quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

POEMA: LAVRA

 A LAVRA

Acompanho meus passos pela solarenga colineta
onde posso admirar os pássaros a roubarem ramos e palhas,
com os quais percorrem as matas a anunciar a previsível primavera.
Meus olhos vêem e ouvem os sons peculiares da beleza das flores,
e o sussurro dos troncos felizes por renascerem.
Revive a alma nas palavras que os passos vão compassando.
Ouve-se já o silêncio a começar a descer as nuvens das
vertentes do entardecer da colina,
prestes a chegar à boca da noite.
Lavro meus versos,
ao som dos passos descompassados das enxadas dos cavadores
e do ronco dos tractores.
Guardo-os no meu Dentro, pois
na hora certa,
farei deles grandes senhores dos sonhos-a-viver
em memória aberta-alerta.
A terra ferida expõe, ante mim, os rasgos de sangue
onde irão viver palavras-sementes.
E será num templo de luz e dourada cor
que o fruto de todas elas abrirá para todos os seres ,em perturbado sabor !
Maria Elisa Ribeiro-foto google
JAN/020
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