UMA ROSA VERMELHA É SANGUE-VIDA
Escuto o distante silêncio do passado .
Hoje, tudo me parece doentiamente remoto...
...tudo menos a sagrada música que agora ecoa
no meu solitário quarto, onde também consigo ouvir
o teimoso miar do gato branco.
Os tantos dias passados vestiram-se, desde novos,
de imprecisões e desgostosas ausências...
Até teu nome lindo que eu adorava chamar ,
perdeu o corpo
deixando-me angustiada na solidão de pensar.
Sei do declínio
que ,desde o nascer, me foi acompanhando ...verdadeiro, pesado
evidente, sem mentiras.
Se abro as mãos, todas as verdades físicas perdem o seu espaço,
mas o amanhã obliterado não o posso questionar.
Em tudo há um quê de disperso com sabor antigo que não consigo agregar...
Há a vida dos seres e da Terra e aquela brisa memorável que abria a janela
com tanta cortesia...
Acima de tudo, há, SEMPRE, a rosa que me deste de fugida,
no dia da Comunhão, e
que guardo num meu Sacrário que é como meu coração
com odor a vermelho-VIDA, mesmo da cor da minha mão.
©Maria Elisa Ribeiro
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JAN/2022
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