O INFINITO
IMPOSSÍVEL
Idealista, sonho
o Infinito Impossível e encontro-me,
perante MIM-PRÓPRIA, de mãos vazias.
Não encontro
o ALÉM, a quimera almejada.
Sou pequena!
Não sou NADA perante a grandeza almejada!
*Retenho
desse idealismo, o céu azul límpido e de raios de luz ofuscantes
daquela infância
que NUNCA FOI.
Corri pelos
campos,visitei ninhos de passarinhos,
que faziam os meus encantos e
apanhei
flores silvestres e frutos maduros caídos no chão...
*Lembro as
águas de um ribeiro choroso,
que rumorejava,
tão lentamente, que nunca mais chegava ao mar;
e eu,
valente capitão das minhas barcas feitas de folhas de vergueiros,
encaminhava-as
com meus pauzitos de brincadeiras
como remos
de marinheiro,
tal como se fez com o rouxinol de Bernardino,
ao longo do
ribeiro para a sua morada final.
(Felicidade
estéril entre o TUDO e o NADA)
*Assim,
hoje, sou eu:árvore magoada, direita ao céu onde estou proibida de tocar!
Teimosa,
imperfeita...apossei-me das minhas mágoas
pois não as
possa largar...assim...de qualquer modo, por aí.
Não sei onde
vão parar...São minhas! Com elas Me quero SER!
Oscilam
entre MIM e MIM-PRÓPRIA rodeando-me num “sem cerimónia fatal”!
©Maria Elisa Ribeiro
OUT/2023
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