quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

A Tomada de Lisboa(In wikipédia)

 




Cerco de Lisboa (1147)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cerco de Lisboa
Reconquista
Siege of Lisbon by Roque Gameiro.jpg
Cerco de Lisboa por Roque Gameiro
Data1 de Julho a 25 de Outubro de 1147
LocalLisboa
Desfecho
Beligerantes
 Reino de Portugal
Cross-Pattee-red.svg Cruzados
Flag of None.svg Taifa de Badajoz
Comandantes
PortugueseFlag1143.svg Afonso Henriques

Henry Glanville
Arnold III de Aerschot
Christian de Ghistelles
Simon de Dover
Andrew de Londres

Saher de Archelle
Desconhecido
Forças
Total:
  • 20,000


Portugueses:

  • 7,000 homens


Cruzados:

  • 6,000 Ingleses
  • 5,000 Alemães
  • 2,000 Flamengos
Total:
  • ~15,000
Baixas
DesconhecidasDesconhecidas

Cerco de Lisboa teve início a 1 de julho de 1147 e durou até 21 de outubro, integrou a Reconquista cristã da Península Ibérica, culminando na conquista desta cidade aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112 - 1185) com o auxílio dos Cruzados que se dirigiam para o Médio Oriente, mais propriamente para a Terra Santa. Foi o único sucesso da Segunda Cruzada.

Após a queda de Edessa, em 1144, o Papa Eugénio III convocou uma nova cruzada para 1145 e 1146. O Papa ainda autorizou uma cruzada para a Península Ibérica, embora esta fosse uma guerra desgastante de já vários séculos, desde a derrota dos Mouros em Covadonga, em 718. Nos primeiros meses da Primeira Cruzada em 1095, já o Papa Urbano II teria pedido aos cruzados ibéricos (futuros portugueses, Castelhanos, Leoneses, Aragoneses, etc.) que permanecessem na sua terra, já que a sua própria guerra era considerada tão valente como a dos Cruzados em direcção a Jerusalém. Eugénio reiterou a decisão, autorizando MarselhaPisaGénova e outras grandes cidades mediterrânicas a participar na guerra da Reconquista.

19 de maio zarparam os primeiros contingentes de Cruzados de DartmouthInglaterra, constituídos por flamengosnormandosinglesesescoceses e alguns cruzados germanos. Segundo Odo de Deuil, perfaziam no total 164 navios — valor este provavelmente aumentado progressivamente até à chegada a Portugal. Durante esta parte da cruzada, não foram comandados por nenhum príncipe ou rei; a Inglaterra estava em pleno período d'A Anarquia. Assim, a frota era dirigida por Arnold III de Aerschot (sobrinho de Godofredo de Louvaina), Christian de GhistellesHenry Glanville (condestável de Suffolk), Simon de DoverAndrew de Londres, e Saher de Archelle.

A armada chegou à cidade do Porto a 16 de junho, sendo convencidos pelo bispo do PortoPedro II Pitões, a tomarem parte nessa operação militar. Após a conquista de Santarém (1147), sabendo da disponibilidade dos Cruzados em ajudar, as forças de D. Afonso Henriques prosseguiram para o Sul, sobre Lisboa.

As forças portuguesas avançaram por terra, as dos cruzados por mar, penetrando na foz do rio Tejo; em junho desse mesmo ano, ambas as forças estavam reunidas, ferindo-se as primeiras escaramuças nos arrabaldes a Oeste da colina sobre a qual se erguia a cidade de então, hoje a chamada Baixa. Após violentos combates, tanto esse arrabalde, como o a Leste, foram dominados pelos cristãos, impondo-se dessa forma o cerco à opulenta cidade mercantil.

Bem defendidos, os muros da cidade mostraram-se inexpugnáveis. As semanas se passavam em surtidas dos sitiados, enquanto as máquinas de guerra dos sitiantes lançavam toda a sorte de projéteis sobre os defensores, o número de mortos e feridos aumentando de parte a parte.

No início de outubro, os trabalhos de sapa sob o alicerce da muralha tiveram sucesso em fazer cair um troço dela, abrindo uma brecha por onde os sitiantes se lançaram, denodadamente defendida pelos defensores. Por essa altura, uma torre de madeira construída pelos sitiantes foi aproximada da muralha, permitindo o acesso ao adarve. Diante dessa situação, na iminência de um assalto cristão em duas frentes, os muçulmanos, enfraquecidos pelas escaramuças, pela fome e pelas doenças, capitularam a 20 de outubro.

Entretanto, somente no dia seguinte, o soberano e suas forças entrariam na cidade, sendo saqueada pelos cruzados.

Decorrente deste cerco surgem os episódios lendários de Martim Moniz, que teria perecido pela vitória dos cristãos, e da ainda mais lendária batalha de Sacavém.

Alguns dos cruzados estabeleceram-se na cidade, de entre os quais se destaca Gilbert de Hastings, eleito bispo de Lisboa.

Após a rendição uma epidemia de peste assolou a região fazendo milhares de vitimas entre a população.

Lisboa tornar-se-ia a capital de Portugal em 1255.

Os cruzados na conquista de Lisboa (1147)

Ora como tivéssemos chegado ao Porto, o bispo com seus clérigos veio ao nosso encontro. O rei achava-se então ausente com o seu exército, lutando contra os mouros. Feitas a todos as saudações conforme o costume da sua gente, disse-nos o bispo que já sabia que nós havíamos de chegar, e na véspera recebera do rei uma carta, em que se dizia isto:

«Afonso, rei de Portugal, a Pedro, bispo do Porto, saúde. Se porventura arribarem aí os navios dos Francos, recebei-os diligentemente com toda a benignidade e doçura e, conforme o pacto que com eles fizerdes de ficarem comigo, vós e quantos o quiserem fazer, como garantia da combinação feita, vinde em sua companhia a ter comigo, junto de Lisboa. Adeus !»

Carta do cruzado inglês Osberno (séc. XII)

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