quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Sobre Louis Pasteur, in Wikipédia

 

Louis Pasteur

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura por outras acepções, veja Pasteur (desambiguação).
Louis Pasteur
criador da pasteurização
Nascimento27 de dezembro de 1822
DoleFranche-Comté
Reino da França
Morte28 de setembro de 1895 (72 anos)
Marnes-la-CoquetteIlha de França
Terceira República Francesa
SepultamentoInstituto PasteurCatedral de Notre-Dame de Paris
Nacionalidadefrancês
CidadaniaFrança
Progenitores
  • Jean-Joseph Pasteur
CônjugeMarie Pasteur
Filho(a)(s)Marie-Louise Pasteur, Jean-Baptiste Pasteur
Alma materEscola Normal Superior de Paris
Ocupaçãomicrobiologista, químicoprofessor universitáriobioquímicoengenheiro agrônomonaturalistabiólogo, litógrafo, artistabotânico
PrêmiosMedalha Rumford (1856)Medalha Copley (1874)Prêmio Bressa (1887),[1] Prêmio Cameron (1889)Medalha Leeuwenhoek (1895)
Empregador(a)Universidade de EstrasburgoUniversité de LilleEscola Normal Superior de ParisÉcole Centrale de LilleUniversité Lille Nord de FranceInstituto Pasteur, Universidad de Lille 1
InstituiçõesUniversidade de EstrasburgoUniversité Lille Nord de FranceEscola Normal Superior de Paris
Campo(s)medicinaquímica
Obras destacadasVacina antirrábicaInstituto Pasteur
ReligiãoCatólico
Causa da morteparada cardíaca
Assinatura

Louis Pasteur (Dole27 de dezembro de 1822 – Marnes-la-Coquette28 de setembro de 1895) foi um cientista francês,[2] cujas descobertas tiveram enorme importância na história da química e da medicina. É reconhecido pelas suas notáveis descobertas das causas e prevenções de doenças. Entre seus feitos mais notáveis podem-se citar a redução da mortalidade e a criação da primeira vacina contra a raiva (vacina antirrábica). As suas experiências deram fundamento para a teoria microbiológica da doença. Foi mais conhecido do público em geral por inventar um método para impedir que leite e vinho causem doenças, um processo que veio a ser chamado pasteurização, em homenagem ao seu sobrenome.[3]

Pasteur é considerado um dos três principais fundadores da microbiologia, juntamente com Ferdinand Cohn e Robert Koch. Também fez muitas descobertas no campo da química, principalmente a base molecular para a assimetria de certos cristais.[4] Foi fundador e diretor do instituto que leva seu nome Instituto Luis Pasteur estabelecido 1887, uma fundação privada francesa sem fins lucrativos dedicada ao estudo de biologia, microrganismos, doenças e vacinas. O seu corpo está enterrado sob o Instituto Pasteur em Paris, numa tumba decorada por mosaicos em estilo bizantino que lembram os seus feitos.[5]

Primeiros anos

Pasteur não foi um aluno especialmente aplicado ou brilhante na escola e nem mesmo na universidade em que estudou.[6] Quando era jovem, tinha um gosto especial pela pintura e fez diversos retratos de sua família. Aos dezenove anos, abandonou a pintura para se dedicar à carreira científica, que perdurou por toda a sua vida. Em 1847 ele completou os seus estudos de doutorado na escola de física e química em Paris.

Estudos e a influência na evolução da ciência

Louis Pasteur iniciou os seus estudos no Colégio Royal em Besançon, transferindo-se para a Escola Normal Superior de Paris em 1843, estudando químicafísica e cristalografia.[6] Foi na cristalogia que Louis fez suas primeiras descobertas. Descobriu em 1848 o dimorfismo do ácido tartárico, ao observar no microscópio que o ácido racêmico apresentava dois tipos de cristais, com simetria especular.[7] Foi portanto o descobridor das formas dextrógiras e levógiras, comprovando que desviavam o plano de polarização da luz no mesmo ângulo porém em sentido contrário. Esta descoberta valeu ao jovem químico, com apenas 26 anos de idade, a concessão da "Légion d'Honneur" Francesa.[6]

Após licenciar-se e assistir às aulas do grande químico francês Jean-Baptiste Dumas, começou a se interessar pela química.

