração das oliveiras é uma entidade divina.
os pinheiros anichados na colina sabem a canela, a resina de madeira das caravelas- desfeitas em poeira, como nunca se vira.
o tempo passou por elas ao arremeter contra as ondas na lusa terra.
o tempo. a poeira do tempo. o tempo que cheira a tempo, que passa.
a memória do tempo e a trivialidade do cansaço de pensar nela. e o espelho. as poeiras depositadas nele.
os rumores de vidro baço que não falam-dizendo sempre de sua justiça.
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
MAIO/013
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