sábado, 12 de agosto de 2023

Poema de Homenagem a Fernando Pessoa

 A Fernando Pessoa

…um sossego , desassossegado.
…um sentir-verdade-a-fingir.
…um entristecer alegre nas dobras de um cigarro aceso,
embriagado de Viver.
…um sorrir-chorando-dentro,
com o intento de mentir.
…uma nostalgia cansada de Tudo-e-de-Nada
a morrer em areias do deserto
ensopadas de ilusões, de intentos malogrados.
Um pinhal respira ondas de um mar luso
em subtis camadas de espuma-de-sonhos-feito,
ainda nítidos…depois de desfeitos…
Ânsias navegadoras
no dorso das madrugadas de Outrora,
foram nos madeiros-do-mito, largando por aí fora,
na demanda de um Além que existiria, talvez,
num quinto império português.
…um disfarce na fuga da realidade dos delírios humanos para o Sonho!
…uma angústia abúlica, cansada,
em equilíbrio instável da mente
que passeia na utopia de qualquer realidade.
…um ideal da imensa caricatura do tédio existencial
a passear ao luar do sonambulismo, de uma estrada obscura.
um horóscopo da terra nacional a não-pensar-o-ouvir-se,
na instabilidade-de-SER!
Histericamente-histérico-de-si,
eis PESSOA, bruma de um mar azul constante,
distante deste povo-a-procurar-a-Hora-de-poder-SER,
numa caminhada passada, que não volta a Acontecer!
…um “sentir-sinta-quem-lê”…
…um sol em permanente nascer
escondendo a face perturbada de encanto, a estremecer…
…um escrever longe -do-que-é, não deixando de-o-SER…
…um andaime a oscilar
ao som do sino da aldeia,
sentindo o sangue vibrar
na força de melopeia…
Maria Elisa Ribeiro
JLH/ 013
Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "Na véspera de nada Ninguém me me visitou. Olhei atento a estrada Durante todo o dia Mas ninguém vinha ou via, Ninguém aqui chegou. Mas talvez não chegar Queira dizer que há Outra estrada que achar Certa estrada que está, Como quando da festa Se esquece quem lá está. Fernando Pessoa "gosto de palavrar" Fernando Pessoa"
Todas as reações:
Tu, Rui Rangel, Heloisa Vasconcellos e 1 outra pessoa

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