GALÁXIAS
São vagas as promessas, as que espero e as com que não conto.
No azul do mar,tão longe, tão longe, há sempre um corpo
celeste
Pronto a declamar o firmamento risonho, onde ele vive a
sonhar.
O eco da sua luz faz esquecer promessas vagas de outras
luzes
(Mirabolantes algumas)
Pelo que dói acreditar em promessas tão vagas
como as luzes das estrelas e de todos os astros da Galáxia,
em noite de nevoeiro.
É tão promissor o seu
fulgor, que caminho nem sei por onde...
Talvez faça como Cesário
e deambule por aí no
meio de meias promessas,
a registar ruas e vielas dos ruídos das avenidas
viradas para as
bolhas dos oceanos.
As luzes astrais são eternas...
EU?
Nem tanto...
NADA,
verdadeiramente!
Quantas vielas empedradas tenho para deambular?
Nas mãos vazias, aquela luz que me guia apenas até aos teus segredos,
dos dias esquecidos no meu DENTRO.
Das estrelas recebi o primeiro beijo de fogo, com o qual
queimei a boca...
A verdade também é
que foi delas
que recebi e abracei
um molho de estímulos,
para os fogos que se seguiriam, depois do acto de Criação.
O rumor das breves sombras verdes como o vento
que veste as
despudoradas manhãs,
apenas me ensina a romper pelo DIA-CLARO,
este Dia que é VIDA num calendário onde sorriem todas as
páginas iguais
da minha Solidão,
sob um céu de Infância já tão afastado de nós!
Maria Elisa Ribeiro
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Maio/021
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