quarta-feira, 20 de janeiro de 2010


Alentejo do meu fascínio!
Ouro contido num pedaço de terra
tornado vivo com a força do vento,
oscilando lento, lento…

Esforço-me por viver o gosto da seara loura
que grita, pujante, exaltante no seu ouro.
Mar ondulante ao sabor do vento!
Exaltas, tu, trigo louro, sem um lamento,
sabendo que serás do Homem, o sustento.
De barco (quem sabe?) irás até ao moinho
onde o homem, lesto, te transformará
em pão, mui fininho.

O teu calor de seara ardente
perde-se nas águas do litoral,
no oeste, veemente!

Seara anelante, ofegante, sedenta!
A foice levezinha cumpre o seu dever,
Nas mãos da calosa ceifeira, potente!

Sofro, também eu, de outros penares,
Lembrando seareiros de velhos mares!

E o Tejo, serpenteante, já foi tão distante…




CAD4D -95 (1) – JNR/08

17 comentários:

  1. OLá Lusibero,
    Partilho a sua visão do Alentejo. Para mim é uma zona muito especial, onde já tive vivências muito agradáveis e especiais. Gosto dessas imensas paisagens e das pessoas afáveis e calorosas, com a sua forma tão interessante de falar. Gente que muito passou e que tão bem está retratada por bons escritores neorealistas.
    Beijinhos,
    Manuela

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  2. Maria
    Que saudade do meu Alentejo...onde o mar era distante.

    O teu calor de seara ardente
    perde-se nas águas do litoral,
    no oeste, veemente!

    Lindo

    Beijinhos
    Sonhadora

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  3. Bom dia Maria.

    O seu poema é sentido.

    Caso nunca o tenha feito, um dia que tenha oportunidade vá até Serpa. Dirija-se à posada de São Gens, peça um licor e assista ao por do Sol. Verá que esses minutos mágicos nunca mais serão apagados da sua memória.

    Abraços Fraternos :.

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  4. AZOTH: realmente, nunca fui a Serpa. MAs vou seguir o seu conselho, meu amigo. Todos os anos, antes do período de calor forte, dou lá uma saltada, porque ,verdadeiramente, amo o Alentejo...aquela paisagem de trigo, quase mística, que apela ao melhor que há em nós e que devemos dividir , irmamente, com outros.
    Abraços fraternos:.
    LUSIBERO

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  5. Sonhadora: é fascinante, apelativo, o ALENTEJO! Não compreendo como pode haver quem o não ame...Ali, na paz bucólica dos campos e dos animais, vive-se uma paz redentora!
    BEIJINHOS DE LUSIBERO

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  6. DANIEL SANTOS EJOÃO ANTÓNIO: obrigada pelas vossas palavras!
    Beijo de
    LUSIBERO

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  7. Manuela FREitas: estou a preparar um artigo sobre os escritores Neorrealistas, em geral, e sobre MANUEL DA FONSECA, em particular. Como a MANUELA, adoro ,com todo o fervor, aquela parte de PORTUGAL.
    BEIJINHO AMIGO de
    Lusibero

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  8. Bonjour,MARIE !
    Em post esse Alentejo,adoçastes minha alma dolorida e sofrida pelos acontecimentos narrados em campos meus de girassois,aii Deusssssss!
    Solidariedade e sintonia sua ,em sensibilidade nossa,bem me fez Maria,obrigado!
    Te abraço e em ombros seus ,me permita,sniffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff

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  9. Ricardo Calmon: já conhece o Alentejo?Já por cá viveu? Desculpe a curiosidade, mas como ,realmente, os campos de girassóis são uma característica dessa região de Portugal, deixou-me intrigada...
    BEIJOS E MUITO OBRIGADA, pela expansividade dos seus "vivos" comentários!
    LUSIBERO (Mª ELISA)

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  10. Maria, não conheço teu Alantejo a não ser por belas fotos, pois o senhor Erasmo, um grande amigo que mora aqui, mas todo ano vai a Portugal, também tem verdadeira paixão. O que posso dizer-te é que senti o frescor, os cheiros, as paisagens que descreveste com tamanho amor.
    Beijinhos, AMIGA

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  11. De uma Alentejana:

    (…)
    Quero voltar! Não sei por onde vim…
    Ah! Não ser mais que a sombra duma sombra
    Por entre tanta sombra igual a mim!

    Florbela Espanca.

    Beijos.

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  12. MALU; o ALENTEJO é uma linda região de Portugal, conhecido por muitas coisas, nomeadamente pela luta dos trabalhadores rurais contra o "salazarismo"; já foi o "celeiro" de Portugal. Hoje, embora se tenha adaptado aos novos tempos, mantém as características; não é uma região industrializada, daí o tanto desemprego e a permanente nostalgia.
    Florbela Espanca era alentejana!
    BEIJOS DE
    LUSIBERO

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  13. Manuel Marques: tenho um poema, que ainda não expus ,aqui, no blog, dedicado a FLORBELA ESPANCA.Portanto, de uma beirã(EU) para essa alentejana, que adoro ler:"Ser poeta é ...ter garras e asas de condor!/Minha irmã-mulher Florbela, /Sentiste ,como ninguém, a dor/Essa garra que atravanca/ O bem-estar interior.(...)
    Viveste , amando, teu Alentejo a arder!/Queria ser capaz de assim o fazer.../Aspirar ao IDEAL, é tarefa do IMPOSSÍVEL./Só isso é permitido sonhar.../ Quem me dera ser mais insensível!/" (...)
    BEIJO DE
    LUsibero

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  14. Conheci o Alentejo, há muitos anos atrás, quando lá fui fazer uma reportagem sobre os seareiros. Ao ver aqueles campos a perder de vistas, com as searas ondulantes, como escreves, senti que estava nas chanas da minha África Natal!
    Foi amor à primeira vista.
    Adoro o Alentejo, o seu espaço, as suas gentes, a sua gastronomia e os seus cantares. Tenho-o sempre presente no rememoriar das lutas que ali se travaram contra a ditadura de então.
    Que mais dizer!?
    Beijo daqui

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  15. Amiga:Gostei do texto alentejo terra de planicies e alguns montes,também terra de pao e de trabalho.Terra linda e de boa gente...Camaradas e amigos que conheci,desde Estremoz Evora, a Reguengos de Monsarraz, imcluindo o alto Alentejo...Camaradas de armas, claro...

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