VENTRE DA RAZÃO
…espelho imaginário por detrás dos muros-de-Mim…
…sempre à minha frente, isso sim!
Desnudo-me perante ti e descubro, no ventre da Razão,
Original nudez linguística…
_____palavras… cavalos loucos a correrem
_______galopando sílabas e frases desgarradas como eu,
_________ nuas e cruas, sem sentido, sem nexo, mas
___________com mensagem a mostrar toda a coragem
_______________da minha emancipação, num poema
___________________estreitamente ligado ao nascer de um universo.
Persigo-as…toco-as…amo-as!
Perco mesmo a habitual calma,
nesse mundo de todos os sentidos
que o léxico pôs ao meu dispor.
Emigro de letra em letra e de signo em signo
na nudez interior da verdade lexemática
(enquanto o espelho do reverso-de-Mim
mostra que os anos das palavras,
não contam tanto assim…)
Verdade, verdade, é que florescem livros
na vida das árvores…
...na morte das árvores…
....nas folhas
macias das árvores
aveludadas
como os pelos das palavras…
No ventre da Razão os poemas nascem e crescem…
dão-se aos mundos, como quem estende as mãos
para congregar perfumes, no tempo da floração…
Maria Elisa Ribeiro
NOV/014
(Foto Pinterest)
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