Exerceu o cargo de professor de química em Dijon e depois em Estrasburgo. Casou-se com Marienne Laurente, filha do reitor da Academia. Em 1854 foi nomeado decano da Faculdade de Ciências na Universidade de Lille.

A pedido dos vinicultores e cervejeiros da região, começou a investigar a razão pela qual azedavam os vinhos e a cerveja. De novo, utilizando o microscópio, conseguiu identificar a bactéria responsável pelo processo. Propôs eliminar o problema aquecendo a bebida lentamente até alcançar 48° C, matando, deste modo, as bactérias, e encerrando o líquido posteriormente em cubas hermeticamente seladas para evitar uma nova contaminação. Este processo originou a atual técnica de pasteurização dos alimentos. Demonstrou, desta forma, que todo processo de fermentação e decomposição orgânica ocorre devido à ação de organismos vivos.[6]

Na Inglaterra, em 1865, o cirurgião Joseph Lister aplicou os conhecimentos de Pasteur para eliminar os micro-organismos vivos em feridas e incisões cirúrgicas. Em 1871, o próprio Pasteur obrigou os médicos dos hospitais militares a ferver o instrumental e as bandagens que seriam utilizados nos procedimentos médicos.

Expôs a "teoria germinal das enfermidades infecciosas", segundo a qual toda enfermidade infecciosa tem sua causa (etiologia) num micróbio com capacidade de propagar-se entre as pessoas. Deve-se buscar o micróbio responsável por cada enfermidade para se determinar um modo de combatê-lo.

Pasteur passou a investigar os microscópicos agentes patogênicos, terminando por descobrir vacinas, em especial a antirrábica, que utilizou com sucesso em 1885 para tratar Joseph Meister, um garoto de 9 anos que fora mordido por um cão infectado pela raiva, utilizando-se de injeções diárias por 13 dias seguidos, com vírus cada vez menos atenuados. Meister nunca contraiu a raiva, felizmente, pois Pasteur, por não ser médico, arriscou-se a ser processado, caso o tratamento não tivesse sucesso.[8] Fundou em 1887 o Instituto Pasteur, um dos mais famosos centros de pesquisa da atualidade.

Pasteur foi quem derrubou definitivamente a ideia da geração espontânea aristotélica, com a utilização de uma vidraria chamada pescoço de cisne. Pasteur colocou um caldo nutritivo em um balão de vidro, de pescoço curvo.[6] Ferveu o caldo existente no balão, o suficiente para matar todos os possíveis microrganismos que poderiam existir nele. Cessado o aquecimento, vapores da água proveniente do caldo condensaram-se no pescoço do balão e se depositaram, sob forma líquida, na sua curvatura inferior.

Como os frascos ficavam abertos, não se podia falar da impossibilidade da entrada do "princípio ativo" do ar. Com a curvatura do gargalo, os micro-organismos do ar ficavam retidos na superfície interna úmida e não alcançavam o caldo nutritivo.

Quando Pasteur quebrou o pescoço do balão, permitindo o contato do caldo existente dentro dele com o ar, constatou que o caldo contaminou-se com os microrganismos provenientes do ar.

Morreu em Villeneuve-L'Etang no dia 28 de Setembro de 1895. Encontra-se sepultado no Instituto PasteurIlha de FrançaParis, na França.[9]

Fé e espiritualidade

Citado muitas vezes como um fervoroso católico,[6] mas, de acordo com o seu neto Pasteur Vallery-Radot, no entanto, Pasteur só tinha guardado da sua formação católica uma espiritualidade sem prática religiosa.[10]

Maurice Vallery-Radot, neto do irmão do genro de Pasteur e católico declarado, assegura que Pasteur fundamentalmente permaneceu católico.[11] O genro de Pasteur, provavelmente na mais completa biografia de Louis Pasteur, escreveu o seguinte:

Tanto Pasteur Vallery-Radot quanto Maurice Vallery-Radot afirmam que a bem conhecida citação atribuída a Pasteur: "Quanto mais sei, mais a minha fé se aproxima da do camponês bretão. Gostaria de saber tudo, mas eu teria a fé da esposa de um camponês bretão",[4] é apócrifa.[13]

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