domingo, 25 de julho de 2021

POEMA

 





PERMITAM QUE VÁ...

 

 

Permitam que vá, cheia de noite e luar,beber os sonhos

de qualquer nascente a jorrar!

Deixem que vá para lá do luar apanhar raios prateados,

pó das estrelas douradas e misteriosas!

Permitam que colha rosas e açucenas, no orvalho puro

de um qualquer jardim, que esteja lentamente a renascer!

Sonhei que levava nas mãos-do-sonho, em plena escuridão

do pensamento,

Uma estrela presa a um fio de papel, que me iluminava o bibe

da inocência!

 

(“Ama, deixa-me correr e apanhar pinhões ali, no cimo do monte,

No debaixo das pinhas maduras...”

Deixa-me lançar ao ar a minha estrela de papel,

 que  chora

 por ter já chegado a hora de repousar

no leito fofo e tépido do firmamento”)

 

A luz da vida veio devagar através dos percursos astrais

e acolheu no regaço invisível a infância do sonho com bibe,

os pinheiros das colinas,as amoras dos silvados e tantas árvores

que lá costumam dar frutos...

 

 

Perdi a Ama, a Infância e o Bibe...

Ganhei tempos doentes de Verdade...

Já não uso laços brancos no cabelo...

E quase esqueci o que é ter VAIDADE!

 

 

 

©Maria Elisa Ribeiro

Maio/021

 

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