Pequena reflexão sobre RAUL BRANDÃO
AUTOR: Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
19 de Janeiro de 2022
Alusão à Bibliografia, no fim do artigo.
RAUL BRANDÃO(R.B), escritor nascido em 1867 na FOZ do DOURO, e falecido em
LISBOA, em1930.
É raro ver os leitores pegarem na obra deste grande autor e
são muito poucos os que o procuram. Escritor
contemporâneo, escreveu em Revistas, Jornais e foi Dramaturgo.
No entanto foram as
obras narrativas como.”FARSA”,” HÚMUS”,”OS Pescadores”, “Os Pobres de
Pedir” entre outros, quem mais lhe valeu (não digo a popularidade!) mas uma
certa alusão ao seu nome.
Nos finais do século XIX e ainda no século XX tornaram-se
muito conhecidos em todo o mundo alguns novelistas russos dos quais saliento
DOSTOIEWSKI, TOLSTOI,GORKI com obras que o nosso Raul Brandão conhecia porque o
levavam para um mundo de miséria onde uns eram dominados pelos outros e se
vivia e morria no meio da maior miséria. As vidas exploradas são ,em parte, a
obra do nosso escritor.
Não foi por simpatia que o escritor caiu nos temas da
misebilidade do mundo...Foi também por temperamento e proximidade, na medida em
que à sua volta o sofrimento dos pobres era o retrato do mundo. Para R.B a
injustiça não acabava com a dor da falta de tudo o que serve à dignidade
humana.
Falei-vos da obra “HÚMUS”. Escrita prodigiosa! No entanto,
ninguém a procurava já que o tema principal (a MORTE), afastava os pobres
mortais, que não queriam pensar em covas fundas, terra pesada, ciprestes,
vermes, estrume ou húmus para temperar as terras.
Li esta obra quando andava na FACULDADE DE LETRAS. Não
porque fizesse parte do programa(DEUS nos livre!)mas para(desculpem a
verdade...) dar ares de menina interessada...
Detestei o livro pelo mesmo motivo que os outros! Mas voltei
lá há três anos, quando li “OS PESCADORES”.
A Morte é quase a personagem principal com que “O GABIRU”, espécie de filósofo lunático, conversa com o
autor sobre a triste verdade de todos nós. Em “HÚMUS”, num estilo poderosamente
original de uma modernidade nunca, até aí, vista, o monólogo na primeira pessoa
é entre o autor e o seu ALTER EGO, O GABIRU) e toda a narrativa explora a
contradição entre dois mundos. O mundo aparente e o mundo autêntico. À medida
que progredimos na leitura vamos sabendo coisas que nos fazem horror e somos
levados a pensar no QUADRO de MUNCH, “O GRITO”,angustiante e misterioso.
Foi um grande apreciador de R.B(José Carlos Seabra Pereira)
,da Universidade de Coimbra, quem viu esta analogia e também com a obra “O
COMEDOR de BATATAS”, de VINCENT VAN GOGH.
Não podemos esquecer, que
o absurdo da condição humana é estar condenada a viver milénios de uma
vida que não é mais que putrefacção contínua, festa de máscaras, invejas,
mesquinhez e egoismo.
©Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
19 de JANEIRO DE 2022
Bibliografia
Barreiros, António José,História da Literatura Portuguesa
,vol II
Internet-Raul Brandão
Saraiva e Lopes, António José Saraiva e Óscar Lopes-História
da Literatura Portuguesa
E mais tantos livros de meu uso pessoal!
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