quarta-feira, 7 de abril de 2021

ARTIGO do jornalista CARLOS FINO, publicado no facebook






 ANEXAÇÃO DA CRIMEIRA AO IMPÉRIO RUSSO (1783)

EXPANSÃO DO TERRITÓRIO DOS EUA APÓS INDEPENDÊNCIA (1786-1853)
É importante ter estes dados em mente quando se fala da Ucrânia (antigo reino da Polónia-Lituânia) e da Crimeia (antigo canato tártaro) anexado ao império russo por Catarina II logo no final do século XVIII.
Entretanto, logo que coloquei este post, surgiram as acusações de estar assim assim a dar cobertura aos crimes de Pútin. É claro que não se trata disso - um crime não justifica outro.
Mas é inegável que as coisas têm todas o seu contexto, que convém conhecer. Também houve logo quem aqui trouxesse o Holodomor - a morte de milhões de ucranianos pela fome, nos anos 30, quando na ex-URSS ainda reinava Estáline.
Sobre isso, cito um artigo recente de Pedro Tadeu no DN:
"O historiador ocidental mais conhecido nesta matéria foi Robert Conquest, que dedicou grande parte da vida ao estudo da União Soviética e foi um "herói" para os académicos anticomunistas - o governo norte-americano encheu-o de condecorações.
Ele fez uma revisão aos seus estudos depois de os arquivos soviéticos terem ficado disponíveis. Concluiu o seguinte: "Estaline infligiu propositadamente a fome de 1933? Não. O que eu argumento é que, com a iminência da fome, ele poderia tê-la evitado, mas colocou o "interesse soviético" à frente de alimentar primeiro os famintos, portanto, incitando-a conscientemente."
De resto, nessas fomes, terão morrido perto de um milhão de pessoas na própria Rússia.
Outro historiador não marxista, (como todos os que, propositadamente, aqui cito) Arch Getty, vai mesmo mais longe e é explícito a negar o genocídio. Escreve ele que "o peso esmagador da opinião entre os estudiosos que trabalham nos novos arquivos (...) é que a terrível fome da década de 1930 foi o resultado da rigidez estalinista e não de algum plano genocida".
Numa palavra - uma coisa são as ideias feitas, a propaganda, os argumentos movidos pela ideologia, por razões políticas e pelo ódio, outra, por vezes bem diferente, os factos históricos.
Sabendo-se o que se sabe de todos os regimes em todos os tempos, é bom estar atento e ter um mínimo de rigor, recusando alinhamentos automáticos.

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