segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

POEMA

 POEMA AZUL

É quando te abraço
Que vivo a grandiosidade e a beleza
Das estações do ano, pontuais e majestosas,
Presentes de modos diversos, mas sempre-em-amor.


Dou-te o ardor que,naturalmente, me sai da boca,
quase raspando
o azul do precioso ar azul que nos dá vida.
Nunca te falei da infância...
...do quanto não foi nem bela nem doce...
...do quanto me queimou as mãos e a alma
que, antes de estarem doridas,
eram já frágeis e macias.
Com elas esperava afagar tuas faces
e brincar com teus cabelos despenteados.
Mas a chama, milagrosamente verde-florida do meio do dia,
Espreitava pelas janelas abertas,
De onde eu podia ver os loucos ramos das árvores,
Que se entretinham a desafiar a minha paixão pela vida.
Os tempos passaram! Tu foste para longe de mim.

Eu nem soube que me esperava o ambiente escuro
Do colégio “das internas”;


(Pensei no “Amor de Perdição”; mas não era o nosso caso;
nem vivíamos no século XIX. )


Pura e simplesmente, tudo estava já traçado na rota da vida:
O céu continua azul, as flores também são azuis e o firmamento
veste-se de azul; o mar continua na onda de “espera azul”,
que talvez nos queira juntar
no branco dos nossos cabelos...

Foto google
©Maria Elisa Ribeiro
ABR/2021
Pode ser uma imagem de céu
Todas as reações:
Susana Duarte, Ivone Melo e 6 outras pessoas
1
Partilhar

Sem comentários:

Enviar um comentário