AMOR
Minhas mãos divagam, cegas, por entre os teus cabelos.
São aves de asas perdidas,
decididas a encontrar um ninho nos teus desvelos.
Fazem secretas viagens nas tempestades de verão
[no
inferno dos meus sentidos.]
Movem-se, em
madrugadas secretas
escondidas no alvorecer,
no meio de folhas
erectas da glória de viver.
Ocultas e atrevidas, foram tocar-te, imprudentes,
ao seio nocturno das
luzentes estrelas,
deitadas num areal de espuma,
a saborear uma língua
de mar…
…e dou-te o olhar molhado de labaredas, ao luar…
…dou-te, ainda, o canto do meu corpo
[em
sinfonia de amor]
A noite, apressada, transmite-se corpo-a-corpo
em acordes musicais
que cheiram a maresia,
na revolta das ondas de espuma
em maré de Lua-Cheia
da concha dos meus ouvidos,
a sentir-te ciciar.
O Sol parou
nas encostas
dos horizontes dormentes
das escarpas ,decididas
a manterem-se insistentes …
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
MARÇO/2016
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