POEMA
DIÁLOGOS
DE SOLIDÃO
Urgente
se torna ,
ao fim
do dia,
despir
as vestes e pendurá-las num armário
onde se
fecham odores a devassar a intimidade que envergámos,
na
incomensurável verdade da realidade-corpo-vivo-dos-dias-no-tempo.
A noite
fecha-se em torno de todos os ritos de passagem e sentimo-nos
como
comboio que vai partir,
rumo a interrogações seculares.
Iremos a
promontórios românticos
desenhados
perto do sufoco da abóbada celeste,
onde a
solidão encontrará todas as outras solidões
de seres
e de aromas
que vão
entrar em diálogo
de
circunstância,
no silêncio
do firmamento iluminado pelas mãos dos deuses dos mundos
criados,
nunca entendidos…
E são
belas, as Horas, só por existirem comigo dentro delas!
São
belos os dias que nos respiram num sopro divino que galga a força do tempo
no
-vento-de-existir,
mesmo
quando inalamos dúvidas-sem-resposta que não a do sol,
das aves
e da luz do dia,
em que envergamos vestes num equilíbrio
de
proporções-tessituras-de-harmonia,
onde
versões cristalinas do Viver avançam em sintonia com a música-do-Existir.
Inquietantes
visões nocturnas do despir o corpo no vestir a alma,
em
equilíbrio-do-desequilíbrio-das-emoções…
São
tantas as palavras penduradas no ânimo irrequieto dos-cabides-da-vida!
Adio o
sono…
Centro-me
no silêncio azul de um mar a brilhar rasgos de luz estrelada,
numa poesia de espuma libertadora
às voltas numa onda-de-madrugada…
Maria
Elisa Ribeiro
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