terça-feira, 23 de janeiro de 2024

POEMA:

 






CONDICIONAL

 

 

 

.partiria nas asas das aves marinhas a visitar mundos floridos,

ondas alterosas,

montanhas tufosas e,

 de passagem,

cantaria pertinho dos teus sentidos , inebriantes aromas de flores…

 

.pintaria crepúsculos em versos dourados…

…telas coloridas de rubro vermelho, no trigal extenso de páginas vividas…

 

                                                .seria sedenta do magma de fogo

                                                e invadiria, sem qualquer pudor,

                                                 o segredo intenso  do teu ardor!

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.fiapos de nuvens rompem os céus, prontas a desabar no rio de afectos

que nos  quer a abraçar.

.deambulo, cansada, pelas tuas mãos…

.afago-te o desejo, no calor das veias…

.envolvo-me em névoas, por caminhos vãos

onde as hortênsias estão cheias de ideias…

 

.o  sol da seara prometeu dizer-me,

ao longo do dia de agreste calor,

o  ponto de encontro entre o céu e a terra

onde, furtivo, repousa o viver.

 

(O restolho dos tempos gravou nas folhas o meu poema condicional-presente!)

 

. palavras-sós das invernais noites entram, solenes, em brisas permanentes!

.levo-as comigo para o teu beiral que, terno, me acolhe no vendaval!

 

 

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.meu presente é feito de ti,

 boca do fogo

que sabe a vulcão do fim do mundo…

 

.meu condicional deixa de ser e cede lugar ao nosso querer…

 

 

.abandono-me nas mãos do presente-a-ser

em névoas floridas , vivas e altivas, prontas a viver!

 

 

DEZ/013

 

 

Maria  Elisa Ribeiro

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