A minha poesia
O crepúsculo deixa para trás caudas douradas
cor de sol-a-desaparecer no
fulgor do verde das águas do mar revoltadas.
A tarde-a-crepuscular é companheira da solidão
que se esconde por entre sombras dos fins de Verão.
A melancolia do cimo da falésia
perde as consoantes
que se alapam às pedras imorredoiras das forças poéticas.
Alongo minhas mãos para as bolhas de água,
em sílabas de gotas à deriva,
na espuma das mágoas.
No silêncio da escrita cresce a sombra da velha cascata
onde a água desliza,
inteligentemente,
para o corpo da marítima nave
a caminho de Orientes
nunca imaginados.
©Maria Elisa Ribeiro
Dez/020
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