no intervalo entre o um e o dois
tu eras a pessoa mais antiga de todas
as antiguidades que conhecia
eras a monotonia solitária de todo o eterno
que eu desconhecia.
por ti
vivia um tédio-vida que lembrava água cristalina
a escorrer de uma fonte de pura-pedra
por onde eu bebia e saturava a sede ,que não sabia que tinha.
e a pedra sisífica escorria anos demarcados
na lisura forçada da força com que meus olhos a sentia.
ao redor a força da água deixava crescer musgos de boca aberta
que ultrapassavam tudo o que me excluia.
era eu-ao-Longe!
e o silêncio do voo dos insectos cortado pelo rumor das plúmulas das aves
adormecia-me em nuvens mais antigas
que as catedrais de Chartres e de Milão
e corriam, de fugida,
quanto tu afinal sabias,
perfeitamente,
dos caminhos em que me percorrias.
meu Homem de tocar a revelação dos céus na minha Liberdade
da fartura de um corpo que não pede e nem precisa
de pedir o que quer DAR.
se minha vida se transformar-em-ela-mesma
virás tu das alturas do antigo e do desconhecido
para abraçar todas as antiguidades que já VIVI?
estarei ali entre dois algarismos, o UM e o DOIS
para preenher o intervalo que nos separa
e podermos chegar AO-ONDE seremos UMA-UNIDADE!
©Maria Elisa Ribeiro
2019
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