VERSOS…NATURALMENTE!
Versos de Eugénio, naturalmente, onde sem
a claridade diurna dos pássaros cheios de vida,
o poema não vive, porque não voa.
Versos de Sophia, naturalmente, onde sem
os sons da antiguidade, o poema não cresce
sem Liberdade, Justiça e Verdade.
Versos de Pessoa, não tão naturalmente…
porque a realidade da verdade só se vê no reverso do verso,
permanentemente.
O sol sorri na praia e eu apanho-o com as mãos.
Na palma das mãos a memória tem a memória curta,
naturalmente,
porque as mãos se abrem e fecham para deixarem passar
os golpes das tempestades, que não têm memória nenhuma…
conhecem somente o que vêem em despudoradas ondas de espuma,
que batem, furiosamente, contra as falésias cobrindo-as de obscura bruma.
O sol sorri na praia e eu apanho-o com as mãos.
Mas onde vou pôr o poema,
que se liberta com os ares da tempestade,
que não tem memória nenhuma?
O poema está guardado num refúgio,
deitado numa folha de papel
e ao meio dia do sol espreita da toca labiríntica
e aparece cheio de vida, com sabor a mel e a fel.
Versos de Camões, naturalmente,
cantam o sol dos dias e as luas da noite,
com os olhos a saber a sal vindo das ondas bojudas,
que cascateiam as águas rendadas dos rugidos oceânicos.
Maria Elisa Ribeiro- ABRL/019
12Licéria Lobo, Rogério Manuel Madeira Raimundo e 10 outras pessoas
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